— Você gosta de mim? — perguntou Lucas, afastando o braço dos ombros de Natália.
— E-e-eu... não!
Diego franziu o cenho e balançou a cabeça em negativa. Como era possível uma mulher tão medrosa?
— Que susto, Jeca! Já pensou que louco? Você e eu? Seria uma grande loucura.
— P-p-por que?
— Não é óbvio? Olha pra mim e olha pra você! — falou o loiro, apontando com desdém para a moça acanhada diante de si.
Diego revirou os olhos.
— Cara, você é um tremendo de um idiota!
— Ah, qual é cara? Minha beleza te incomoda? — desdenhou o loiro.
Diego puxou Natália para si e abraçando-a pelos ombros tirou a moça da sala de aula antes que o rio de lágrimas banhasse seu pequeno rosto.
No corredor a encostou na parede e com os polegares enxugou as lágrimas da pobre criatura insegura.
— Olha só, você é linda e aquele cara é um babaca! Não vale nenhuma lágrima sua, tá legal?
— Eu não tô chorando por causa dele.
— Já é a segunda vez que você consegue falar sem gaguejar. Você gagueja só quando tá bem nervosa, né?
— Claro que não!
— Claro que sim.
— De onde que tu tirou isso?
— Daqui — disse, dando um pequeno selinho na boca trêmula da moça.
Natália sentiu a pele queimar com o toque dos lábios grossos do homem diante de si. Nunca antes foi beijada e jamais imaginou que seria tão bom.
Mesmo sendo só um toque de lábios ela sentiu todo o corpo responder, do dedão do pé até o fio de cabelo.
Diego não pôs a língua dentro da boca da mulher, mas foi o suficiente para roubar o ar de ambos.
— E-e-eu...
—Quer que eu me afaste?
— E-eu... Acho q-que...
— Só faz que "sim" com a cabeça se quiser que eu me afaste e eu me afasto.
Ela não moveu a cabeça continuou o encarando, corada de vergonha e ele sorriu largo e destemido.
— Você nunca beijou, né? — sussurrou a pergunta, com os lábios muito próximos aos dela.
— E-e-eu c-claro q-que...
— Tá na cara que você nunca beijou.
— Tô atrapalhando? — a voz grossa de Lucas se fez ouvir.
— N-n-não — Natália empurrou Diego para longe.
— Tá atrapalhando sim, dá o fora daqui.
Lucas ponderou um pouco, contudo deu meia volta e se afastou dando olhadas para trás.
— O que tu tá fazendo? — perguntou Natália.
— Ajudando você!
— Eu não preciso da tua ajuda.
— Precisa sim — disse ele, aproximando o rosto do dela, fazendo-a suspirar — e eu preciso de você.
— Pra quê?
— Ainda não sei, mas vou descobrir.
Tocou novamente os lábios pequenos com os seus, prensando-a na parede. Natália sentiu os músculos masculinos sobre seu corpo macio e suas mãos desobedientes envolveram o pescoço do rapaz.
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Sempre Cabe +1
RomanceDepois de trancar o curso de medicina na Europa, Diego volta para o Rio de Janeiro, sua cidade natal, para cursar publicidade e propaganda. Nesse meio tempo de andanças por faculdades diferentes ele conhece Natália, uma nordestina tímida e sensível...