Balaço - Drarry

No expresso de Hogwarts

Harry fechou seu malão em cima da sua cama no dormitório. O moreno mal podia acreditar, 23 de dezembro, finalmente. Estava ansioso para rever o padrinho e lhe contar tudo sobre o ultimo jogo da grifinória e sobre seus sentimentos conflituosos sobre Draco. Harry havia perdido a conta de quantas pessoas voltaram a para-lo nos corredores e ao fim das aulas para perguntar se ele e o loiro estavam namorando. Aparentemente um relacionamento sério entre um grifinório e um sonserino causaria mais alvoroço na escola do que um torneio tribruxo.

O moreno suspirou. O que, realmente, tinha com Draco? Um namoro não oficializado em palavras? Uma amizade com benefícios? Harry tinha certeza que era a segunda opção. O problema era imaginar que, muito em breve, ela não seria suficiente para si. A imagem de um Draco Malfoy pegando na sua mão e o chamando de " meu amor" parecia cada vez menos estranha em sua percepção e isso o assustava. Poderia, com certeza, namora-lo. Ter aceitado em dar o beijo no fim do jogo contra corvinal foi mais do que um impulso. Foi fruto de uma vontade que o grifinório não se preocupou em checar de onde vinha. Queria beija-lo naquele momento e mais do que isso, queria que todos vissem. Vissem que Draco Malfoy não estava disponível.

Rony entrou correndo e fechou a porta do dormitório com um estrondo atrás de si. O ruivo então se apoiou nela, respirando pesadamente, com a mão sobre o peito. Quando se recuperou, sob o olhar preocupado do melhor amigo, disse:

- Essas garotas ainda vão me matar Harry.

- O que houve? - O outro perguntou.

- Eu entrei no salão comunal e elas vieram em cima de mim - O ruivo respondeu - Quase rasgaram meu uniforme. Queriam saber, de qualquer jeito, se você e o Malfoy estão realmente namorando.

- O que? - Harry perguntou, se sentindo perplexo.

- É verdade - o amigo disse - Segundo a Hermione as meninas da sonserina foram perguntar para o Malfoy mas ele não disse nada. Apenas olhou para elas e saiu andando. Parecia muito pensativo, pelo que ela me disse.

- E então?

- Elas pediram ajuda para as meninas da grifinória. Hermione disse que foi na ultima sessão que teve do grupo de estudos das meninas antes do recesso de natal. Elas acharam que você, por ser muito bonzinho, acabaria confessando que vocês estão namorando mas como não te encontraram vieram em cima de mim.

- Faz sentido - Harry disse - Você é meu melhor amigo. Se eu estivesse namorando você com certeza saberia e eu teria te pedido segredo sobre. Se esse fosse o caso, você obviamente não contaria.

- Foi o que eu disse para elas! - Rony exclamou, levantando as mãos em sinal de rendição - Mas mesmo assim não me levaram a sério. Harry, é sério, elas são capazes de usar veritaserum em um de nós, ou em você mesmo, para descobrirem.

- Não precisa de tanto drama - Harry disse - Isso é contra as regras. Ninguém teria coragem de infringir uma regra dessa bem debaixo do nariz do Dumbledore só para saber se duas pessoas estão namorando ou não.

- Pode ser - Rony disse, suspirando e caminhando em direção a própria cama. O ruivo se sentou e continuou - Harry... O que você sente pelo Malfoy? Quer dizer... Aquele beijo no campo, vocês pareciam um casal muito apaixonado e não amigos que se beijam de vez em quando nos cantos da escola.

- Eu... Ainda não tenho certeza da profundidade dos meus sentimentos - Harry disse, se sentando ao lado do melhor amigo - Mas sei que estou começando a gostar dele e isso me assusta um pouco. Não só pela minha falta de experiência mas pelo medo que eu também sinto.

- Medo? - Rony perguntou - Medo de que?

- De ser rejeitado - Harry afirmou com convicção - E se ele só me vê como um amigo com benefícios? Sei que ele gosta de mim é o Draco ele jamais ficaria com alguém que ele não gosta. Com certeza iria considerar isso perda de tempo.