Depois de trancar o curso de medicina na Europa, Diego volta para o Rio de Janeiro, sua cidade natal, para cursar publicidade e propaganda.
Nesse meio tempo de andanças por faculdades diferentes ele conhece Natália, uma nordestina tímida e sensível...
Lucas estufou o peito buscando coragem dentro de si e quando achou que tinha o suficiente, começou a falar:
— Eu trabalhei aqui um tempo atrás, como modelo. Queria saber se tem alguma nova oportunidade pra mim.
Sentiu-se um pouco incomodado quando o homem diante de si lhe fez um escrutínio, olhando-o de cima a baixo, como quem avalia um produto em um mercado.
— Vai ter um processo seletivo daqui a pouco. Você poderia tentar, você tem todo o perfil pro tipo que estamos procurando.
Lucas abriu um largo sorriso e apontou para Diego e Natália que estavam logo atrás.
— Os meus amigos também podem participar?
Franzindo o cenho o homem também avaliou dos pés a cabeça os outros dois.
— Não, não, eles não tem perfil. Só você — disse, dando as costas.
— Pera!... — chamou Natália, fazendo o homem virar novamente — Será que não tem nenhuma outra vaga? Alguma coisa que a gente possa fazer? A gente tá meio aperreado atrás de trabalho.
— No momento, não — respondeu quase dando as costas novamente, porém voltou o olhar para a garota — aliás, tem uma vaga... mas não sei se algum de vocês ia querer...
— Qualquer coisa! — ressaltou ela.
— É pra faxineiro. Você acha que dá conta?
— Eu dou conta sim. Quando eu posso começar?
— Pode ser agora. Vem comigo.
— Espera! — insistiu Lucas — Acha que tem alguma coisa pro meu amigo?
— Não, não — falou o homem, seguindo pelo corredor e sendo acompanhado por Natália.
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No fim do primeiro dia de trabalho, Natália estava exausta porém satisfeita, pois conseguiu negociar as horas de trabalho para tarde e noite. Desse modo não prejudicaria as aulas da faculdade e conseguiu pedir um adiantamento de quinze dias de trabalho.
O que considerou uma tremenda sorte.
Lucas também estava satisfeito, conseguiu fechar contrato como modelo fotográfico. Não era bem o tipo de serviço que gostava, mas receberia por trabalho e os cachês dariam para ajudar nas despesas da casa.
No passado, tentou a carreira de modelo e parecia ter um futuro promissor entretanto, seu pai, o Rui infernizou tanto o garoto sobre aquele não ser um trabalho de homem que ele abandonou, optando por vender água no sinal.
Já Diego, teve uma tarde improdutiva. Distribuiu os currículos de alguém sem experiência, ele mesmo, pelas lojas dos shoppings até ser convidado a se retirar pelo segurança, que percebeu que ele não era um possível comprador.
— Mas eu tô sendo expulso, por quê?
— Tá incomodando, rapaz. Você fica insistindo por trabalho, vai tentar em outro lugar.