Fui para praia, e fiquei jogando algumas pedrinhas e algumas conchinhas na água. Queria me distrair um pouco, enquanto o sol ainda estava se pondo. Jimin ainda queria que eu pedisse ajuda a Miko, mas eu não queria, porém, eu não tenho muita opção a não ser ter que fazer isso com ela. Quem me garante que ela não vá tentar alguma coisa, enquanto estivermos na outra dimensão? Jessi, com certeza aceitaria me ajudar, mas não acho que a Miko, faria ou se seja seguro estar em um ambiente totalmente diferente com ela e sem ajuda.
— Tentando tirar algum peso da mente, Sora? — Namjoon, falou se aproximando ao meu lado.
— Sim, estou entre a cruz e a espada. — Respondi, jogando mais uma pedrinha na água. — Não sabia que estava aqui.
— Eu costumo vir aqui, quando preciso relaxar. É muito trabalho que estamos tendo a alguns meses e sempre venho ver o mar e escutar o barulho das ondas, sempre que posso. — Falou se sentando na areia. — Acabamos de receber uma mensagem do conselho.
— Já deram a localização atual deles? — Perguntei me sentando ao seu lado.
— Estão a dois vilarejos daqui. — Respondeu. — Amanhã pela noite, eles estão chegando na fortaleza.
— Então não tenho muito tempo para decidir o que fazer. — Pensei alto.
— Não quer mais pedir o afastamento da Miko ou outra coisa? — Me encarou.
— Você não quer que ela deixe o posto dela?
— Não é isso, mas sei que ela foi além do que deveria ter feito com a sua irmã. A raiva acabou cegando a razão, e obviamente tem que pagar pelo erro cometido, mas ela quem conseguiu deixar nossa fortaleza e essa província em pé. — Namjoon, falou tranquilamente. — Quando eu cheguei aqui, ela também era bem carrasca comigo. Sempre tento corrigir ela aqui e alí, para vocês não serem tão injustiçadas como eu fui.
— Ela foi pior do que está sendo comigo?
— Veja isso. — Virou de costas, e tirou a parte de cima, do seu traje. — Está vendo essas cicatrizes nas minhas costas?
— Sim, são enormes. — Estava surpresa em ver. Eram mais profundas. As feridas que a Luna tem, são apenas superficiais. — Ela quem fez isso?
— Não exatamente. Mas esse acidente que eu tive, foi mais leve do que ela tem nas pernas. — Respondeu virando para frente, e colocando sua roupa nas pernas. — Fomos em uma visita de campo, e nisso ficamos presos em uma caverna bem íngreme. Pedimos por ajuda a algumas pessoas que passaram, mas acabaram jogando algo inflamável no pouco espaço que tínhamos. Eu consegui me queimar pouco, por conta da Miko, ter me protegido da forma que ela poderia. Consegui conjurar um feitiço que deveria ser usado em caso de extrema urgência, e então saímos de lá. — Falou olhando para o mar, e vi seus olhos marejados. — Eu consegui usar minhas asas pela última vez, nesse dia.
— Você também tinha?
— Sim, eu tinha quatro. Para poder sair da caverna, tive que sacrificar duas delas. Mas quando vi o estado que a Miko ficou quando saímos, era de se dar pena. Estavam em carne viva. Então com as últimas que ficaram, consegui voltar para a fortaleza e ela ser atendida pelo antigo médico que estava com a gente. — Ele riu. — Era o pai da Hwasa. Ele a atendeu, e falou que a Miko, ficaria quase sem movimentos por causa dos ferimentos. Perguntei o que poderia ser feito para ajudá-la, e ele falou que não poderia fazer muita coisa. Poderia fazer uma poção de cura, mas não seria o suficiente para ela voltar ao normal totalmente. Nisso, ele também perguntou o que havia acontecido com as minhas costas, que estavam sangrando muito. Então tive a idéia de fazer o feitiço de novo.
— Como ela ficaria só com a porção do pai da Hwasa?
