35. Blá-blá-blá

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— Eu não sei, não...

— Alguma ideia melhor? — perguntou Diego, revirando os olhos para o Viking.

— Sei lá... mas eu acho que é só falar e pronto. Não precisa de toda essa bobagem, não.

— É só um almoço, qual o problema?

— Tá parecendo um almoço romântico — respondeu Lucas, encarando a mesa com a toalha bonita que Diego tinha forrado — parece até que a gente vai pedir a Nat em namoro.

Diego tinha passado o resto da manhã cozinhando uma carne de primeira qualidade, seguindo uma receita chique que viu na internet. Gastou bastante dinheiro com o vinho e demais ingredientes para o almoço.

Não tinha contado a Lucas, mas queria aproveitar os últimos momentos de luxo que tinha, por isso aproveitou que seu cartão ainda não estava bloqueado para investir no almoço

— Sabe qual é o seu problema? — indagou o Playboy, arrumando os talheres e taças sobre a mesa.

— Lá vem!...

— Você não sabe tratar as pessoas com gentileza, só sabe ser um asco o tempo todo.

— Isso aí é mais do que uma gentileza. O nome disso é frescura!

— Quando te fazem alguma coisa mais elaborada — continuou, ignorando a provocação — você se sente incomodado. Você não aprecia presentes e sabe o que é pior?...

— O quê? — perguntou o Viking com os braços cruzados aguardando aquela ladainha de sempre.

— Você fica com raivinha e ataca. Tipo um cavalo arisco!

— Eu odeio essas comparações com animais de fazenda que você e a Nat usam pra se referir a mim. Eu tenho certeza que você vem aprendendo com ela a como me xingar desse jeito!

— É porque são as melhores referências — riu Diego, distribuindo os guardanapos.

— Isso não tem nada a ver com ser bruto. É só que essa coisa toda aí, é meio cafona. A gente só ia conversar com ela e abrir o jogo, não pedir ela em casamento.

— De barriga cheia tudo fica mais fácil!

— A gente podia pedir uma pizza e não fazer essa palhaçada toda.

— Lucas... é só um almoço, deixa de drama!

— Só faltam as velas pra parecer a porra de um encontro romântico e um encontro romântico de trisal!

Diego parou o que estava fazendo para erguer a cabeça e encarar o amigo. O Playboy parecia congelado enquanto seu cenho se franzia lentamente.

— Que foi? — perguntou Lucas — Esqueceu algum ingrediente especial pro seu almocinho de Playboy?

— Você já parou pra pensar nisso?

— Já e já falei que acho um exagero. A gente só tinha combinado de conversar com a Nat e talvez nem seja uma conversa legal, dependendo da reação dela...

— Não, cara! Eu tô perguntando se você já parou pra pensar sobre esse lance de trisal.

Lucas levou a mão ao cabelo, alisando-o para trás enquanto encarava o chão.

— Ah, bem... de certa forma... sim, eu já pensei.

— Fala sério?... Você já pensou numa relação a três? — insistiu Diego.

— Já sim. Você nunca pensou?

— Não!

— Você disse que já se imaginou e até sonhou com nós três... juntos. Nunca passou pela sua cabeça que isso é um trisal?

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