O que dizer de Carla e Arthur?
Nao sei se rio ou se choro, de verdade!
Kkkkkkkkkkk...Vamos ler que a gente ganha mais!
Comentem bastante e quem sabe eu volto à noite com mais...Beijos💋
Rafa🦋
@ConduruRafa
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— Bom dia, Arthur.Ao vê-la entrar, ele pôs de lado a pasta que examinava e recostou-se na poltrona.
— Teve problema para encontrar o elevador?
— Não. — Cruzando a sala, escolheu uma poltrona e sentou-se. Ele tinha a mesma aparência, ela pensou, da primeira vez em que ela entrara em seu escritório. Distante, aristocrático. Aquele, pois, era o nível perfeito para conversarem. — Este é dos poucos hotéis onde a gente não envelhece esperando o elevador.
— Você sabe o que significa o termo imediatamente?
— Sei, sim. Estava ocupada.
— Talvez eu devesse deixar claro que não tolero um empregado me deixar esperando.
— E eu vou deixar duas coisas claras — ela respondeu. — Não sou apenas uma empregada, mas uma artista. Segundo, não atendo ao estalar dos seus dedos.
— São onze e meia — começou Arthur com uma brandura que a deixou desconfiada na hora. — De um dia de trabalho. Os seus contracheques são emitidos por mim. Portanto, você me atende.
Um fraco e denunciador rubor insinuou-se nas faces dela.
— Você transformaria meu trabalho numa coisa a ser medida em dólares, centavos e minuto a minuto...
— Negócios são negócios — ele respondeu, abrindo as mãos. — Acho que você foi muito clara nesse aspecto.
Ela manobrara para ficar nessa exata posição, e ele lhe dera um útil empurrãozinho. Em consequência, apenas se tornou mais altiva.
— Estou aqui agora. Está perdendo tempo.
Como rainha de gelo, era magnífica, pensou Arthur. Imaginava se ela percebia como uma mudança de expressão e um tom de voz alteravam sua imagem. Ela podia ser meia dúzia de mulheres no correr de um dia. Se sabia ou não, Carla tinha o talento da mãe.
— Recebi outro telefonema de insatisfação de Marcos — ele disse, sem rodeios.
Ela ergueu uma sobrancelha e olhou com um ar de realeza na iminência de ordenar uma decapitação.
— Sim?
— Ele protesta... fortemente... contra algumas das mudanças propostas no menu. Ah... — Ele baixou o olhar para a prancheta sobre a escrivaninha. — A terrina de pato parece ser o problema atual, embora houvesse vários outros.
Carla empertigou-se na poltrona, erguendo o queixo.
— Creio que você me contratou para elevar a qualidade da comida da Picoli House.
— Foi.
— É precisamente o que estou fazendo.
O francês começava a insinuar-se no seu tom de voz, os olhos começavam a fulgir. Apesar de isso aborrecê-lo, ela ficava inegavelmente mais atraente assim.
— Também a contratei para administrar a cozinha, o que significa poder controlar a equipe.
— Controlar? — Ela se levantou, e a rainha de gelo se transformara na artista furiosa. Usava gestos largos, movimentos dramáticos. — Eu precisaria de um chicote e correntes para controlar um velho tão tacanho e de mau gênio, que se preocupa apenas com seu egocentrismo. O jeito dele é o único jeito. O menu dele é talhado em pedra, sacrossanto. Bá!
Era uma exclamação bem francesa, que ficaria ridícula em outra pessoa. Em Carla, era perfeita.
Arthur bateu a caneta na borda da escrivaninha, observando o desempenho dela. Foi quase tentado a aplaudir.
Apenas balançou a cabeça. Sentiu-se tentado a levá-la aos extremos — mas negócios eram negócios.
— Marcos trabalha para a Picoli há mais de 25 anos. — Arthur largou a caneta e cruzou as mãos, calmo, em contraste direto com o temperamento dela. — Ele é leal e eficiente, e obviamente sensível.
— Sensível. — Ela quase cuspiu a palavra. — Eu dou a ele a costela de primeira e seu precioso frango, mas mesmo assim ele não se satisfaz. Eu quero minha terrina de pato e meu clamart. Meu menu não vai parecer uma coisa comprada na esquina.
Ele se perguntava se, gravando a conversa e mostrando-a depois para ela, Carla veria o absurdo daquilo. No momento, embora tivesse de pigarrear para disfarçar uma risadinha, duvidava.
— Exatamente — disse, mantendo o rosto sem expressão. — Eu não desejo interferir com o menu. A questão é que não desejo interferir de forma alguma.
Longe de amolecida, Carla jogou os cabelos para trás dos ombros e fuzilou-o com os olhos.
— Então por que me incomoda com essas trivialidades?
— Essas trivialidades — ele respondeu — são problemas seus, não meus. Como gerente, parte de sua função é simplesmente fazer isso. Gerenciar. Se seu supervisor-chefe está sempre insatisfeito, é porque você não está fazendo seu trabalho. Tem liberdade de fazer concessões, se necessário.
— Concessões? — Todo o corpo dela se enrijeceu. Mais uma vez, ele achou-a magnífica. — Eu não faço concessões.
— Ser cabeça-dura não vai trazer paz à sua cozinha.
Ela exalou a respiração num chiado.
— Cabeça-dura!
— Exatamente. Agora o problema de Marcos voltou ao seu campo. Eu não quero mais telefonemas.
Em voz baixa, perigosa, ela soltou uma enxurrada de palavras francesas, e embora ele soubesse que era coloquial, pegou a essência. Com uma virada de cabeça, Carla dirigiu-se à porta.
— Carla.
Ela voltou-se, e a posição lembrou a ele uma das míticas arqueiras de pontaria mortal. Nem piscava quando a seta varava o coração. Rainha de gelo ou guerreira, ele a queria.
— Quero ver você esta noite.
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Sobremesa de Carla
FanfictionUma chef refinada, mas viciada em junk food? Quanto mais Arthur Picoli conhece a extraordinária confeiteira Carla Diaz, mais fica intrigado e decidido a contratá-la. Arthur quer o melhor profissional do ramo, e Carla possui uma experiência excelente...