Oieee...
Aproveitem pq depois desse começa a montanha russa!
Comentem bastanteee!Beijinhooos💋
Rafa🦋
@ConduruRafa
——————————————————————
Mais tarde, jaziam nus na cama dela, as cortinas abertas para deixar entrar a luz, as janelas erguidas para deixar entrar a brisa. Do apartamento embaixo vinha o repetitivo barulho de escalas no piano, meio inseguras. Talvez ela houvesse cochilado por um breve instante, porque a luz do sol parecia mais suave agora, quase rósea. Mas não tinha pressa pela vinda da noite.Os lençóis estavam quentes de seus corpos. O ar recendia a cheiros de ceia — costeleta de porco grelhada no apartamento da professora de piano, molho de espaguete no dos recém-casados ao lado. A brisa trazia uma mistura dos dois, atraente.
— É gostoso — ela murmurou, a cabeça aninhada na curva do ombro do amante. — Só ficar aqui assim, sabendo que a gente pode deixar para amanhã qualquer coisa que tenha de fazer. Você na certa não fez gazeta hoje.
Carla sabia que ela não fizera.
— Se eu fizesse, a empresa sofreria e o conselho começaria a resmungar. Queixar-se é uma das coisas favoritas deles.
Ausente, ela esfregava a sola do pé no peito do dele.
— Eu não lhe perguntei sobre a cadeia Hilton porque você na certa já se encheu disso no escritório, e pela imprensa, mas eu gostaria de saber se conseguiu o que desejava.
Ele pensou em pegar um cigarro, mas decidiu que não valia o esforço.
— Eu queria aqueles hotéis. Na verdade, o negócio satisfez a todas as partes no fim. Não se pode pedir mais.
— É. — Pensativa, ela se voltou para poder olhá-lo de frente, roçando os cabelos em seu peito. — Por que os queria? É a aquisição em si, a propriedade, ou apenas uma questão de prazer em rodar e negociar? A estratégia das negociações?
— Tudo junto. Parte do prazer no negócio está em fechar acordos, resolver as falhas, seguir até o fim, até criar o que se desejava.
— Está sendo lógico de novo. Na arte, a gente usa a emoção e a mente em partes iguais. E pode fazer isso nos negócios. — O encolher de ombros dela foi tipicamente francês. De algum modo, tornava-se mais francesa sempre que discutia seu ofício. — Isso aí é só fatos e números.
— Deixou de fora o instinto. Fatos e números não bastam sem isso.
Ela franziu a testa, pensando.
— Talvez, mas você não seguiria o instinto passando por cima de um conjunto de fatos concretos.
— Mesmo um conjunto de fatos varia de acordo com as circunstâncias e os jogadores. — Ele pensava nela agora, e em si mesmo. Estendendo a mão, colocou o cabelo dela atrás da orelha. — Os instintos muitas vezes são mais dignos de confiança.
E ela pensava nele agora, e nela própria.
— Muitas vezes mais — murmurou —, mas nem sempre mais. Isso deixa espaço para o fracasso.
— Nenhum volume de planejamento, nenhuma quantidade de fatos exclui o fracasso.
— É.
Ela tornou a pôr a cabeça no ombro dele, tentando afastar a gotinha de pânico que tentava insinuar-se.
Ele passou a mão pelas suas costas. Ela continuava tão cautelosa, pensou. Um pouco mais de tempo, um pouco mais de espaço — uma mudança de assunto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sobremesa de Carla
Fiksi PenggemarUma chef refinada, mas viciada em junk food? Quanto mais Arthur Picoli conhece a extraordinária confeiteira Carla Diaz, mais fica intrigado e decidido a contratá-la. Arthur quer o melhor profissional do ramo, e Carla possui uma experiência excelente...