Vestiário

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Quando os pés de Harry tocaram o gramado do campo a torcida da sonserina ainda gritava de forma histérica e dessincronizada. Apesar de se sentir triste e frustrado por ter perdido o moreno sorriu ao ver Draco sendo levantado e carregado pelos ombros por seus companheiros de time. O loiro ria abertamente enquanto todos apertavam suas mãos, o parabenizando. Quando Harry menos esperava toda a torcida da sonserina invadiu o campo e correu em direção aos jogadores, gritando o nome de Draco.

O moreno sentiu alguém pousar a mão sobre seu ombro e quando virou a cabeça para o lado deu de cara com Ron, claramente tentando o confortar. O ruivo estava com o rosto e os cabelos molhados de suor e deu um sorriso triste para o melhor amigo. Harry correspondeu e correu os olhos sobre o time da grifinória. Alguns ainda olhavam desacreditados para a massa de sonserinos que gritavam, pulavam e comemoravam do outro lado do campo enquanto outros mantinham olhares tristes para a cena e permaneciam calados, apenas observando.

Harry notou que Angelina havia se sentado no chão e estava com a cabeça pousada entre as pernas, provavelmente refletindo sobre o que a grifinória havia feito de errado ou sobre como, de repente, Draco Malfoy parecia o melhor jogador que a sonserina ja teve. O moreno não podia negar que também possuía tal duvida e estava disposto a desvenda-la. Notando uma movimentação no canto do campo, entre as arquibancadas o grifinório notou que Dumbledore vinham caminhando calmamente daquela direção, um sorriso sereno tomava seus lábios meio escondidos por causa da barba. O diretor vestia um robe verde brilhante com um chapéu combinando e suas mãos estavam juntas em frente ao corpo. Quando se aproximou dos alunos da casa das cobras, o diretor disse:

- Parabéns sonserina, parabéns sonserina. Por terem ganhado uma das partidas mais bonitas e acirradas que essa escola já viu. Foi um lindo jogo. Tenho certeza que todos, independentemente das torcidas, apreciaram.

Após dizer essas palavras o diretor se virou levemente na direção de Harry e, sem que ninguém percebesse, piscou em cumplicidade para o moreno. Antes que Harry pudesse compreender o significado do gesto, entretanto, uma voz se fez presente. Mais estridente que os gritos dos sonserinos:

- O QUE VOCÊ FEZ SONSERINO? O QUE VOCÊ TOMOU? QUAL A TRAPAÇA DESSA VEZ?

Era Simas, o grifinório vinha correndo pelo campo, a testa suada e o rosto vermelho em fúria. Não podia acreditar que a grifinória havia perdido. Não era verdade, não podia ser. Assim que parou na frente de Dumbledore o garoto se curvou colocando as mãos sobre os joelhos, recuperando o fôlego. Quando levantou o tronco, continuou com suas acusações:

- Você não pode aceitar isso diretor, claramente a sonserina armou algum plano sórdido para ganhar. É obvio. Ninguém ganha do Harry como apanhador.

- Simas... - Harry começou, mas Dumbledore estendeu a mão em um gesto para que ele parasse.

- Senhor Finnigan eu creio que nenhum aluno da sonserina faria tal coisa, seria muita inocência pensar que poderiam enganar a mim mesmo, e todos os outros professores. Certamente não é esse o caso - Dumbledore disse, ainda em seu tom calmo.

- Mas diretor.... Isso é um absurdo. Todos sabem que é - Simas insistiu

- Aprender a lidar com a frustração da perda é um sinal de maturidade senhor Finnigan. Não há necessidade de tanto alarde, tenho certeza.

- Isso queridinho - Pansy disse, estava enojada de ter que olhar para aquele grifinório nojento - Aceite que perdeu e nos deixe comemorar em paz.

- É o melhor Simas - Dino disse, se aproximando do amigo - Você já está passando vergonha. É sério.

Simas olhou para os lados, os sonserinos o observavam como raiva estampada nos rostos, os grifinórios, corvinos e lufanos o olhavam com tristeza e pena. O grifinório então saiu correndo desacreditado e frustrado. Dino foi atrás do amigo com uma expressão de preocupação no rosto.

Balaço - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora