J Ú N I O R.
— SÓ TENTA TIRAR MINHA FILHA DE MIM, MANUELA. SÓ TENTA, CARALHO. — meu rosto estava queimando com o tapa que ela acertou, ela me olhava com os olhos marejados, negou e a Rafa a tirou da sala acompanhando ela para o lado de fora. Deixei meu tronco se chocar com o sofá e encarei o teto. Que caralho que eu fiz da minha vida?
— Isso aqui foi pesado demais, moleque. — Jota murmurou do meu lado e eu ergui minha cabeça, me sentando direito no sofá. Encarei ele e neguei. — Qual foi, Júnior, Manu não merecia ouvir essas coisas não cara.
— No mínimo quem vai passar mal agora é ela! — cebola disse e eu bufei.
— Se fuder vocês dois, tá com peninha? Leva ela pra casa pô. — meu sangue ainda fervia e eu nem estava enxergando direito.
— Estou te esperando no escritório, Neymar Júnior. — enrruguei minhas sobrancelhas e olhei minha mãe nos dando as costas e indo para onde indicou. Lá vem sermão, é íncrivel que a Manuela conseguiu fazer a cabeça de todos eles em tão pouco tempo. Cocei a cabeça e me levantei, pronto para qualquer coisa. Entrei no escritório e minha mãe estava de costas para mim e olhava para o jardim e eu poderia apostar com quem quisesse que ela estava observando as meninas lá fora. Me sentei e esfreguei meu rosto, eu estava tenso demais. Exausto de toda essa confusão. — Neymar, eu não quero ouvir nenhuma explicação vindo de você. Você foi extremamente grosseiro e sem noção com a menina. Quem você pensa que é para chamar-la de vagabunda apenas por ela estar seguindo com a vida dela e mesmo que isso inclua a Valentina?!
— Porque pra mim é isso que a Manuela é, ela sempre foi e eu quem nunca enxerguei. A Bruna sempre esteve certa, vocês estão cegos por esse feitiço da Manuela... se não também veriam. Ela fez a Bruna perder o meu bebê, ela lhe contou isso?
— A Bruna nunca me desceu, sempre e até que me provem o contrário eu nunca vou confiar uma palavra que ela fale. Experimente fazer isso, tenho certeza que ela não te contou tudo, principalmente que foi ela quem ligou para a Manuela e a ofendeu. — Minha mãe já estava me encarando e eu nunca a vi daquele jeito, eu estava me sentindo perdido e nem ao menos para o colo dela agora eu acharia abrigo. — Antes que essa conversa se encerre, a Manuela não é nenhuma piranha ou vagabunda. Manuela é solteira. O piranhudo aqui é você, que é casado, seduziu a menina com esse teu jeitinho de canalha de quinta categoria e agora que ela não quer mais nada, mesmo estando grávida de você, ela é a vagabunda da história? Deveria pensar bem em quem é a vagabunda da história, pois posso apostar com quem for que por trás daquela cara de sonsa da Bruna, tem muita coisa, eaí sim, chamaria de vagabunda a pessoa certa, incluíndo você!
M A N U E L A
A Rafa tentava me acalmar de todas as formas, queria me fazer entrar e conversar melhor com seu irmão mas isto pra mim ja está fora de cogitação, me cansei e dessa vez é a mais pura verdade.
— Pra mim não dá, Rafinha. Preciso ir embora. Meu táxi já está vindo. — eu já tinha me controlado e precisava ir embora, estava me sentindo muito mal e eu poderia afirmar com certeza que a minha pressão estava nas alturas.
— Me espera, amiga. Eu vou com você. Você não tá bem, Manu, eu sei. — eu dei de ombros e ela ajeitou o meu cabelo.
— Eu vou ficar bem Rafa. O Dani ta em casa e qualquer coisa, ele me ajuda, tá? Eu não vou entrar, o que menos preciso agora é encarar o seu irmão. — suspirei e ela assentiu.
Eu estava me sentindo a pior das mulheres, vim aqui apenas para tentar pelo menos explicar para ele tudo que tinha acontecido e saio humilhada desta forma? Quem ele pensa que é, para ter falado comigo daquela forma? Me despertei quando meu táxi parou ao meu lado. Me despedi da Rafa e entrei.
