34. Juízo

591 75 0
                                    

Diego pôs a cabeça para fora da janela fazendo sinal para que o segurança o visse.

— Opa Seu Diego! Só um minutinho, viu?

— Obrigado João!

Logo os portões se abriram e o rapaz deu partida no carro entrando na área externa de sua casa.

Era preciso dirigir por um trecho demasiado extenso até se aproximar da mansão onde cresceu.

Desceu do carro entregando as chaves a Leonardo para que seguisse com o veículo, estacionando-o na área reservada.

Diego subiu as escadas que levavam até a grossa porta de madeira e sem qualquer pedido a porta se abriu. Robson, o mordomo, o saudou:

— Senhor Diego! Como vai?

— Eu vou bem Robson e você?

— Muito bem e obrigado por perguntar. Por favor entre! — Pediu, fazendo uma reverência. — Deseja tomar algo? Um café, um suco...

— Obrigado mas não precisa, cadê o meu pai?

— Está no escritório.

Diego fez um aceno com a cabeça agradecendo ao mordomo e caminhou em direção ao escritório de seu pai.

— Diego, meu filho! — ouviu sua mãe chamar.

— Mamãe! — abraçou sua genitora e lhe deu um beijo na testa dela.

— Você tá bem, meu filho? — ela o analisava dos pés à cabeça.

— Eu tô sim, mamãe.

— O seu pai disse que você se meteu numa briga.

— Não foi bem assim, mas eu me meti mesmo numa confusão por uma boa causa.

— O advogado da família contou que sua amiga teria sido vítima de estupro se você não interferisse.

— Exatamente isso, mamãe.

— Ela tá bem, meu filho?

— Agora tá bem melhor, obrigado por perguntar.

— Filho, sua intenção foi boa, mas você conhece o Clóvis — ela tinha um vinco entre as sobrancelhas — seu pai tá louco de preocupação.

— Eu imagino que sim, mas eu vim pra resolver as coisas com o papai.

— Ele tá no escritório — ela apontou para o local e Diego estava quase virando, mas ela o segurou pelo braço — filho, se lembre que seu pai quer o nosso bem.

— Eu sei disso, mamãe.

Diante da porta Diego bateu uma, duas vezes...

— Pode entrar!

— Bom dia, papai! — cumprimentou, fechando a porta atrás de si.

— Chegou cedo, rapaz. Combinamos a tarde ou estou enganado? — indagou o mais velho, conferindo o relógio antigo na parede que marcava sete horas da manhã.

— Não consegui tirar sua ligação da cabeça, então achei melhor vir pra resolver logo isso.

— Diego meu filho, o que é que tá acontecendo?

— Papai, aquele cara quase estuprou uma amiga minha, eu e um amigo chegamos bem na hora de impedir.

— Pelo que o Marcelo falou, o cara alegou que você agrediu ele.

— Acusação sem fundamento a dele. Eu espancar sem motivo e eu mesmo chamar a polícia? Até o nosso advogado concordou que era controverso.

— O Marcelo — o mais velho se referia ao advogado da família — me deixou a par de toda a situação, mas o fato de ser uma queixa já me deixou preocupado. Por que você espancou o homem?

Sempre Cabe +1Onde histórias criam vida. Descubra agora