Eros Stackhouse:
Peguei a colher cuidadosamente da mesa e coloquei-a nas pequenas mãos de Rafael. Ele olhou para a colher, seus olhos finos demonstrando hesitação. Tínhamos que dar a ele algo para compensar a falta de nutrição e administrar o remédio que o médico havia receitado. A sopa continha cenouras picadas e brócolis, e estava bem cozida para facilitar a digestão.
Rafael olhou para a sopa à sua frente, engolindo em seco. Quando viu pedaços de cenoura flutuando na sopa, ele silenciosamente colocou a colher de lado, afastando-a.
— Você não gosta de cenouras? — Perguntei, vendo-o franzir o rosto e empurrar o prato na minha direção com sua pequena mão, como se quisesse se livrar das cenouras, embora o som de seu estômago faminto ecoasse.
Ele olhou cautelosamente para mim, como se estivesse esperando minha reação. No entanto, eu estava sorrindo e minha expressão permanecia acolhedora.
— Se você comer bem essa sopa e ficar saudável, poderá brincar, não acha? — Sugeri, evitando repreendê-lo ou forçá-lo a comer algo que não gostasse. Traumas alimentares não seriam uma boa lembrança para ele no futuro.
Fui gentil em minhas palavras e ações, certificando-me de não causar um trauma em Rafael.
— Então, que tal combinarmos de comer apenas três colheres? — Propus.
— Três? — Ele perguntou, surpreso.
— Sim, apenas três. Nós conseguimos fazer isso. — Confirmei.
Rafael apertou os punhos e pareceu ponderar. Sua resposta veio da vontade de não me decepcionar, e eu acariciei sua bochecha, achando-a adorável.
— Agora... ah! — Exclamei.
Rafael abriu a boca obedientemente, permitindo que eu lhe desse uma colherada da sopa. Ele fechou os olhos e saboreou o alimento várias vezes antes de engolir.
— O que você acha? Faltam duas colheres, você consegue? — Perguntei, e ele assentiu.
Rafael abriu a boca novamente, desta vez com um pouco mais de confiança. Peguei a colher e lhe dei outra porção da sopa, e ele ficou surpreso por receber mais do que na primeira vez.
Eu ri do jeito como ele estava comendo a sopa, com as bochechas cheias como as de um hamster. Era uma visão adorável.
— Essa é a última. — Informei quando ele terminou a segunda colherada. A tigela de sopa estava agora mais vazia do que cheia. — Estou muito orgulhoso de você. Você consegue terminar isso?
Agora era hora de dar o remédio. Peguei o frasco que a curandeira me havia dado e o mostrei a Rafael, que olhou para o líquido rosado com curiosidade, mas manteve os lábios firmemente fechados.
— Bem, este é muito doce e saboroso. — Tentei convencê-lo, vendo-o morder o lábio.
No entanto, ele parecia relutante em tomar o remédio.
Decidi recorrer ao meu último recurso, algo que minha mãe costumava fazer para mim quando eu não comia bem quando criança. Levantei a mão segurando a colher, e ela começou a flutuar no ar, movendo-se suavemente em uma trajetória curva.
Os olhos de Rafael se arregalaram, e ele acompanhou o movimento da colher com a cabeça, encantado com a visão.
Isso me lembrou quando meu irmão Oscar movia a cabeça para seguir um de seus brinquedos, o que me fez sorrir interiormente.
— Ah! O avião está aterrissando, Rafael! — Anunciei e a colher que estava indo e voltando parou na frente de sua boca aberta. Ele não hesitou e aceitou a colher, permitindo que eu lhe desse o remédio.
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Sangue Verdadeiro
FantasyEros Stackhous, perdeu os pais ainda jovem e vive resolvendo as confusões do irmão, Jeremy. Certo dia, depois de voltar do horário do almoço, encontrou um rapaz no restaurante, nesse dia conhece Braxton Compton, um homem mistérioso que irá mudar com...