12. Liberdade

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Natália sentiu um tremor tomar o seu corpo quando viu a mensagem de "precisamos conversar" do Lucas.

Reunindo a pouca coragem que tinha, foi até a casa de Diego encontrar o loiro.

Com certeza seria xingada e maltratada como sempre, mas dessa vez assim como da última se defenderia muito bem.

Estava farta de ser feita de boba pelas outras pessoas, ainda mais por alguém de quem tanto gostava.

Deus! Seria mesmo amor o que sentia?...

— Você tá me ouvindo? — indagou Lucas, arrancando Natália dos pensamentos impróprios acerca do rapaz a sua frente.

Como era bonito. Os olhos, os cabelos caídos pelos ombros, o corpo musculoso e aquele semblante sombrio.

Respirou fundo retomando a concentração na conversa.

— Desculpa, eu dei uma viajada, a aula hoje foi cansativa. Mas agora tô ouvindo, o que tu quer conversar comigo?

— Eu tava pedindo desculpas.

— Desculpas?

— Sim, pelas minhas cavalices. Você não merece ser maltratada e eu ultimamente tô sendo um idiota com você.

— Na verdade tu sempre fosse um idiota comigo — corrigiu ela.

— Não lembro disso, não.

— Tu sempre me tratasse mal. Me lembro bem de tu me chamando de Jeca ou de paraíba.

— Eram só brincadeiras — disse, com um pequeno sorriso.

— Nunca achei graça, sempre me incomodou e realmente ultimamente tu tais pior que antes.

— Me desculpe por tudo. Me desculpa de verdade. Acabei descontando em você coisas que não eram culpa sua.

— Foi Diego que pediu pra tu falar comigo, né? — perguntou a garota.

— Foi, mas você sabe muito bem que eu não falaria se eu não quisesse.

— Tá tudo bem. Tais desculpado, mas por favor não faz mais isso.

— Tudo bem. Nós... Podemos... Podemos ser amigos?

Lucas notou os olhos da moça brilhando com a pergunta, todavia não fazia ideia que dentro do peito o coração dela batia acelerado.

— Claro! — concordou balançando a cabeça com velocidade.

— Pensei que você fosse dar um tapa na minha cara.

— Isso eu ainda tenho vontade de fazer, mas vou me controlar — zombou ela com um sorriso.

— Bem... fico feliz que tudo esteja se resolvendo entre a gente.

— Eu também.

Realmente as coisas mudaram nos dias que se sucederam, era visível para Natália que o rapaz estava mais leve e até mais sorridente.

Quando Diego não estava por perto eles conversavam, dividiam lanches e até assistiam filmes juntos.

— Qual é a tua série preferida? — perguntou Natália, quase duas semanas após o tratado de paz.

— Não sei se tenho alguma específica. Eu costumo assistir a programação que passa na televisão. Acho que eu nunca acompanhei uma série.

— Que vida infeliz!

— Eu não sou infeliz — respondeu ele, atacando-a com cócegas na barriga e arrancando dela risadas histéricas.

Nos últimos dias Lucas percebeu o quanto a amiga era bonita, não uma beleza socialmente ditada, muito menos estonteante. Ela era baixinha demais, magrinha e muito tímida para estar dentro dos padrões esperados.

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