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   Eu iria ver a Fides, mas acabei desistindo de ir. Jimin iria para casa e pedi que avisasse a ela que amanhã eu poderia ir vê-la, porque não estava mais com ânimo para sair. Era quase hora do jantar, mas meu estômago estava se revirando como se tivesse um embrulho. Nem para Luna e o Yunho estarem aqui, teria pelo menos eles para me distrair.

   — Você não ia sair? — Jisung, apareceu no salão principal. — Ou já voltou?

   — Sim, eu ia sair. Mas depois da notícia do Hongjoong, eu não senti disposição ou ânimo. Estou sentada aqui, desde que o comunicado foi dado. — Disse ainda de cabeça baixa e triste. — Eu já devia saber que isso iria acontecer.

   — Acidentes assim são bem comuns na nossa dimensão, Sora. — Respondeu e se sentou ao meu lado. — Sei que não é algo que eu deva dizer, porque nosso dever é tentar evitar ao máximo que esse tipo de situação aconteça, mas temos que aceitar que não conseguiremos salvar todo mundo.

   — Eu entendo, Jisung, o problema é que eu estou desacreditada que perdi duas pessoas próximas em uma período de tempo tão curto. — Respondi e coloquei minha cabeça em seu ombro. — Eu já estive em uma missão com ele na floresta, e tivemos que nos esconder para ficar protegidos. Encontrar com um Mytrikós duas vezes, e em uma delas, poder toca-lo.

   — Você já tocou em um?

   — Sim, foi quando voltei com meus poderes totalmente acordados, se assim posso dizer. Quando fomos até a província que Jimin havia ido antes. Todos dormiram e Jungkook estava de guarda, mas eu acabei acordando por escutar um barulho na vegetação. Chamei por ele, mas não apareceu. Pensei que estava tentando pregar uma peça em nós, mas assim que vi o Mytrikós sair da escuridão, fiquei paralisada. — Me lembrei de toda a cena. — Ele parou na minha frente mas não me atacou, e aproveitei para tentar tocar nele.

   — Jura? E como foi a sensação de tocar em um Mytrikós?

   — A mesma de tocar você. — Falei e levantei a cabeça, para poder olhar para o seu rosto. — Traz um a sensação de paz, segurança e outros sentimentos. Poder tocar em um Mytrikós, é uma oportunidade única na vida e ter um mix de sensações ao mesmo tempo. — Voltei meu olhar para a entrada do salão principal. — Se eu consegui fazer isso com ele, não acho que a ruína cairá sobre mim ou aqui.

   — Como pode ter certeza do que está dizendo?

   — Porque precisamos passar pela tempestade, para que possamos encontrar a calmaria. — Disse.

   — Sabe, eu ainda não entendo essas frases que vocês dizem. Eu demoro muito para conseguir interpretar. — Jisung respondeu e riu.

   — Ela quer dizer que para conseguir viver os momentos bons, precisamos passar pelos momentos ruins, Jisung. — Namjoon, falou parando em nossa frente.

   — Aaah, então é isso. — Jisung respondeu.

   — Boa noite, Namjoon. — Falei me afastando do ombro de Jisung e mantendo a postura ereta.

   — Boa noite aos dois. — Respondeu e sorriu. — Desculpa ter atrapalhado o momento de vocês, mas é que estava indo em direção ao refeitório e precisava passar por aqui.

   — Nós só estávamos conversando, não foi nada demais. — respondi. — É que eu fiquei bem pensativa sobre o que aconteceu com Hongjoong, porque me lembrou o que aconteceu com Hoseok.

   — Eu também lembrei do ocorrido, por isso mandei meu mascote ir entregar as coordenadas para o grupo de resgate. Ele era o mais rápido que tinha. — respondeu. — Mas agora vamos voltar a ordem antiga de saída acompanhada.

Guardiã: Entre Dois Mundos.Onde histórias criam vida. Descubra agora