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Depois de ouvir tudo o que tinham para falar, foi decidido que enquanto procuravam uma solução para nos mandarem de volta para casa, teríamos que contribuir com trabalho. Jin, ficaria responsável de nos ajudar a escolher uma tarefa e ainda explicar o básico do mundo onde estávamos. Ele nos levou para a biblioteca que ficava no segundo andar. Ela era enorme e pela janela, dava para ver uma praia que ficava perto de onde estávamos.

--- Ok, antes de explicar sobre o nosso mundo, querem perguntar alguma coisa? - Jin, perguntou enquanto pegava algo e uma pequena caixa.

--- Como vocês sabem a nossa língua? - Luna, perguntou.

--- Nós falamos poucas línguas de outros mundos, mas todos sabem, já que somos bem semelhantes. - ele respondeu ainda de costas.

--- Deu para notar, mas ainda tem coisas bem estranhas para nós. - ela responde simplista.

--- Entendo, somos quase que algo inimaginável ou algo assim. - respondeu enquanto pegava um papel e fechava a caixa. --- Alguns escondem algumas características, já outros não ligam em se mostrarem.

--- Você tem uma aparência normal. - Falei o encarando.

--- Eu escondo minha característica. - ele ri e vem em nossa direção. --- Não acho que seja normal alguém assim. - Em um estalar  de dedos, um chifre em sua testa e uma calda branca com alguns detalhes cor de rosa, apareceram. --- Já viram algo parecido?

--- Nossa, você é um unicórnio. - Luna, falou eufórica com o que via. --- Eu morri e vim para o céu.

--- Você tem um problema sério com a morte. - ele comentou e depois voltou a esconder suas características. --- Acho melhor ficar assim para não causar distrações.

--- Mas você fica tão perfeito. - Luna, ainda estava encantada com o que acabou de ver.

--- Eu não sou perfeito, mas sou bonito e inteligente. - falou sorrindo.

--- Jin, ontem eu pensei que a comida aqui era totalmente diferente e que passaríamos fome, mas tirando aquela gororoba cozida, as frutas e o pão, eram iguais de onde viemos. - Falei enquanto me sentava em um dos banquinhos que ele indicou.

--- É verdade. - Luna concordou. --- Vocês plantam as mesma coisa que nós?

--- Nossas terras não são férteis a anos, então é todo um processo para conseguir comida para todos da região. - respondeu triste. --- Fazemos racionamento de alimentos, tudo é contado e sempre que chegam pessoas novas, a quantia diminui.

--- Então com a nossa chegada, vocês irão ficar com fome? - Luna, perguntou tristonha. --- Se for o caso, não precisam me dar comida, eu vivo com a minha gordura corporal por bastante tempo.

--- Não precisa chegar a esse extremo. - ele falou preocupado. --- Todos somos de raças diferentes, então podemos sobreviver com algumas coisas que a terra ainda consegue produzir, mesmo que não sejam tão boas assim.

--- Pode explicar sobre? - Perguntei curiosa.

--- Eu vou explicar o básico desse mundo para vocês, e isso vai sanar muitas dúvidas. - ele respondeu e depois sorriu.

Depois de algumas horas, ele explicou muita coisa e descobrimos que nossos mundos, sempre estiveram interligados desde eras passadas. Isso explicava bastante coisas. A questão das espécies, é que alguns são conhecidos por nós humanos, e outros nunca ouvimos falar.

E com essa vasta variedade de espécies, alguns decidiram se reunir e construírem cidades. Alguns fizeram com suas próprias espécies e outras decidiram se misturar, mas como nem tudo são flores, começaram as desordens e com isso, muitas espécies foram embora para outros mundos, onde poderiam viver bem e se disfarçar.

Guerras aconteceram e tentativas de tomar o poder supremo, são decorrentes todos os dias. Por conta disso, muitos portais estão trancados até hoje, e para conseguir abrir é necessário reunir diversos elementos difíceis de se achar, sem contar que existe uma quantidade específica de pessoas possíveis de utilizar. Por isso, procuram meios mais acessíveis de procurarem comida em outros mundos.

Quando acabou a breve aula de história, explicou como funcionava as coisas pela cidade. O sistema deles eram bem semelhantes ao da terra, e onde estávamos, era a Cidade Central. Aqui, ficavam as pessoas responsáveis de fazer tudo funcionar, desde o recrutamento e treinamento de novos soldados, alquimistas, até mesmo exploradores.

--- E o que vamos fazer, Jin? - Perguntei. --- Somos de um lugar totalmente diferente, e tem muitas coisas aqui que mesmo sendo parecidas, são diferentes.

--- Não se preocupem, eu vou ajudar com isso. - Ele nos entregou dois papéis que haviam muitas perguntas. --- Todos passam por essas provas. Se tiverem dúvidas, é só me perguntarem que explico.

--- E o que isso tem de importante? - Luna perguntou descontente. --- Vai que aqui diz que eu sei lutar contra criaturas marinhas, mas eu não consigo nem chegar perto de uma banheira.

--- Por isso estou aqui para te guiar, e evitar que consiga algo que não tem a mínima idéia. - ele cruza os braços. --- Podem começar, são perguntas simples. Elas dirão em qual unidade das guardas, vocês irão ficar.

Algumas perguntas até que eram realmente simples, e quase não precisei perguntar nada. Ao terminar, pensei que ficaríamos na mesma guarda, mas Luna, foi para a guarda de alquimia. Era até de se imaginar, já que ela gosta de fazer qualquer coisa em nome da ciência. Já o meu caso, ficou entre a de exploração e a de guerra.

--- E agora? - Perguntei nervosa.

--- Terá que fazer testes com as duas guardas, e ficara na que se sair melhor. - Jin, falou enquanto amarrava a prova da Luna, com uma fita verde, e a minha com uma fita vermelha e outra roxa. --- Vamos.

[...]

Guardiã: Entre Dois Mundos.Onde histórias criam vida. Descubra agora