Eu só quero chegar em casa e me enfiar no meu quarto, me cobrir e chorar tudo o que estou prendendo. Que caralho que eu fiz da minha vida?
Eu subi direto para o meu quarto e me taquei em baixo de um banho frio, que talvez fosse o suficiente para amenizar a loucura que eu estava por dentro, ou não.
Me sequei e vesti uma calcinha e logo colocando um robee por cima, soltei meu cabelo do coque que eu havia feito e foi apenas o ato de abrir a porta do banheiro e dar de cara com o Daniel parado no meio do meu quarto.
— O que foi que aconteceu Manuela? Você entrou feito um furacão, nem ouviu quando o Gui te chamou para assistir o filme com a gente. — ele estava paradinho, com os braços cruzados e seu maxilar se travava. Eu neguei seguidas vezes e saí finalmente do banheiro.
— Eu só estou me sentindo um pouco enjoada, talvez seja cansaço da viagem. — dei de ombros tentando desfarçar e o Daniem bigarreou, chamando de novo a minha atenção para ele.
— Quer mentir, Manuela, logo pra mim? Fala logo ou eu vou dar um jeito de descobrir que caralho aconteceu naquela casa. — ele apontou como se soubesse a direção da casa do Neymar e eu suspirei pesado, me sentei na cama e puxei a ponta do meu robee, brincando de enrolar e desenrolar o pedaço de pano. — Manuela!
— Ah, Dani... — murmurei sem coragem e senti meu nariz voltando a fungar. — Eu não deveria mesmo ter ido atrás dele. Ele me esculambou, me colocou a baixo de cachorra. Eu nem sei o que eu tô sentindo agora, que ódio!
— Falta de aviso não foi. Ele pode ser quem for pra você Manuela, no seu pensamento. Mas na vida dele você é só mais uma que ele adotou como lanchinho, enquanto a mulher dele se faz de maluca! — O Daniel estava puto e eu me encolhi mais ainda. — E aí? Valeu de alguma coisa? Foi lá, se humilhou para dizer que ela quem te ligou e voltou assim?
— Não...não valeu. Eu sou uma burra! — quase berrei e senti a Valen me chutar, a pedi desculpa bem baixinho por assusta-lá. — Ela perdeu o bebê.
— Pera aí. Você não está se culpando por isso não, né, Manuela? — minha visão estava turva por conta do meu choro, mas de algum jeito eu consegui encarar as feições do Daniel e ele negou, passou a mão no rosto e voltou a me olhar. — Porra mano, você é louca?
— Mas..mas.. foi depois que ela me ligou, Daniel! Nos discutimos no telefone, ela me disse muita coisa e eu não iria abaixar a cabeça para ela. — murmuro inquieta, minha cabeça estava me deixando tonta demais. —
— Isso não justifica nada, Manuela! PORRA GAROTA, VOCÊ DEIXOU MESMO ELA FAZER O JOGUINHO ESCROTO DELA FUNCIONAR?
— EU TENHO CULPA SIM, INFERNO! ELE GRITOU TUDO NA MINHA CARA, VOCÊ ACHA QUE EU ESTOU FELIZ COM ISSO DANIEL? EU PREFERIA NUNCA TER CONHECIDO ESSE CARA!!! — me alterei, fiquei em pé e senti meu corpo amolecer fazendo com que eu voltasse a me sentar.
— Gente? Eu tô escutando os gritos de lá. — Gui entrou e eu encarei o Daniel que estava quieto, me encarando sem reação alguma. — Que isso? Manuela, você tá bem? Man..
Apaguei total. Acordei sei lá em quanto tempo depois, a Nadine e Rafa estavam dentro do meu quarto, eu estava sentindo minha cabeça girar frequentemente e precisei de alguns longos minutos para me situar e entender que eu tinha desmaiado.
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Sentimento Louco 》 NJR
FanfictionMas quando te vejo com ela A minha mão gela A minha boca vai secando, eu vou ficando muda Ô meu Deus me ajuda, o que é que eu vou fazer? Eu sei que 'tá com ela pra manter as aparências Mas nas suas horas de carência você vem me ver • todos os direit...