— Só conseguiria recuperar metade das pernas, que foram queimadas enquanto ela me protegia. — Respondeu pegando uma pedrinha e depois jogando na água. — Então eu dei meu último par, para que ela pudesse voltar a sua forma anterior e até mais forte e resistentes que antes. Passei uma semana em inconsistente por causa da perda de sangue. Quase morri, se não fosse por ela ter me doado. O que eu quero dizer, Sora, é que independente do que nós fizermos para alguém, aquilo sempre volta para nós. Apenas tente dar uma última chance para ela, antes de pedir ao conselho o afastamento dela como líder.
— Eu realmente estava pensando nisso, Namjoon. Acho que vou conversar com ela, quando voltar para a fortaleza. — Falei pegando uma pedrinha. — Vou dar uma última chance para ela, e espero que não jogue fora essa oportunidade. Sei como é perder algo que tenha dedicado quase a vida toda para conseguir.— Não se preocupe, eu vou conversar com ela depois. Miko, sempre me escuta. — Namjoon, falou se levantando. — Acho melhor voltar. Está ficando tarde. Você vem?
— Sim, eu vou. — Joguei a pedra em direção a água, mas acabei acertando em algo.
— AI, ESTÃO QUERENDO ME MATAR?! — Lucy, gritou saindo da água. — Não posso passar dois dias fora, que já sou recebida a pedradas. — Passou a mão na cabeça.
— Desculpa, Lucy, eu não sabia que você estava aqui e nem vi você. — Falei desesperada me aproximando.
— Só machucou ou abriu algum ferimento? — Namjoon, perguntou preocupado.
— Não acho que abriu nada, só machucou mesmo. — Lucy, respondeu tirando a mão da cabeça e vindo em direção a areia.
— Vamos até a enfermaria, para ter certeza que não aconteceu nada mais grave. — Namjoon, falou.
Depois do jantar, fui atrás da Miko e a encontrei no mesmo lugar de antes. Me aproximei e assim que ela me viu, se levantou na tentativa de ir embora.
— Miko, espere. Precisamos ter uma conversa. — Falei, e ela parou ainda de costas para mim. — Juro que é uma conversa pacífica. Por favor, fique.
— Desculpe, mas acho melhor não. Faremos isso depois. Tenha uma boa noite. — Ela respondeu calma e educada, mas foi embora.
Quando a Jessi chegou, veio falar diretamente comigo e com Namjoon, já que Miko, havia saído muito cedo para resolver alguns assuntos importantes e não sabíamos a hora que ela voltaria. A chamei para conversar no meu quarto, onde ninguém poderia nos atrapalhar ou escutar o que falaríamos.
— Seu quarto está diferente da última vez que vim aqui. — Jessi, falou observando as mudanças que eu havia feito.
— Sim, eu mudei algumas coisas. — Respondi, enquanto guardava a concha da minha penteadeira, em um baú que Jimin, me deu. — Coloquei algumas prateleiras ali encima e modifiquei essa parede. Agora a janela é bem maior, entra mais luz e ainda tem um tipo de sofá e gavetas de armário, na parede. — Voltei para perto dela. — Consegui tudo isso com magia, trabalho duro e com uma ajudinha muito importante. Meu quarto ficou mais espaçoso, e ainda vai ficar mais. Quero tirar esse sofá e essa mesinha de centro, que o Jungkook me deu.
— E onde vai colocar?
— Estou com planos de levar para minha nova moradia. — Falei me sentando ao seu lado.
— Não vai ficar mais aqui? Conseguiu alguma casa no vilarejo?
— Até que seria uma boa idéia, mas não vai ser lá que eu pretendo morar. Mas isso vai depender de você e de outras pessoas.
— De mim?
— Jessi, quero que conheça uma pessoa. — Falei segurando meu colar.
[...]
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Guardiã: Entre Dois Mundos.
Fanfiction"Mesmo que nossos corações não se movam, eu vou lutar por eles" Jungkook, membro da guarda Specialis e chefe da guarda de exploração , estava treinando os novos membros da guarda de exploração, quando foi avisado para comparecer imediatamente a...