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Sora pov

É meio-dia , meu estômago está roncando e para piorar, está um calor terrível. Eu poderia muito bem estar na minha casa, aproveitando o ar-condicionado e tomando uma água geladinha, mas estou aqui nesse bosque caçando insetos com a minha irmã. O lado bom, é que fica perto de casa, mas o que me preocupa é ser assaltada ou acontecer algo pior. Ficar no meio desses matos pegando animais, não é o que eu chamo de aproveitar uma sexta-feira.

--- Não se afaste muito. - falei para a minha irmã, que saiu em disparada. --- Pode aparecer algum bicho peçonhento, e ficara difícil te ajudar rápido.

--- Sora, você tem que parar de ser tão medrosa! - Luna, afirmou assim que parou em frente um tronco no chão, e pegou uma lagarta verde. --- O mais rápido eu pegar esses bichinhos, mais rápido vamos voltar para nossa casa.

--- Eu sei, mas não custa nada tomar um pouco mais de cuidado. Não se esqueça que é minha responsabilidade! - falei assim que me aproximei.

--- Mas eu falei que poderia vir sozinha. - Ela respondeu e novamente se afastou, enquanto pegava uma rede para pegar algumas borboletas ou sabe se lá o que. --- Se quiser voltar, pode ir.

--- E te deixar aqui sozinha? Nem pensar! Vai que acontece alguma coisa? Não, nós vamos pegar esses bichos, e depois vamos para casa. - falei a acompanhando. --- Falta muito?

--- Não, só falta uma borboleta. Vamos para aquela direção. - Luna, direcionou para uma trilha que adentra mais para o meio do bosque. --- Lá tem muitas flores, então deve ter uma enorme concentração de néctar.

--- Luna, eu acho melhor não ir. Deve haver pessoas escondidas lá. - falei com receio. --- Vamos para casa, deixe esse faltando.

--- Não acredito que está com medo. - Luna, comentou e começou a rir. --- Não tenho nada de valor, a não ser os meus óculos. Eu vou e você fica aqui me esperando. - falou e saiu correndo pela trilha.

--- HEY, LUNA, VOLTE AQUI! - Gritei e depois sai em disparada atrás dela, que estava em forma e corria bem mais rápido que eu. Preciso parar de ser tão sedentária.

Depois de longos 3 minutos de corrida, estava sem fôlego e quase desmaiando, quando cheguei no tal lugar onde ela havia comentado. Era um lugar lindo, com muitas flores e bem limpo. Parecia que alguém cuidava desse lugar todos os dias. Beija-flores, pássaros, e muitas borboletas, estavam ali.

--- Eu falei que não era perigoso. - Luna, falou enquanto tirava um frasco da bolsa, onde deixaria as borboletas que pegou em sua rede. --- Tenho costume de vir aqui com alguns amigos, e sei que não é perigoso como você diz.

--- O que vocês fazem aqui, Luna? - Perguntei desviando minha atenção dos bichos para ela.

--- A gente vem relaxar um pouco e conversar. - me encarou. --- O que tem demais nisso?

--- Então é aqui onde você e seus amigos, vem fumar e beber? - Falei e vi sua expressão de surpresa e assustada. --- Eu sei que você faz isso, Luna. Você pode até tentar disfarçar o cheiro com perfume, mas não funciona comigo.

--- Você está me vigiando? - Perguntou irritada.

--- Não, eu tenho mais o que fazer, mas você só tem quinze anos, Luna. - ri desacreditada. --- Você não sabe nem disfarçar. Suas roupas, seu cabelo e até sua mochila, fedem a cigarro, sem contar que um dia desses, senti o cheiro de bebida na dua bolsa. Você pode enganar nossa mãe, mas não me engana.

--- Deveria cuidar da sua própria vida, Sora. - Falou enquanto guardava tudo na bolsa.

--- E eu estou, mas você faz parte da minha vida, Luna. Só quero o seu bem, e ficar se destruindo para se encaixar em um lugar que não é seu, só vai te destruir. - falei calma, mas isso só irritou mais minha irmã.

Antes que pudéssemos discutir, escutamos um barulho estranho. Ficamos em silêncio e depois, vozes masculinas se aproximando. Luna, me puxou pelo braço e nos escondemos em alguns arbustos.  Três homens encapuzados apareceram do nada e um deles, levava uma enorme mochila nas costas. Ficamos ali, bem encolhidas até que eles fossem para longe e depois saímos de onde estávamos.

--- É um local seguro, né? - falei em um tom irônico para minha irmã, que a penas revirava os olhos.

--- Tá, não é tão seguro assim. - falou e saiu andando para a direção que viemos e eu a segui.

Mas foi em questão de segundos, uma luz branca surgiu e fomos puxadas. Começamos a gritar e quando a luz sumiu, caímos no chão, e ao abrir os olhos, percebi que não estávamos mais no bosque. Não sei como explicar, mas era uma sala enorme, com enormes janelas ao redor e no centro, havia uma árvore enorme, de folhas brancas e frutos dourados.

--- Onde estamos? - Luna, pronunciou.

--- Irineu, você não sabe e nem eu. - Falei e ri nervosa.

--- Bela hora para se fazer piadas, Sora.

--- Eu estou nervosa, então não me julga. - falei enquanto me levantava.

[...]

Guardiã: Entre Dois Mundos.Onde histórias criam vida. Descubra agora