Guardiã: Entre Dois Mundos.

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  Esperei todos se recolherem aos seus dormitórios e fui sorrateiramente até os estábulos dos Krystallos. Eu precisava de pelo menos um pouco da lã de algum deles, assim eu poderia fazer uma poção de rastreio mais precisa dos mascotes e saber onde ela poderia estar. Assim que consegui coletar uma quantidade significativa, estava prestes a voltar ao meu quarto quando dou de cara com Amare.

  — O que está fazendo a essa hora da noite aqui e sozinha, Luna? — Amare perguntou. — O toque de recolher foi tocado e sabe que é perigoso andar sozinha pela fortaleza, principalmente na condição que está. Você não tem forças para se defender. — Continuou a falar se aproximando de mim. — Você é um alvo fácil.

  — Amare, a única coisa que eu tenho medo, é homem. Gosto muito, mas tenho medo. — Respondo guardando a pequena quantidade de lã no meu bolso. — E você, o que está fazendo aqui e a essa hora?

  — Estou de plantão essa noite, e vi uma movimentação estranha nessa direção e vim averiguar. — Amare respondeu. — E você ainda não respondeu minha primeira pergunta.

  — Estava procurando alguma coisa dos mascotes da minha irmã, para poder rastrear. — Respondo. — Não engulo essa resposta que sempre me dão de não terem conseguido achar nada sobre ela e os Krystallos.

  — Entendo, mas deveria voltar para dentro. — Amare respondeu e apontou para o céu. — Está vindo uma tempestade de neve, e ficará difícil se manter aquecida aqui fora por muito tempo. A não ser que você seja um Krystallo ou outro mascote que goste do frio.

   — Vou indo então.

   — Eu faço a sua escolta até a entrada.

   — Eu posso ir sozinha, não irei atrapalhar sua ronda, mais que o necessário.

   — De forma alguma, eu tenho que passar agora perto da entrada. — Começou a andar em direção que fica a entrada dos dormitórios. — Vamos, Luna.

   A segui e fique calada durante o percurso. Assim que chegamos, o vento ficou muito mais forte e a neve caiu com mais velocidade ao chão. Agradeci a Amare e fui em direção ao meu dormitório, e lá comecei a preparar uma nova poção de rastreamento. Iria tentar todas as formas de potencializar e garantir que fosse a mais precisa possível. A poção mais forte de rastreio conhecida por todos na guarda, dura em torno uma semana para ficar pronta, mas com todas as novas descobertas e testes que havia feito antes de me afastarem do trabalho, posso fazer uma muito mais forte, mas que infelizmente durará muito mais dias para ficar pronta, sem contar que terei que ficar alguns dias em claro para ter certeza que nada dará errado.

   — Ok, vamos começar.

   Dias depois...

   — LUNA, ABRE ESSA PORTA. — Peach, gritou enquanto batia freneticamente na porta do meu quarto.

   — Será que não pode nem trocar de roupa em paz, que até nisso vocês querem estar me vigiando? — Perguntei enquanto a encarava enrolada na toalha. — Eu ainda estou de licença, se veio aqui e quase derrubou a porta do meu quarto, espero que seja alguma coisa importante. Então, o que deseja?

   — Eu queria saber se estava bem, já que ninguém te vê sair do quarto a dias. — Respondeu. — A própria Hwasa, pediu para vir.

   — Eu estou ótima, iria começar a me vestir e ir tomar meu café da manhã, mas terei que me atrasar e provavelmente o Kader, vá brigar comigo. — Respondo frustrada, só de imaginar o sermão que irei receber. — Se queria saber se estou viva, aqui está a prova. Se o problema era saber o motivo de ninguém estar me vendo fora do quarto, é por estar comendo em horários diferentes dos outros membros. Se me der licença, tenho que me vestir e comer no horário diferente do habitual. — Falei fechando a porta.