Capítulo 40

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Oieee,

Gente tá difícil escrever as Ones, mas tô aqui tentando viu... esses dois me arrumam cada coisa!

E sobre a Sobremesa só queria dizer que esse capítulo tá ótimo, mas o 41 TÁ BABADOOOO!

Então se vcs quiserem ele ainda hoje comentem, muito! Quero muitos comentários... kkkkkkkk

Boa leitura!
Beijinhooos 💋
Rafa🦋
@ConduruRafa
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Ela o fazia sentir-se jovem, tolamente jovem e irresponsável, sentado num canto escuro do cinema com um imenso barril de pipoca no colo e as mãos dela na sua. Quando olhava para seu passado, Arthur não se lembrava de tempo algum em que não se sentisse seguro — mas irresponsável? Jamais. O fato de ter um pai multimilionário por trás entranhara nele um senso muito exigente de dever. Por mais que se beneficiasse enquanto crescia por ter sempre o melhor, sempre houvera a pressão tácita da manutenção desse padrão — para si mesmo e para a empresa da família.

Como sempre levara essa posição a sério, era um homem cauteloso. A impulsividade jamais fizera parte do seu estilo. Mas talvez isso estivesse mudando um pouco — com Carla. Tinha o impulso de dar-lhe o que ela quisesse essa tarde. Se fosse uma viagem a Paris para cear no Maxim's, ele teria acertado isso na hora. Mas também, devia ter sabido que um saco de pipoca e um filme faziam mais o estilo dela.

Era esse estilo — o contraste entre elegância e simplicidade — que o atraíra desde o princípio. Sabia, sem qualquer dúvida, que jamais haveria outra mulher que o emocionasse da mesma forma.

Carla sabia que, havia dias, não se sentia completamente relaxada. Na verdade, não pudera relaxar com ninguém de modo algum desde o acidente, só com Arthur. Ele lhe dera apoio, mas, o mais importante, dera-lhe espaço. Não haviam estado juntos com frequência na última semana, e ela pouco sabia do que ele andava fazendo, a não ser que fechava o acordo com a cadeia Hilton. Os dois haviam estado ocupados, preocupados, pressionados, mas quando a sós e longe da Picoli House não pensavam em negócios. Sabia como ele dera duro nessa compra — a negociação, a papelada, as intermináveis reuniões. Mas pusera tudo de lado — por ela.

Carla curvou-se para ele.

— Docinho.

— Uum?

— Você — ela sussurrou por baixo do diálogo na tela. — Você é um docinho.

— Porque achei um filme pavoroso?

Com uma risadinha, ela estendeu a mão para pegar mais pipoca.

— É pavoroso mesmo, não é?

— Terrível, razão pela qual o cinema está quase vazio. Eu gosto assim.

— Antissocial?

— Não, apenas torna mais fácil... — Chegando mais perto, ele tomou o lóbulo da orelha dela entre os dentes — me entregar a este tipo de coisa.

— Oh.

Carla sentiu a emoção do prazer começar nas pontas dos pés e ir subindo.

— E este tipo de coisa. — Ele mordeu-lhe o pescoço, gostando da rápida inspirada dela. — Seu gosto é melhor que o da pipoca.

— E é uma pipoca excelente.

Carla voltou a cabeça para procurar com a boca a dele.

Tão quente, tão certo. Ela sentia quase possível dizer que seus lábios eram feitos para encaixar-se nos dele. Se acreditasse nessas coisas... Se acreditasse nessas coisas, poderia dizer que os dois haviam sido destinados a encontrar um ao outro naquele estágio de suas vidas. Encontrar-se, chocar-se, atrair-se, fundir-se. Um homem para uma mulher, eternamente. Quando estavam juntos, quando os lábios dele se aqueciam nos dela, ela quase acreditava. Queria acreditar.

Ele correu a mão pelos cabelos dela. Só o toque, e nada mais, já o fazia querê-la de um modo irracional. Jamais se sentira tão forte como quando estava com ela. E jamais tão vulnerável. Não houve a explosão de barulhos e música dos alto-falantes. Ela não via o súbito caleidoscópio de cor e movimento na tela. Estorvados pelos estreitos assentos, mexeram-se para ficar mais próximos.

— Desculpem. — O jovem lanterninha, que ocupava o emprego até setembro, quando recomeçava a escola, arrastou os pés no corredor. Depois pigarreou. — Desculpem.

Erguendo o olhar, Arthur notou que as luzes se haviam acendido e a tela ficara branca. Após um instante de surpresa, Carla apertou a boca contra o ombro dele para abafar uma risada.

— O filme acabou — disse o rapaz, constrangido. — Nós temos de... ah... esvaziar o cinema depois de cada sessão.

Olhando para Carla, concluiu que qualquer homem perderia o interesse num filme com alguém como ela ao lado. Então Arthur se levantou, alto, ombros largos, com uma das sobrancelhas erguida. O rapaz engoliu em seco. Muitos caras não gostavam de ser interrompidos.

— Ah... é a regra, senhor, o senhor sabe. O gerente...

— E bastante razoável — Arthur interrompeu-o quando notou o pomo-de-adão do garoto subindo e descendo.

— Vamos levar a pipoca — disse Carla, levantando-se. Enfiou o saco sob o braço e passou o outro pelo de Arthur. — Boa noite — disse ao lanterninha por cima do ombro quando saíram.

Do lado de fora, explodiu numa risada.

— Pobre criança, achou que você ia agredi-lo.

— A ideia me passou pela mente, mas só por um breve instante.

— O bastante para deixar o pobre nervoso. — Após entrarem no carro, ela pôs as pipocas no colo dele. — Sabe o que ele pensou, não sabe?

— O quê?

— Que estávamos tendo um caso ilícito. — Curvando-se, ela mordeu a orelha dele. — Daqueles em que a esposa acha que o marido está no escritório, ele acha que ela está nas compras.

— Por que não foram para um motel?

— É para onde vamos agora. — Tornando a mordiscar a pipoca, ela lançou-lhe um olhar maldoso. — Embora eu ache que em nosso caso podemos substituir por meu apartamento.

— Estou querendo ser flexível, Carla... — Puxou-a contra seu flanco ao furarem um sinal. — De que era mesmo que tratava o filme?

Rindo, ela encostou a cabeça no ombro dele.

— Não tenho a mínima ideia.

Sobremesa de CarlaOnde histórias criam vida. Descubra agora