Julgado

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O burburinho foi geral. Lucius Malfoy sendo levado de Hogwarts amarado e acompanhado de vários aurores e do próprio ministro da magia não era algo que se pudesse ignorar. Enquanto andava pelos corredores segurando a mão de Harry, Draco ouvia os colegas de vários anos diferentes lhe perguntando o que havia acontecido, o que seu pai havia feito para receber tal tratamento. Na cabeça do sonserino, entretanto, suas vozes estavam distantes, confusas como se pertencessem a outra dimensão.

O rosto de Draco permanecia molhado de lagrimas que o loiro não fizera questão de limpar. Eram o atestado definitivo da verdade.... Do crápula que era seu pai. Sabia que havia feito a coisa certa, o necessário e ainda sim doía.... Doía pra caralho.

O sonserino seguiu, ainda segurando a mão de Harry que o olhava cada vez mais preocupado, até o canto mais distante do jardim e ali, junto somente do garoto que amava, Draco se permitiu desabar. O moreno o abraçou e ele encharcou as vestes pretas de Harry com suas lágrimas enquanto o outro acariciava seus fios platinados.

Dentro do grande salão todos especulavam o que teria acontecido. De repente, alunos de outras casas estavam em volta da mesa da sonserina enchendo seus colegas de perguntas sobre os Malfoy. Zabini conseguiu se retirar de fininho. Sabia que por ser o melhor amigo de Draco, a enxurrada de perguntas dirigidas a si seria a pior.

- Você precisava ver Nev - Crabbe disse, sentando ao lado de Neville na biblioteca. Numa mesa mais distante, Hermione, Pansy, Luna e Ana estavam reunidas com as outras meninas. Haviam reativado seu grupo de estudos - O Nott estava conversando com um menino.... Bom... Não tão diferente dos que ele costumava sair mas já é um começo. Eu fiquei feliz de ver ele realmente tentando.

- Fico feliz também - Neville disse, folheando o livro de transfiguração, queria distrair a cabeça e não pensar no sonserino - Tomara mesmo que ele mude.

- E isso tudo é culpa sua Nev - Crabbe disse sorrindo - Se não fosse o interesse dele por você nada disso estaria acontecendo.

- Besteira - o grifinório respondeu - O mérito é dele de querer mudar. E se mudar pra melhor que bom, vai poder fazer alguém feliz. E se essa pessoa estiver dentro de um padrão de beleza que ele está acostumado então tudo bem também, se o sentimento for verdadeiro e não apenas movido por tesão.

- Eu, sinceramente, acho que ele não vai te esquecer tão cedo - Crabbe disse, folheando seu livro para chegar na pagina do capitulo que ele e Neville iram estudar - Ele está realmente apaixonado por você mas acredito que tenha desistido definitivamente agora que você e o Cedrico estão mais firmes que nunca no relacionamento.

- Está realmente tudo ótimo entre a gente - Neville disse, em um tom meio sem emoção, automático. Crabbe notou e , estanhando, franziu o cenho - Acho.... Acho que daqui a pouco vamos dar um passo a mais no nosso relacionamento.

- Ele vai te pedir em namoro? - Crabbe perguntou, espantado. Se Cedrico pedisse Neville em namoro do jeito que o amigo pareceu quando disse que estava tudo bem.... Não seria boa coisa - Você tem certeza disso Nev?

- Cada dia mais - o outro disse - E não só isso, ele também vai querer dar um outro passo.... Você sabe....

- Ele nunca te forçaria a nada Nev - Crabbe disse, dando um sorriso tranquilizador - É o Cedrico oras... Ele vai planejar para que seja tudo perfeito.

- O problema não é esse - Neville disse, abruptamente - É só que....

Na mesma hora o grifinório parou e, piscando os olhos espantado, os dirigiu de volta ao livro aberto a sua frente. Quase havia dito para Crabbe que o problema não era a possibilidade de perder sua virgindade, cada dia mais concreta, mas sim a sua primeira vez não ser com Nott. O maldito sentimento pelo sosnerino ainda estava ali... Queimando, esperando o momento de vir a tona, embaixo do carinho que sentia por Cedrico.

Balaço - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora