Cap 08 - Meu despertar

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Morana

Hoje é o dia em que irei despertar, meu pai me visitou algumas vezes nesses últimos meses, Hope estava com ele na maioria das vezes, no entanto não vi mais Elijah, ele não voltou, também não perguntei por ele nenhuma vez. Meu pai disse que prepararia uma festa de aniversário para mim, para comemorar o fato do meu despertar e da minha chegada oficialmente a família. Minha mãe com muita relutância concordou em me deixar passar um tempo morando com meu pai, confesso que fiquei angustiada ao me relacionar com ele, pois sei o que terei que fazer, minha mãe nem suspeita do peso que tenho que carregar, criar um laço com ele consciente que serei eu a ceifar sua vida é algo que me atormenta, mas sei que se não cumprir minha missão resultará em minha danação eterna. Todas as vezes que olho para seu rosto me serve de lembrete do que devo fazer, assassinar meu próprio pai em prol do bem maior. Ele é gentil comigo, carinho, amoroso e não o monstro que as bruxas disseram que ele era durante toda a minha vida, não pode ser tão mau assim, afinal a Hope disse que ele é um pai excelente e pelo pouco tempo que convivi com ele pude ver que ela estava certa. Ando pelo salão aguardando ansiosa para a lua atingir o ponto neutro da terra. Meu pai disse que iria esperar eu acordar do meu lado. Será que Elijah estará com ele? Um desespero vai se formando em mim, saber que irei ve-lo depois de tanto tempo me deixar nervosa, mas acho que essa exaltação é desnecessária, se ele tivesse alguma estima por mim teria me visitado como prometera. A porta no início do salão que esteve fechada por todos esses anos se abre, posso ver uma luz branca brilhante do outro lado da porta, caminho vagarosamente até ela e paro antes de atravessa-la, a encaro por alguns segundo, me perguntando se estou preparada para o que vem a seguir, mas seja o que for vou encarar de frente, respiro fundo e atravesso a porta. Abro meus olhos e estou deitada, tem inúmeras rosas vermelhas a minha volta, olho ao meu redor e vejo minha mãe, Hope, meu pai e as bruxas que me guardaram. Todos estão me  olhando com sorriso nos lábios. Levanto e fico sentada, algumas flores caem no chão com meus movimentos, noto que o chão ja tinha algumas flores nele, vejo encostado do chão uma tampa de vidro que presumo ser do caixão onde estou. Meu pai e minha mãe veem até mim.

- Filha? - ouço a voz de minha mãe.

- Ola mamãe! - digo e ela começa a chorar, vejo lágrimas também nos olhos do meu pai.

- Oi papai! - olho para ele e sorrio, ele retribui e pega em minhas mãos me ajudando a descer.

- Oi amor! - responde sorrindo. Piso no chão pela primeira vez e é estranho, estou descalça e fico na ponta dos pés, como sempre andava em meu refúgio mental. Ele me ajuda a dá os primeiros passos, sorrio o tempo todo, meu jeito um pouco desequilibrado faz todos darem risadas.

- Eu não posso acreditar que você acordou! - minha mãe diz me abraçando forte.

- Sim, finalmente acordei. - digo e ela me olha.

- Você é tão linda! - seu elogio me faz corar.

- Você também, é mais bonita que na minha mente. - digo, ela sorrir e me da outro abraço.

- Eu posso? - meu pai pergunta.

- Claro! - minha mãe diz e se afasta de mim.

- Minha garotinha! - ele me abraça e me aperta, fico quase sem fôlego.

- Papai, não consigo respirar! - digo num tom abafado. Ele me solta e sorrir.

- Desculpe! - olho para Hope que observa tudo de longe. Vou até ela e a abraço.

- Oi irmã! - digo e ela retribui o abraço.

Chamas do Destino ( Liv 01 )Onde histórias criam vida. Descubra agora