Guerreirinha

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- Como assim a bolsa estourou Manuela? Você nem tá de nove meses.

- Estourando porra! Vai ficar me olhando até essa menina descer minhas pernas ABAIXO? - gritou a última palavra e mordeu o lábio.

- Tá... ok, apoia aqui em mim. - me aproximei a tirando da cama e de algum forma eu tirei forças de onde não tinha e a pus em meu colo. Manu colocou os braços em meu pescoço e deixou o seu rosto deitar em meu ombro.

- MEU DEUS! - Rafaella berrou enquanto me viu descer os degraus.

- A bolsa dela estourou!

- Juninho, tá louco? ela acabou de fazer oito meses... Manu? Você tá bem?

Escutava a Rafaella falar mil coisas e a Manuela respondia com murmurinhos de dor, pedi a Rafaella que entrasse para chamar minha mãe e pegar as bolsas.

- Amor, cê consegue esperar? - digo olhando a Manu que estava no banco do carona, ela estava com os olhos fechados, apertava os dedos no estofado do banco.

- Junior, puta... que pariu! - gemeu e em outro momento aquilo seria música aos meus ouvidos. Dei a volta no carro e entrei dando a partida. - As...as bolsas!

- A Rafa vai levar, calma. Respira e já vamos chegar. - tentei tranquilizar ela que voltou a dar murmurinhos baixos e eu estava furando a porra de todos os sinais possíveis de Barcelona.

Não me importei em entrar de qualquer forma naquela maternidade, o que me importava agora era a apressadinhos da minha filha e não o que a porra da mídia poderia dizer.

Um maqueiro me ajudou a tirar a Manuela do carro e a colocar numa cadeira de rodas.

- Quem é a médica dela, Sr?

- Dr. Márcia. Vai ficar tudo bem com ela, não vai? Ela acabou de fazer os oito meses. Isso é normal? - comecei a entrar em desespero e o maqueiro já não estava mas em meu campo de visão.

- Faremos o possível para que dê tudo certo, fique calmo. - a enfermeira falou mais algumas coisas mas eu não consegui focar muito bem, ela me deixou na sala da Doutora, mesma que já atendia a Manuella.

- Esse seu trabalho de parto não começou agora. - Dr. Márcia falava com ela. - Tem quanto tempo?

- Não sei a hora, mas já tem um tempo sim, eu .. eu tava com medo de alarmar e todo mundo querer me trazer... - Manu chorava compulsivamente. - Não estava no tempo dela nascer.

- Fez mal, isso não é você que dita, é ela. - Dr. falou firme com ela. - Passou por alguma situação de estresse? - Manu confirmou balançando a cabeça e chorando alto. - Calma Manuela, eu preciso que você se acalme pra eu escutar o coração da Valentina. - Dr. Márcia segurava o estetoscópio sob a barriga da Manu.

- Tá doendo demais. - Manu chorava com a cabeça tombada pra trás, ela parecia sentir algum incômodo na área do peito.

- Precisamos de uma cesária de emergência, pra já! - Ela falou olhando para uma das pessoas da sua equipe.

- Tá acontecendo alguma coisa? - Perguntei segurando os braços dela antes que ela saísse da sala. Ela me lançou um olhar curioso. - Eu sou o pai.

- Você? - Ele me olhou com um estranhamento e eu confirmei. - Tá, ok .. Eu preciso que você vá pra recepção, vamos preparar ela pro parto. - Ela falava rápido e eu tava parado, vendo um enfermeiro levar as pressas a cadeira de rodas com a Manu.

- Eu ..

- Sim, você pode ficar lá dentro, mas primeiro precisamos preparar ela, vai pra recepção, alguém da minha equipe vai te chamar lá fora.

Sentimento Louco 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora