Oiie,
Cheguei com o último de hoje.
E veio aí...Comentem muito, quero saber o que vcs acharam!
Beijos💋
Rafa🦋
——————————————————————Arthur deixou o estacionamento e juntou-se ao tráfego. A simples gratidão dela não devia tê-lo surpreendido. Sem dúvida não devia comovê-lo. Ele tinha a sensação de que ela teria tido a mesma reação discreta e satisfeita se ele lhe houvesse presenteado com um casaco comprido de marta, ou um bracelete de diamantes. Com Carla, não seria o presente, mas a natureza da doação. Ele descobriu que gostava muito dessa ideia. Não era uma mulher que se impressionasse facilmente, pensou, e sim uma mulher que podia facilmente ser satisfeita.
Carla fez uma coisa que raras vezes fazia, a não ser que estivesse inteiramente a sós. Relaxou de verdade. Embora tivesse os olhos fechados, não se sentia mais sonolenta e sim consciente. Sentia o movimento macio do carro embaixo, ouvia o rumor do tráfego do lado de fora das janelas. O carro era espaçoso, mas ela sentia o calor do corpo de Arthur no assento ao lado.
Agradável. Era a palavra que lhe passou pela mente. Tão agradável que parecia não haver necessidade de cautela, defesas. Era lamentável, refletiu, que não estivessem rodando ao léu...
Estranho, ela jamais escolheria fazer alguma coisa sem objetivo. E no entanto essa noite, rodar — por uma praia longa e deserta — com a lua cheia refletindo-se na água, e a areia branca. Ouviam-se as ondas, e viam-se as estrelas que tão raras vezes se notavam na cidade. Sentia-se o cheiro do sal e da espuma. A umidade e o ar quente fluiriam na pele.
Ela percebeu o carro deixar a estrada e parar com um ronronar. Por mais um momento, apegou-se à fantasia.
— Em que está pensando?
— Na praia — ela respondeu. — Estrelas. — Conteve-se, surpresa por haver-se entregado ao que só podia ser chamado de romantismo. — Eu levo a pizza — disse, aprumando-se. — Você pode trazer o champanhe.
Ele pôs a mão em seu braço, de leve, mas deteve-a. Devagar, correu o dedo para baixo.
— Gosta de praia?
— Na verdade nunca pensei nisso — ela respondeu.
No momento, descobria que não gostava de nada mais que repousar a cabeça no ombro dele e ver as ondas rolarem para a praia. Contar estrelas. Por que iria querer satisfazer-se com uma coisa tão tola agora, quando jamais quisera antes?
— Por algum motivo — disse — simplesmente pareceu que esta era a noite perfeita para isso.
— Como não tem praia, vamos ter de produzir outra coisa. Que tal sua imaginação?
— Bastante boa. — Bastante boa, ela pensou, para ver onde acabaria, se não mudasse o clima, o dela e o dele. — E no momento imagino que a pizza está ficando fria, e o champanhe quente.
Abrindo a porta, saltou com a caixa na mão. Uma vez dentro do prédio, Carla subiu a escada.
— O elevador costuma funcionar? — ele perguntou.
Mudou a sacola de braço e juntou-se a ela.
— Ora sim, ora não, na maioria das vezes não. Não confio nele.
— Neste caso, por que escolheu o quarto andar?
Ela sorriu ao contornarem o segundo andar.
— Gosto da vista, e do fato de que em geral os vendedores se desencorajam quando se veem diante de mais de dois lances de escada.
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Sobremesa de Carla
FanfictionUma chef refinada, mas viciada em junk food? Quanto mais Arthur Picoli conhece a extraordinária confeiteira Carla Diaz, mais fica intrigado e decidido a contratá-la. Arthur quer o melhor profissional do ramo, e Carla possui uma experiência excelente...