Capítulo 27

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Oie,

então finalmente chegou o que vocês tanto esperaram...

Espero que vocês gostem da sutileza desse capítulo. Li e reli várias vezes por que amo justamente essa sutileza.

Comentem bastante e talvez eu ainda volte daqui a pouco... agora vou correr pra escrever a continuação das Ones...

beijoos💋
Rafa🦋
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Luar. A prateada feitiçaria do luar escorria pelas janelas. Rosas. A frágil fragrância das rosas flutuava no ar. Música. A música em surdina de Beethoven entrava vagando do apartamento de baixo.

Soprava uma leve brisa. Carla sentiu-a sussurrar em seu rosto quando ele a colocou na cama. Atmosfera, pensou meio zonza. Se houvesse planejado uma noite de amor, não poderia ter montado melhor o cenário. Talvez... Puxou-o para baixo, juntando-se a ela... Talvez fosse o destino.

Via os olhos dele. Verdes, profundos, diretos, envolventes. Ele olhava-a, nada mais fazendo além de traçar a forma do seu rosto, dos lábios, com o dedo. Alguém já lhe mostrara aquele tipo de ternura? Ela algum dia a quisera?

Não. E se a resposta era não, já mudara bruscamente. Ela queria essa nova experiência, a doçura que sempre ignorara, e queria o homem que lhe traria às duas coisas.

Tomando o rosto dele nas mãos, ela examinou-o. Aquele era o homem com o qual ela ia partilhar aquele único momento completamente privado, o homem que logo ia conhecer o seu corpo tão bem quanto suas vulnerabilidades. Ela podia ter vacilado na confiança — se pudesse resistir à necessidade e à força que via nos olhos dele.

— Me beije de novo — murmurou. — Ninguém jamais me fez sentir do jeito que você faz quando me beija.

Ele sentiu uma onda de prazer, intenso, estonteante. Baixando a cabeça, tocou os lábios nos dela, brincando com eles, observando-a como ela o observava, e as emoções cresciam e a necessidade aguçava-se. Devia ele ter sabido que ela ficaria ainda mais linda ao luar, os cabelos espalhados num travesseiro? Poderia ter sabido que o desejo por ela seria uma dor diferente de qualquer desejo que já conhecera? Ainda era uma coisa simples como o desejo, ou ele já cruzara uma linha da qual nem sabia?

Com um gemido, aprofundou o beijo e sentiu o corpo dela ceder sob o seu no mesmo momento em que a boca de Carla se tornava ávida. Pequenas línguas de paixão tremularam, ainda abafadas sob a delicadeza que os dois pareciam precisar. Estranho, porque nenhum deles necessitara daquilo antes, nem pensavam muitas vezes em mostrá-lo.

As mãos dela eram leves no rosto dele, no pescoço, depois penteando devagar os cabelos. Embora o corpo dele pesasse sobre o dela, ainda não havia exigências.

Saboreie-me. A ideia correu rápida pela cabeça de Carla quando os lábios dele viajavam pelo seu rosto. Devagar. Ela jamais conhecera um homem com tal prática ou uma excitação tão estonteante. Boca contra boca, depois boca contra pele — cada uma enterrava-a mais e mais fundo num langor que abrangia corpo e mente.

Ensine-me. E ele pareceu entender essa nova necessidade. Moveu as mãos, mas ainda sem pressa, pelos ombros dela, pelos flancos abaixo, e depois as subiu mais uma vez para sussurrar nos seios dela — até não bastar mais para nenhum dos dois. Então, sem palavras, começaram despir-se um ao outro.

Dedos de luar cruzavam a carne exposta — um ombro, o comprimento de um braço, um torso enxuto. Luxuriosamente, Carla correu as mãos pelo peito de Arthur, aprendendo o músculo e a forma. Preguiçosamente, ele explorou toda ela e aprendeu as sutis formas e sedas. Mesmo quando a última barreira de roupas foi tirada, os dois não se precipitaram. Tanta coisa a tocar, saborear — e o tempo não tinha mais sentido.

A brisa entrava, mas eles ficavam mais quentes. Sempre que os dedos dela vagavam, a carne dele ardia, depois esfriava apenas para arder de novo. Quando levou os lábios sobre ela, encontrando prazer, aprendendo os segredos, ela começou a arder. E a demanda insinuou-se para dentro dos dois.

Mais urgente agora, com rápidos gemidos e respirações trêmulas, tomaram-se mais um ao outro. Ele não sabia que podia ser conduzido, e ela sempre se recusara a deixar ser levada, mas agora um guiava o outro para o mesmo destino.

Carla sentia a realidade escorrendo para longe, mas não tinha vontade de detê-la. A música penetrava apenas fraca em sua consciência, mas os murmúrios dele eram facilmente ouvidos. Era o cheiro dele, não mais das rosas, que a excitava. Ela sentiria o que tinha de sentir, iria aonde tinha de ir, desde que o tivesse consigo. Junto com o mais forte desejo físico que ela já conhecera, uma necessidade emocional explodia dentro dela. Não podia questioná-la, não podia recusá-la. Sentia o corpo, a mente, o coração, tudo doendo por ele.

Com o nome dele tremendo nos lábios, ela tomou-o dentro de si. Depois,para os dois, o prazer foi tão intenso que esqueceram a sanidade. Sensações —ondas, inundações, tempestades — açoitavam-na por dentro. A calmaria tornara-seum furacão no qual se esbaldar. Juntos, foram arrebatados.

Sobremesa de CarlaOnde histórias criam vida. Descubra agora