Chamas do Destino ( Liv 01 )

Cap 47 - Sangue Miklaeson

Elijah

Através dos olhos de Morgana consigo ver que apesar de possuir grande estima pelo marido, os sentimentos dela por ele não são os mesmo que ela tem por mim, todas as vezes que encontro seus olhos posso perceber que apesar de tê-la magoado seu coração continua sendo meu, a solto e ela sai em direção ao quarto. William está parado na entrada da sala me encarando com seu gene lobisomem em alerta. Confesso que minha cota de paciência com ele está chegando ao limite. Me viro lentamente para ficar de frente para ele, passo uma mão em meu queixo impaciente.

- William, o advirto, não irá me querer como inimigo. - os olhos deles brilham em azul, suas presas e garras a amostra. Ele me encara sem deixar a posição de alerta.

- Ouça, não se atreva mais a tocar na Morana ou então... - sorrio com sua tentativa de ameaça. Uso minha velocidade e o prendo pelo pescoço contra a parede.

- Ouça você, lembresse que está na minha cidade, na minha casa e na minha família. Não irá fazer ameaças, nem exigências, só está vivo enquanto estiver dando o mínimo de felicidade para Morana, não cometa o erro de achar que não é descartável. - ele começa a ficar sem ar. O ergo do chão pelo pescoço.

- Somos a família original, demonstre respeito. - o solto e ele fica ofegante.

- Eu sou o marido dela e... - ele tenta recuperar o fôlego.

- E mesmo assim não exerce nenhum direito sobre ela. - digo.

- Ela pode ter casado com você, pode está esperando filhos seus, mas eu ainda tenho vantagens sobre você que nunca deixa a disputa igual entre nós, eu tenho o tempo a meu favor, Morana pode ser feliz por um tempo com você, mas daqui a cinquente ou sessenta anos, você ficará grisalho, logo sucumbirá ao males do corpo e a morte o encontrará, a Morana ficará viúva e sozinha, enquanto ele chora em seu caixão será o meu ombro que  apoiará sua cabeça, será minhas mãos a enxugar suas lágrimas, minhas palavras a confortará e será em meus braços que ela encontrará apoio para seguir em frente, enquanto eu estarei deitado em uma cama quente ao lado dela, você estará apodrecendo embaixo da terra. - minhas palavras o ferem, mas sei que ele entende que tudo é verdade, acho essa forma de me vingar por ele tentar me ameaçar. Seu olhar emite um odio incessante de mim, sei que se tiver outra oportunidade de me ferir não exitará, nem mesmo pela Morana. Saio do apartamento e vou para o ateliê de Niklaus, fico na varanda observando o movimento da rua. A tarde cai e logo escurece, continuo no ateliê pensando em Morana e em como eu permiti ela se casar com outro. Constantemente imagino o que teria acontecido caso eu estivesse dito tudo ao Niklaus. Fecho os olhos e respiro fundo, estou perdido em pensamentos com um copo de bourbon na mão, olhando a rua logo a baixo da varanda, quando ouço uma enorme explosão e vejo fogo em um prédio ao longe. Não dou muita importância, saio da varanda e vou para o pátio, entro na biblioteca e vejo Niklaus com um livro.

- Ainda está aqui irmão? - diz assim que me vê.

- Sim, acho que dormirei aqui hoje. - passo os dedos pelos móveis. Irei ficar, pois quero ter certeza que Morana está bem.

- Estão falando em ir jantar fora hoje para comemorar os bebês. - quando ele fala dos bebês parece radiante, sei que ele os quer, assim também como a felicidade de Morana. Não consigo tirar Morana de meus pensamentos.

- É bom te ver feliz. - olho para ele.

- Nik, Nik! - Rebekah entra na biblioteca apressada e liga a TV no canal de notícias.

- O que foi Rebekah? - Ele pergunta confuso.

- ... Não se sabe ao certo o que iniciou o incêndio, mas com a explosão não ficou nenhum sobrevivente, ao todo foram trinta e sete vítimas, nossas fontes informaram que o chef renomado e empresário William Riche estava no restaurante na hora do incidente, mas só saberemos ao certo quando as autoridades identificarem as vítimas. - uma reporte diz na TV.

- William estava lá. - Rebekah diz apavorada.

- Morana já sabe? - pergunto, ela me olha triste.

- Ainda não. - olho para Niklaus e penso em uma maneira de contar isso para Morana sem fazê-la ficar em choque devido a gravidez.

- Temos que contar para ela! - Niklaus diz me olhando.

- Sim, mas com cuidado para não a deixar em pânico, ela não pode se assustar. - digo e saímos os três. Vamos para o apartamento, Morana está na cozinha fazendo o jantar. Ela estranha nós três chegando juntos e franze a testa.

- Oi gente. - ela continua fazendo o jantar.

- Ana, o William foi para o restaurante? - Rebekah pergunta.

- Foi, acho que ele volta para o jantar. - ela mexe uma panela que está no fogão.

- Vocês ouviram um barulho agora a pouco? - ela pergunta. Eu e Niklaus nos olhamos.

- Foi uma explosão. - digo me aproximando dela.

- Um restaurante pegou fogo. - completo. Morana me olha e vejo que ela percebe.

- Foi o Riche's não é? - ela pergunta me olhando.

- Morana! - digo e ela vem até mim e meu abraça.

- Eu sinto muito. - digo ao seu ouvido. Ela apoia a cabeça em meu ombro e lembro do que eu disse a William mais cedo.

- Vai ficar tudo bem. - digo olhando em seu rosto.

- Eu estou aqui. - completo e ela me olha, a abraço novamente.

- Você iria comigo até lá? - ela pergunta, acaricio seus cabelos.

- Claro. - resolvemos com Morana todos os trâmites sobre o corpo do William, estamos no pier da casa no lago que era dele, Emilly providenciou tudo para o funeral e as cinzas dele será jogada no lago. Estou em pe ao lado de Morana, sua cabeça está sobre meu ombro, ela está toda de preto, tiro o lenço do paletó e entrego a ela. Passo o polegar em seu rosto e limpo suas lágrimas. Emilly fala algumas palavras. Estão todos aqui dando apoio a Morana. Emilly entrega a urna com as cinzas de William para Morana, assim que ela pega na urna tem uma visão de cinco bruxas fazendo um feitiço de fogo no lado de fora do restaurante, como estou com a mão em suas costas também consigo ver. Ela me olha e vejo raiva em seus olhos. Morana vai até o final do pier e joga as cinzas no lado.

- Elas vão pagar. - ouço Morana de onde estou. Ela entrega a urna a Emilly vem em nossa direção.

- Vamos para o caldeirão. - diz passando por mim e pelo Niklaus. Trocamos olhares e a seguimos.