O herói, agora aliviado do peso da profecia e da morte das pessoas que amou, enfrenta um novo dilema. A paixão pela guerreira de cabelos perolados pode bagunçar a paz que ele já experimentava nos últimos meses vivendo ao seu lado.
Ela estava com o c...
Não conseguia afastar a sensação de que os sand lions me odiavam.
Apesar de adorar criaturas fofas, elas não retribuíam meu amor.
O sand lion que eu havia alugado para deslizar pelas areias escaldantes da Gerudo Town até o Kara Kara Bazaar não estava no lugar onde eu o tinha deixado.
Dei várias voltas pelo oásis, mas nem sinal da criatura.
Desisti de encontrá-lo e decidi seguir o resto do caminho a pé. Vários acampamentos inimigos estavam escondidos em círculos de pedra cavados na areia. Mas aprendi, durante minhas excursões no exército da rainha Riju, que se eles não fossem provocados, geralmente nos deixariam em paz.
Então, apenas os ignorei e segui pelos bolsões de areia, tendo sempre os arcos de pedra vermelha do Gerudo Desert Gateway no meu campo de visão. O sol queimava minha pele, mesmo não estando a pino ainda.
À distância, o cânion que separava minha tribo do resto do mundo, parecia inofensivo. Foi só ao andar pela sombra que ele produzia na areia que notei sua magnitude. O arco escavado nas montanhas oferecia uma passagem fresquinha para seus viajantes. Andei por poucos minutos até encontrar um estábulo, o Gerudo Canyon Stable.
As cores vibrantes dos tecidos que cobriam suas paredes e telhado, me lembravam de nossas lojas na Gerudo Town. A escultura de cavalo em seu topo, era assustadora e ridiculamente grande, mas fazia sentido, pois era visível à quilômetros de distância.
Apesar de ter aprendido a montar quando criança, nas raras ocasiões em que viajei com minha mãe, eu não lembrava de muita coisa, e não treinava a anos, pois os cavalos eram incapazes de aguentar o calor do deserto. Por isso nossa principal montaria eram os sand lions, que deslizavam habilmente por suas areias e não eram afetados pelas altas temperaturas durante o dia, e as baixas no período da noite.
Depois de realizar meu registro no estábulo e pagar pela taxa de manutenção de serviço, o estaleiro me designou um belíssimo cavalo negro, com a crina trançada com flores azuis.
— Se quiser modificar o estilo da crina pode falar com a Tenne no South Akkala Stable.
— Não será necessário. — Comentei, acariciando suas bochechas e oferecendo uma maçã para o cavalo. — Ele está perfeito.
— Ótimo! Lembre-se, que o laço entre a montaria e seu cavaleiro é o que vai determinar a lealdade que ele terá por você. Resumindo, não o coloque em situações desconfortáveis ou de vida ou morte.
— Ok...? — Franzi o cenho com o aviso. Era óbvio que eu não faria isso. Pelo menos, não de propósito.
Recebi ajuda para afivelar minha bagagem junto à cela, e montei no lombo do corcel. O incitando a se mover com ajuda dos calcanhares. Ele disparou pelo chão rochoso e desnivelado com elegância, e atendia bem aos meus comandos, contudo, sua obediência não o impedia de fazer birra quando eu o forçava a correr mais do que ele gostaria.
Puxei as rédeas para que ele diminuísse a velocidade, até que estivéssemos trotando. Aquilo era estranho. Vários pedregulhos encontravam-se ordenados próximos as paredes da estrada que perfurava o cânion, como se alguém os tivesse movimentado.
— Será que estavam bloqueando o caminho? — Perguntei em voz alta e o cavalo relinchou, observando os arredores com curiosidade.
O fiz parar e apurei os ouvidos, tentando captar qualquer sinal de que aquilo era uma emboscada. Mas apenas os ruídos comuns, de lizalfos, moblins e bokoblins, me alcançaram. Suspirei, arrumando o enfeite que prendia meu cabelo em um coque no topo da cabeça, e estralei a língua para que minha montaria retomasse a corrida.
Quando o céu se apresentou para nós novamente, depois de ter ficado oculto pelo teto de pedra do cânion, o sol não possuía sua temperatura usual, estava mais brando à medida que eu me afastava de casa. Continuamos por várias horas por aquela trilha rodeada de altas paredes de rocha vermelha escavada.
A área onde encontraram a Besta Divina, há mais de cem anos, ainda possuía as plataformas de madeira fincadas em sua estrutura, a incontáveis metros acima do chão.
Histórias sobre como o herói da lenda havia dominado a criatura metálica com habilidade equivalente à de nossa ancestral, Urbosa, me faziam ponderar como ele era.
Caduco, provavelmente, já que diziam se tratar de um hylian com cerca de cento e vinte e quatro anos de idade.
— Que pena. — Suspirei, a monotonia da paisagem me entediando. — Seria interessante me apaixonar por um herói.
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ANEXO (PARA QUEM NÃO CONHECE O JOGO):
- SAND LION:
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