𝟓𝟔. 𝐂𝐎𝐋𝐄𝐓𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐎 𝐒𝐀𝐍𝐆𝐔𝐄

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O garoto de cabelos negros foi o primeiro a acordar

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O garoto de cabelos negros foi o primeiro a acordar. Seus olhos estavam turvos quando um gemido saiu de seus lábios, o som do vento contra as janelas de Roscoe latejando seus ouvidos.

Tudo doía. Sua cabeça, seu braço, suas pernas, suas orelhas. Até os dedos dos pés. Ele torceu a cabeça ligeiramente, ganindo com o estalo que seu pescoço fez. Íris castanhas de repente ficaram arregalados quando ele se lembrou de por que tudo doía tanto. Eles bateram na árvore que agora estava bem em sua frente, ofegando ao ver a fumaça saindo da frente de Roscoe.

Como uma onda, percebeu que havia algo quente contra seu braço estendido. O garoto de cabelos negros se virou para o calor, seu coração despedaçando-se com a visão à sua frente. Sua doce garotinha, com o braço estendido em sua direção, machucada e completamente inconsciente. Ela parecia um fantasma. Sangue pálido e carmesim pingando de sua testa em direção de suas bochechas, uma vez rosadas. Era como se ela estivesse tentando segurá-lo mais uma vez antes de uma morte prematura.

Nunca antes ele havia se esforçado tão rapidamente para sair do carro. Apesar de estar ensanguentado, machucado e dolorido, tudo o que se passava na mente de Stiles Stilinski era garantir que seu amor sobrevivesse. Ele se empurrou para fora de seu assento, caindo no chão abaixo dele com um gemido.

Sem se permitir tempo para processar a dor que ecoava por ele, Stiles se levantou e correu para o outro lado do carro rondado em fumaça. A cada passo de seu pé calçado com tênis contra o chão, ele gritava, tentando acordar Aurora de volta à sua consciência.

— Vamos, seu pedaço de merda! — Ele gritou inconscientemente com o carro, as mãos agarrando a maçaneta da porta do passageiro. Mal se mexeu, mecanismos quebrados prendendo-a lá dentro.

Lágrimas transbordaram dos olhos de Stiles, seu coração batendo forte ao ver a nuca morena de Aurora. Ela estava curvada no assento, completamente inconsciente. Ele puxou a porta com mais força, fazendo de tudo para chegar até sua linda garota. Reggie tinha caído entre as pontas dos dedos, caído em seu colo, recolhendo o sangue que escorria de suas bochechas.

O garoto esguio gritou mais forte, as mãos puxando continuamente a porta. Não havia nada que ele não fizesse para ter sua garota de volta em seus braços.

O tempo estava se esgotando. A garota que sempre dependia tanto dele precisava dele agora mais do que nunca, e a ideia de ela dar um último suspiro o instigou. Stiles levantou com toda a sua força, até mesmo usando as pernas como alavanca para abrir a porta. Quando ela não se moveu mais uma vez, um grito gutural saiu de sua garganta.

— Porra! — Em um flash, suas mãos estavam batendo contra o metal frágil. Com o punho cerrado, soco após soco pousou contra a substância enferrujada.

Por que não ele? Por que ele tinha que ser a pessoa a encontrá-la em tal estado? Por que ele teria que dizer adeus? Por que ele não poderia ser a pessoa a salvá-la? Por que não era ele quem estava no lugar dela? Por que ele não era capaz de libertá-la?

Pela primeira vez em sua vida miserável, ele desejou obter os poderes que lhe foram oferecidos. Não havia dúvida em sua mente que ele já poderia ter retirado Aurora agora se tivesse a força de alguém como Scott, ou Isaac, ou Derek.

Um fluxo contínuo de lágrimas caíam em direção a suas bochechas enquanto seus nós dos dedos ficavam ensanguentados, amassando e esmagando o metal na esperança de que eventualmente libertasse sua pequenina garota.

— Por favor, por favor-

Finalmente, através de toda a sua dor e sofrimento, a porta se abriu. Stiles não deixou que um momento de alívio o percorresse, tudo o que estava em sua mente era envolver os dedos em torno da porta e abri-la o máximo que podia.

Assim que o fez, suas mãos com veias e sangue alcançaram a garota inconsciente. Sem pensar um momento, Stiles passou os braços em volta da garota inconsciente e puxou seu corpo para fora do veículo acidentado, pisando pesado e tropeçando enquanto tentava ao máximo não machucá-la mais.

— Vamos, vamos... — Ele sussurrou para si mesmo, lutando fortemente contra o início de um ataque de pânico com a ideia de perder seu anjo para sempre. O garoto de cabelos negros acomodou a morena no chão, olhos de mel preocupados vasculhando cada ferimento e hematoma em sua pele perfeita.

Seus olhos fitaram seu peito, procurando o familiar subir e descer que ele simplesmente adorava.

Não estava lá. Ela não estava respirando.

— Aurora? Baby? Vamos, anjo. — Ambas as mãos trêmulas seguraram suas bochechas enquanto ela ficava parada tão pacífica e angelicalmente, apesar de estar coberta de sangue.

As mãos dele limparam o sangue em sua bochecha esquerda, carmesim cobrindo as pontas de seus dedos. Suspiros grossos estavam escapando de sua garganta enquanto ele tentava tudo que podia para despertar o amor de sua vida. Quando ir tão longe quanto dar um tapa levemente para acordá-la falhou, ele sabia o que tinha que fazer. 

Um... dois... três...

Suas mãos pressionando juntas acima de seu coração. Suas mãos cobertas de sangue manchavam a camiseta que ela estava vestindo no processo, seus olhos chocolate espalhando-se por seu corpo em busca de qualquer sinal de vida. 

— Vamos, anjo, volte para mim. — Ele fungou, inclinando-se para pressionar seus lábios nos dela. Ele fez o seu melhor para empurrar o ar dentro dela e recuperar a vida de seu coração, mas não funcionou. Então, novamente, as mãos dele começaram a trabalhar em seu peito. — Você não pode me deixar, n-não assim. Está me ouvindo? Você vai envelhecer e morrer com Reggie em seus braços em sua cama. Você me ouviu? Você não irá morrer aqui! — Ele gritou, intercalando entre pressionar acima do coração dela e empurrar o ar em sua boca. Muito rapidamente, ele estava perdendo as esperanças. — Ainda há tanto que temos que fazer, você quer ter um pequeno chalé e morar no campo. Você tem que me deixar construir ele para nós, p-por favor, baby, acorde.

Uma de suas lágrimas caiu sobre sua bochecha manchada de sangue.

— Eu preciso de você.

Uma batida.

— Eu te amo-

Um suspiro violento encheu o ar rapidamente. Os olhos de Stiles se arregalaram, as mãos imediatamente deixando seu peito e envolvendo as costas da garota morena enquanto seus olhos se arregalavam, tosse expelindo de seus pulmões. O anjo se virou, começando a tossir. Apesar dos sons violentos saindo da garota agora consciente, Stiles Stilinski sabia que nunca tinha sorrido tanto em sua vida.

Aurora sempre encontrava um caminho de volta para ele.

𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓 𝐎𝐅 𝐘𝐎𝐔, 𝘴𝘵𝘪𝘭𝘦𝘴 𝘴𝘵𝘪𝘭𝘪𝘯𝘴𝘬𝘪Onde histórias criam vida. Descubra agora