Capítulo 24

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Oiee,

Mais um pouquinho para vcs que gostam dessa história...
Comentem bastante e eu volto com mais hoje...

Beijos💋
Rafa🦋
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Carla deu-se outra hora para deixar o escritório temporário e voltar à cozinha. Ajudantes de garçom entravam e saíam com carrinhos cheios de bandejas e pratos sujos. O lavador de pratos sussurrava uma melodia de boca fechada, atarefado. Panelas chiavam. Uma cozinheira cantava enquanto temperava o frango. Duas horas até a correria do jantar. Dentro de mais uma, o pânico e a confusão se instalariam.

Foi então, quando o cheiro da comida lhe chegou, que Carla percebeu que ainda não comera. Decidindo matar dois pássaros com uma pedrada, começou a vasculhar os armários. Encontraria alguma coisa para um jantar tardio e veria exatamente como estavam organizadas as provisões.

Não podia se queixar das últimas. Os armários achavam-se não apenas bem estocados, mas estocados sistematicamente. Marcos tinha várias qualidades excelentes, pensou. Pena que não incluíssem a mente aberta. Ela continuou a examinar prateleira por prateleira, mas o artigo que buscava não estava em parte alguma.

— Srta. Diaz?

Ouvindo a voz de Marcos atrás, Carla fechou devagar a porta do armário. Não teve de se virar para ver a fria polidez nos olhos nem a desaprovação na boca franzida. Ia ter de fazer logo alguma coisa com a situação, decidiu. Mas no momento estava meio cansada, inteiramente faminta e não no clima para lidar com aquilo.

— Sim, Marcos.

Ela abriu a porta seguinte e examinou o estoque.

— Talvez eu possa ajudá-la a encontrar o que está procurando.

— Talvez. Na verdade, estou verificando para ver se estamos bem estocados e procuro o creme de amendoim. Parece que... — ela fechou a porta e passou à outra — estamos de fato muito bem estocados, e muito bem organizados.

— Minha cozinha é completamente organizada — começou Marcos, rígido. — Mesmo no meio de toda essa... essa carpintaria.

— A carpintaria já está terminando — ela disse, tranquila. — Acho que os novos fogões estão funcionando muito bem.

— Para alguns, o que é novo é sempre melhor.

— Para alguns — ela respondeu — o progresso é sempre o dobre de finados. Onde encontro o creme de amendoim, Marcos? Eu realmente quero um sanduíche.

Desta vez ela se voltou, a tempo de ver as sobrancelhas dele se erguerem e a boca abrir-se.

— Embaixo — ele disse com um esboço de sorriso desdenhoso ao apontar. — Mantemos essas coisas à mão para o cardápio das crianças.

— Ótimo. — Sem se ofender, ela se abaixou e encontrou o creme. — Gostaria de me acompanhar?

— Não, obrigado. Tenho trabalho a fazer.

— Ótimo. — Carla pegou duas fatias de pão e começou a espalhar o creme de amendoim. — Amanhã, às nove horas, você e eu repassaremos os menus planejados em meu escritório.

— Vou estar muito ocupado às nove.

— Não — ela corrigiu suavemente. — Vamos estar ocupados das sete às nove, depois tudo tende a se normalizar, sobretudo em meados da semana, até a correria do almoço. Nove horas — repetiu. — Desculpe, preciso pegar um pouco de geleia para esse sanduíche.

Sobremesa de CarlaOnde histórias criam vida. Descubra agora