Capítulo 41

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Oieee...

Aproveitem pq depois desse começa a montanha russa!
Comentem bastanteee!

Beijinhooos💋
Rafa🦋
@ConduruRafa
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Mais tarde, jaziam nus na cama dela, as cortinas abertas para deixar entrar a luz, as janelas erguidas para deixar entrar a brisa. Do apartamento embaixo vinha o repetitivo barulho de escalas no piano, meio inseguras. Talvez ela houvesse cochilado por um breve instante, porque a luz do sol parecia mais suave agora, quase rósea. Mas não tinha pressa pela vinda da noite.

Os lençóis estavam quentes de seus corpos. O ar recendia a cheiros de ceia — costeleta de porco grelhada no apartamento da professora de piano, molho de espaguete no dos recém-casados ao lado. A brisa trazia uma mistura dos dois, atraente.

— É gostoso — ela murmurou, a cabeça aninhada na curva do ombro do amante. — Só ficar aqui assim, sabendo que a gente pode deixar para amanhã qualquer coisa que tenha de fazer. Você na certa não fez gazeta hoje.

Carla sabia que ela não fizera.

— Se eu fizesse, a empresa sofreria e o conselho começaria a resmungar. Queixar-se é uma das coisas favoritas deles.

Ausente, ela esfregava a sola do pé no peito do dele.

— Eu não lhe perguntei sobre a cadeia Hilton porque você na certa já se encheu disso no escritório, e pela imprensa, mas eu gostaria de saber se conseguiu o que desejava.

Ele pensou em pegar um cigarro, mas decidiu que não valia o esforço.

— Eu queria aqueles hotéis. Na verdade, o negócio satisfez a todas as partes no fim. Não se pode pedir mais.

— É. — Pensativa, ela se voltou para poder olhá-lo de frente, roçando os cabelos em seu peito. — Por que os queria? É a aquisição em si, a propriedade, ou apenas uma questão de prazer em rodar e negociar? A estratégia das negociações?

— Tudo junto. Parte do prazer no negócio está em fechar acordos, resolver as falhas, seguir até o fim, até criar o que se desejava.

— Está sendo lógico de novo. Na arte, a gente usa a emoção e a mente em partes iguais. E pode fazer isso nos negócios. — O encolher de ombros dela foi tipicamente francês. De algum modo, tornava-se mais francesa sempre que discutia seu ofício. — Isso aí é só fatos e números.

— Deixou de fora o instinto. Fatos e números não bastam sem isso.

Ela franziu a testa, pensando.

— Talvez, mas você não seguiria o instinto passando por cima de um conjunto de fatos concretos.

— Mesmo um conjunto de fatos varia de acordo com as circunstâncias e os jogadores. — Ele pensava nela agora, e em si mesmo. Estendendo a mão, colocou o cabelo dela atrás da orelha. — Os instintos muitas vezes são mais dignos de confiança.

E ela pensava nele agora, e nela própria.

— Muitas vezes mais — murmurou —, mas nem sempre mais. Isso deixa espaço para o fracasso.

— Nenhum volume de planejamento, nenhuma quantidade de fatos exclui o fracasso.

— É.

Ela tornou a pôr a cabeça no ombro dele, tentando afastar a gotinha de pânico que tentava insinuar-se.

Ele passou a mão pelas suas costas. Ela continuava tão cautelosa, pensou. Um pouco mais de tempo, um pouco mais de espaço — uma mudança de assunto.

Sobremesa de CarlaOnde histórias criam vida. Descubra agora