Guardiã: Entre Dois Mundos.

25

   Já era noite, estava sozinha na enfermaria. Hwasa, me ajudou a mudar de posição e passou mais um pouco da loção no ferimento, e me garantiu que amanhã poderia voltar para o meu dormitório, mas hoje ainda teria que ficar aqui, e caso precisasse dela, era só puxar uma cordinha ao lado da cama, que ela viria. Eu estava com fome e sem nenhum pingo de sono, mas mesmo assim fechei os olhos, na tentativa de dormir. 

    — Eu sei que está acordada.  — A voz do mascarado, soou perto do meu rosto.  — Não adianta fingir. 

    — O que você quer?  — Perguntei abrindo os olhos devagar.   

    — Vim conferir com meus próprios olhos, o que você fez. 

    — Mas eu não fiz nada. 

    — Exatamente, você não fez o que eu aconselhei.  — Falou bravo.  — Agora seu lado fary, está acordado e se demorar mais, vai ter a transformação completa, e em seguida a sua irmã, vai ter o mesmo destino, com seu lado elfo.  Você deveria ter aproveitado que achou os pergaminhos, e ter usado para irem embora dessa dimensão. Eu facilitei tudo para você, Sora.

   — Eu sabia que foi você! Mas para o seu azar, eles já foram fechados antes da guerra, então não tem como usar. 

    — Claro que tinha.  — Falou se afastando.  — A magia deles, não é igual ao outros. Você não viu?

    — Eu não li todos, mas porque não nos quer aqui? Me diga a verdade. 

    — Pensei que fosse mais fácil me livrar de vocês duas, principalmente a vontade de saírem por sua própria vontade, mas pelo visto terei de fazer com minhas mãos.  — Falou se aproximando, e esticando sua mãos em direção ao meu pescoço. Tentei puxar a corda que Hwasa, deixou perto da cama, mas ele de alguma forma cortou. 

    — SOC...  —Tentei gritar por ajuda, mas ele tampou minha boca, e comecei a usar meus braços, na esperança de me soltar. 

    — Não se preocupe, eu tenho mais força que você e vai ser rápido, eu prometo. Mas vai ser doloroso, não vou mentir.   — Ele falou, e depois veio para cima de mim, mas consegui o empurrar e afastar um pouco sua mão do meu rosto.

    — JUNGKOOK.  — Gritei pela única pessoa que poderia de alguma forma me ajudar nesse momento. Dei um chute entre as pernas do mascarado, e me joguei para o outro lado da cama, ficando livre dele por alguns segundos, e continuei a chamar por ajuda, antes de ser puxada de alguma forma para perto dele, e sentir sua mão no meu pescoço e ele me erguer no ar. 

    — Não posso deixar mais um fary nessa dimensão.  — Ele falou, e começou a rir do meu desespero.  — Adeus, Sora. Foi um prazer ter conhecido você. 

  Senti uma enorme falta de ar, e tentava usar todas as forças que me restavam, para bater e chuta-lo, mas foi em vão. Fiquei totalmente cansada e aceitando meu fim, e quando senti ele apertar mais o meu pescoço e meus olhos a pesarem e minha cabeça a doer muito pela pressão, fui jogada bruscamente no chão e comecei a buscar desesperadamente por ar, ainda tonta. Tentei me levantar e falhando nas duas primeiras vezes, mas na terceira tentativa consegui ficar de pé, e puxar o pedaço da corda que ficou intacta. 

  Me virei rápido demais para trás, e minha cabeça começou a pesa. Minhas pernas começaram a fraquejar e pensei que sentiria o impacto com o chão novamente, mas senti alguém me segurar. Não consegui abrir os olhos, mas o cheiro era familiar. Um cheiro suave de laranja com uma mistura de flores de maracujá. 

     — Não se preocupe, Sora, eu estou aqui.  — Jungkook, falou baixo e me abraçando com cuidado.  — Vai ficar tudo bem. 

    [...]