pressentimento

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Minha mãe havia voltado ontem para cá, nos conversamos por um longo tempo e mesmo ela ainda relutando contra o Junior, ela acalmou e decidiu que iria aceitar que já não pudia mais comandar a minha vida.

Junior havia viajado pra alguns jogos e junto dele levou o Jota, Cebola e o pai. Rafaella estava no Brasil e ficou restando assim apenas a Tia Ná, minha mãe, Vallentina e eu nessa mansão estupidamente enorme.

Elas estavam paparicando a Vallentina e eu aproveitei para descansar um pouco e tomar um bom e relaxante banho, lavei meu cabelo e o sequei com o secador, fiz uma maquiagem bem básiquinha só para tirar a cara de morta, me vesti e desci com minha carteira. Eu teria que passar em uma farmacia para comprar umas coisas da Vallentina e o meu remédio anticoncepcional que minha ginecologista havia já me passado.

— Mãe, tudo bem mesmo vocês ficarem com ela né?

— Menina, para de ser afobada... você não deve demorar nem quinze minutos na rua. — Nadine disse rindo e eu fiquei mexendo na mãozinha da Tininha que dormia tranquilamente  dentro do carrinho.

— Eu já falei pra ela Nadine, que ela vai surtar de tanta preocupação sem necessidade. — eu revirei meus olhos e elas riram de mim.

— Né nada disso, tá mãe! É que eu fico com medo de deixar ela sem mim.

— Você vai na farmacia, Manuela... não vai morrer e nem sumir no mundo. — Nadine me encarnou e eu me rendi.

— Ok, gente. Tá, ok? Eu já vou indo, qualquer coisa me liguem, eu juro que não demoro.

— SOME DAQUI MANUELA! — minha mãe gritou rindo e eu gargalhei.

Me abaixei perto da Vallentina e beijei sua testinha. — Mamãe já volta, tá? te amo.

Deixei elas lá antes que eu desistisse de sair só pra ficar paparicando a Tininha, peguei o carro da Tia Ná que era o mais simplezinho se fosse comparado aos carros do Junior. Joguei minha bolsa no banco do carona e liguei o carro, manobrei e dei a partida e resolvi que iria rapidinho no centro para aproveitar e comprar umas coisinhas pra mim, já que o bonito me liberou o cartão, vou aproveitar né? Parei perto do salão do qual eu havia marcado para da um tratinho no cabelo, fiz tudinho lá, tirei algumas fotos, paguei e sai de lá indo para o carro, editei a foto e a postei.

@font_manu: na paz.

(...)

Deixei o carro estacionado bem em frente a uma farmácia e aproveitei para ir nela mesmo comprar o meu remédio e as coisas da Vallen, paguei tudo e dali já fui para uma lojinha de lingerie a duas lojas depois, comprei algumas coisinhas e até uns oléos para esquentar na hora h. Passei por mais duas lojas e comprei um tênis pra mim e uns sapatinhos para a Vallentina, depois eu já estava cansada e também tinha que voltar pois já estava quase uma hora e meia longe da minha filha.

Desarlamei o carro, abri a porta traseira e coloquei as bolsas no banco, fechei a porta e entrei no lado do motorista, obviamente. Manobrei para sair da vaga e entrei na pista e logo em uma avenida, o trânsito estava bem agitado e eu estava sentindo algo ruim, uma sensação esquisita e logo pensei em ser algo com a Vallentina ou com o Junior e resolvi arriscar e ligar para a Nadine.

— Oi, filha. Tininha acordou a pouco.

— Ela tá bem? Eu tô meio sei lá, hoje... — ri e estava esperando minha vez para passar um cruzamento que estava a poucos metros de mim.

— Tá tudo bem filha.. — avancei com o carro e vi um clarão ao meu lado, umas buzinas e um sacolejo muito forte.

Eu havia apagado.

horas mais tarde.

J U N I O R.
Eu já tinha acordado com uma sensação meio estranha hoje e até comentei com meu pai mas o mesmo alegou ser apenas ansiedade por conta do jogo, tentei acreditar naquilo e gravar na minha mente que não era nada....mas, tava foda.

Mal me concetrei no jogo e acabamos empatando, foi um jogo díficil e meu pressentimento tava me fodendo mais ainda. Levei um cartão amarelo e por pouco não fui expulso, eu estava literalmente perdidão, quando o jogo acabou eu caminhei diretamente para o vestiário, me troquei com pressa e quando ia me ajeitar pra ir lá no camarote que meu pai tava com os moleques, eles entraram no vestiário e me olhavam assustados.

— Que foi? O que aconteceu?

— Filho, você vai precisar ficar calmo e ter paciência para passar por tudo...

— O que aconteceu pai? Foi com a Tininha? PAI, FALA PORRA! — gritei desesperado e o Jota entrou na minha frente.

— Calma aí, irmão, isso não vai te levar a lugar nenhum não. Senta aqui pô. — me puxou para o banco mas eu tava nervoso demais pra me controlar.

— Juninho... aconteceu um acidente com o carro de sua mãe... a Manu quem estava usando e... — o cebola nem terminou de completar a frase eu senti meu estomago se apertar como se eu tivesse acabado de levar um soco bem dado naquela região, engoli a seco e o encarei já com a viata turva.

— O que aconteceu com a Manuela, Cebola?

— Ela... puta que pariu, ela tá em coma Juninho. — ele soltou a bomba no meu colo e eu senti os três me olhando com piedade.

Minha mente entrou em estado de choque, um milhão de imagens passavam ao mesmo tempo e aquilo foi me dando um desconforto do caralho até que fizesse com que eu corresse para a cabine e vomitasse tudo.

— Meu filho, calma. — meu pai falava logo atrás de mim e meu estomago só se revirava cada vez mais.

— Caralho, eu não tava esperando por essa reação. — Jota disse quando me viu sair da cabine mas eu estava tonto depois de ter vomitado pelo menos umas três vezes seguidas.

— Vou chamar o médico.

— Não precisa, Cebola. Pai... eu preciso saber da minha mulher, por favor!

Sentimento Louco 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora