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   Luna pov

   Acordei com Mirtilo ao meu lado, e pensei que minha irmã, estaria no banheiro mas assim que olhei em direção ao sofá e não vi sua bolsa, confirmou que ela nem deveria estar mais na fortaleza. Depois de me arrumar, levei Mirtilo para o jardim dos mascotes, onde Hoseok, já estava o esperando.

   — Sora, não está na fortaleza? — Hoseok perguntou.

   — Não, ela saiu bem cedo em missão. — respondi. — Ela volta daqui uns dias.

   — Então o Mirtilo, vai ficar mais manhoso do que o normal. — Falou acariciando a cabeça do animalzinho.

   — Bom, espero que fiquem bem. Eu já vou indo.

   Fui ao refeitório e depois para a sala de alquimia, onde fiz minhas aulas em conjunto e durante à tarde, tive outra com Seonghwa, já que Yoongi, estaria ocupado no vilarejo o dia todo. Me ocupei o dia todo e quando finalmente pude descansar, fui pegar o Krystallo que estava com seu cuidador mais cedo que o normal, pelo simples motivo de uma tempestade que estava se aproximando e não queria que Hoseok, demorasse para voltar a sua casa ou até mesmo ficasse embaixo da chuva. Não quero que ele fique doente.

   Antes de chegar ao salão principal, vi uma pessoa sair da sala onde Yoongi trabalhava. Eu nunca o vi antes, mas parecia bastante com Jimin.

   — Jimin? — Perguntei ainda longe, mas ele não olhou para trás e saiu apressado em direção ao salão principal.

   Fiz uma pequena corrida na tentativa de ver quem era essa pessoa, mas não havia mais ninguém ali. Achei estranho, mas fui em direção a saída e depois dei a volta até o jardim dos mascotes, onde acenei para Hoseok e me aproximei.

   — Hoseok, eu já terminei meu turno e vou pegar o Mirtilo mais cedo hoje. — Olhei para cima, assim que o primeiro trovão soou sobre nós. — Está vindo uma tempestade, é não quero que você se molhe. Pode ir.

   — Tudo bem. — Respondeu e se abaixou em frente ao mirtilo, para abraçar e se despedir. — Nos vemos amanhã, amigo.

   — Hoseok, antes de você ir, você viu o Jimin por aqui?

   — Não, ele saiu com a algumas horas, com alguns membros da guarda dele. Até o cuidador do mascote dele foi liberado mais cedo, porque eles só irão chegar ao anoitecer.

   —Hum, tudo bem. Era somente isso. Agora pode ir para casa, e tome cuidado. Quer saber, eu te acompanho.

   — Não precisa, Luna. Minha mãe, trabalha aqui perto e vou ficar lá, até a hora de ir para casa, mas obrigado pela gentileza. — sorriu. — Você é bem prestativa como a sua irmã mais velha. Quando eu crescer, quero ser tão bom quanto vocês duas.

   — Você já é, mesmo com esse tamanho, Hoseok. — Dessa vez, eu quem acabei sorrindo com a doçura do garoto. — Agora vá, antes que comece a chover.

   Ele saiu praticamente as pressas, e eu fui em direção aos dormitórios de alquimistas. Mas assim que cheguei, as primeiras gotas de chuva começaram a cair. Providenciei uma cama improvisada para o mascote, que se aconchegou bastante e dormiu enquanto eu tomava banho e trocava de roupa. Porém, quando estava terminando de me vestir, escutei batidas fortes na minha porta.

   Eu não estava esperando ninguém, e o barulho estrondoso acabou acordando o Krystallo, que ficou super assustado. Assim que abri a porta, vi dois ogros das masmorras e a Miko - que estava com sua cara de brava, como sempre.

   — Aqui está ela, a levem para as masmorras da qual nunca deveria ter saído. — Ela falou, e um deles me agarrou pelo braço, me arrastando para fora.

   — Miko, o que é isso? — Perguntei desesperada. — O que está acontecendo? Por que está fazendo isso comigo? — Comecei a me debater e escutei Mirtilo, berrar dentro do meu quarto. — O que eu fiz?

   — Você sabe muito bem o que fez, sua traidora. — Ela respondeu ríspida, sem ao menos olhar na minha cara. — Tirem ela daqui.

   Fui arrastada até às masmorras no último andar, na qual fiquei com a minha irmã, assim que chegamos aqui.

   — O que está acontecendo, Jamon? — Perguntei ao Ogro, que acabará de me colocar aqui. — Eu exijo uma explicação.

   — Luna, mau. — Ele disse. — Luna, querer matar Miko envenenada.

   — Eu não! De onde tiraram isso? — Perguntei incrédula.

   — Namjoon, conversar com você depois. — Disse e foi embora.

   Mesmo que a Miko, seja um porre de chata, eu nunca tentaria matar ela. Isso é uma calúnia. Alguém está armando para cima de mim. Depois de horas, Namjoon, apareceu em frente a muda cela e sua expressão era de tristeza.

   — Namjoon, você precisa me tirar daqui. — Falei me encostando nas grades e suplicando. — Eu fui colocada aqui injustamente. Eu não fiz nada e nem sei o motivo de ter vindo parar aqui. Se foi por causa do pêssego que eu peguei na cozinha, foi porque estava com fome, mas anotei a retirada. Eu juro.

   — Não foi por causa disso, Luna. Alguém acabou de envenenar a Miko, a algumas horas atrás, com um veneno raro. — Namjoon, falou tranquilamente como sempre. — Yoongi, foi chamado as pressas e pediremos para que ele faça um antídoto o mais rápido possível. Ela ainda estava de pé até uma hora atrás, mas acabou de ficar fraca e está deitada na cama, e gemendo de dor.

   — Mas não fui eu, Namjoon! De onde tiraram a ideia que eu faria isso?

   — Eu não sei direito, mas a própria Miko, afirmou que você seria a única pessoa que poderia tentar fazer algo assim com ela, para defender sua irmã, já que ambas tiveram uma discussão ontem.

   — Namjoon, eu nunca faria isso com ninguém, principalmente a Miko. Eu posso ser estabanada e até gostar de uma confusão, mas não faria algo tão desumano assim! Precisa acreditar em mim. — Falei com a voz embargada pelo choro. — Juro que não fui eu.

   — Eu vou dar esse voto de confiança em você, Luna, mas não posso te tirar daqui agora. — Ele respondeu segurando minhas mãos, entre as grades. — Falarei com Yoongi, assim que ele chegar e estiver preparando um antídoto. — Disse e começou a se afastar.

   — Espera, ela ingeriu o veneno como?

   — Disse ela, que deixaram uma bandeja com uma taça com um suco de amora e um pedaço grande de carne. — respondeu. — Havia um bilhete com seu nome.

   — Droga, ela tomou o veneno que Yoongi e eu, estávamos fazendo a alguns dias atrás. — Tudo fez sentido, menos uma parte.

   — Então você sabe o antídoto?

   — Namjoon, você sabe o que é a semente branca da vida?

   — Sim, claro que sei. — Respondeu e vi seu rosto ruborizar um pouco. — Por quê?

   — Esse é o antídoto do veneno. Só precisa fazer ela beber um pouco disso, que ela vai ficar bem depois de alguns minutos.

   — Não, isso não é possível e ela não vai querer tomar. Ela vai preferir a morte.

   — Apenas faça e de para ela beber. Não diga o que é, enquanto ela não melhorar. Verá que ela vai ficar melhor.

   — Eu vou fazer, porque é a única chance que temos enquanto Yoongi não chega. — Disse e voltou a se afastar.

   — NAMJOON, EU TENHO QUE FALAR OUTRA COISA. — Gritei e ele voltou correndo. — Antes que você vá, eu preciso contar o que eu vi hoje à tarde. Quando estava saindo da minha aula com Seonghwa, vi uma pessoa sair da sala de trabalho do Yoongi. Era muito parecido com Jimin. Eu corri para ter certeza se não era ele, mas acabou desaparecendo. — Comecei a chorar. — Namjoon, eu estou suplicando. Eu sou inocente. Agora corra e salve a Miko. Não quero pagar por um crime que não cometi.

   Ele apenas concordou e saiu correndo em direção ao corredor que dá acesso as escadas. Voltei em direção as pedras na qual foram minha cama um dia. Deitei e me permiti chorar o tanto que pudesse até cair no sono.

   [...]

  

Guardiã: Entre Dois Mundos.Onde histórias criam vida. Descubra agora