Capítulo Quinze

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Eros Stackhouse:

— Mãe, posso falar com você? — Carter perguntou, abrindo a porta e lançando um olhar surpreso para a cena que se desenrolava, com Oscar e Robin se encarando, desafiando um ao outro a dar o próximo passo. — O que está acontecendo aqui?

Robin fez uma pausa, virando a cabeça com determinação para olhar seu filho, que, para minha surpresa, estava coberto de tinta vermelha.

— Você venceu, Oscar! — exclamou Rafael, como se estivesse aguardando esse momento. Ele acariciou a cabeça do gato, e a cena era tão adorável que eu não pude deixar de tirar uma foto.

Naquele momento, Robin franziu a testa.

— Peço desculpas por um momento. — Ela disse com calma ao se levantar. Braxton apareceu na porta, fingindo indiferença, mas eu pude notar que ele estava fervendo por dentro. Não conseguia dizer se era raiva ou vergonha.

— Sim, claro, estaremos aqui. Você pode pedir para o Jeremy vir até aqui. — Falei com tranquilidade, fazendo o meu melhor para ignorar Braxton.

— Já ouviu, Braxton, chame seu irmão. — Robin disse, fechando a porta atrás dela.

Ela claramente tinha uma atitude de vencedora.

Braxton virou-se como se não quisesse me encarar. E assim aconteceu o nosso primeiro encontro depois de tanto tempo.

— Eros, você viu que o Oscar ganhou! — Rafael exclamou, trazendo-me de volta à realidade.

— Sim, graças ao apoio de vocês. — Oscar disse. Os dois trocaram olhares e riram.

— Vocês são o melhor apoio que poderíamos ter, Rafael. — Falei, acariciando seus cabelos.

— Hehehehe — Rafael sorriu timidamente, suas bochechas corando com o elogio. Oscar se sentou no sofá, olhando calmamente para mim.

Minha mente estava exausta, processando o inesperado que havia acontecido. Eu esfreguei as mãos ao redor dos olhos e decidi descansar no sofá, com as costas apoiadas nas almofadas.

Eu me preparei para o que quer que viesse a seguir.

— Oscar, o que meu tio é? — perguntei, olhando para o gato.

— Seu tio é uma híbrido de anjo com vampiro — Oscar falou calmamente. — Não sei ao certo como ele se transformou nisso; ele nunca me contou sobre seu passado como humano ou o que o levou à morte.

— Quantos anos ele tem? — perguntei.

— Ele morreu aos vinte e três anos e vive há trezentos anos. — Oscar respondeu. — Ele tem a mesma idade da cidade; afinal, viveu aqui como parte de sua família antes de abandonar seu sobrenome e aquela vida.

— Meus pais sabiam a verdade sobre ele? — Falei, sentindo a garganta se apertar.

— Ele nunca se misturou com a família da mesma forma que fez com a geração do seu pai; ele sempre observava de longe. — Oscar respondeu. — Ele revelou a verdade ao seu pai quando ele fez quinze anos. — Ele lambeu a pata. — Algum tempo depois, sua mãe apareceu, e seus pais se apaixonaram profundamente. Ela fugiu de um grupo de caçadores, que são humanos dotados de habilidades sobrenaturais para caçar e matar seres sobrenaturais por meios mágicos. Eles são considerados uma espécie sobrenatural, apesar de serem humanos. Sua mãe fugiu da família dela com um colar de jade que contém a alma de um anjo e a de um dragão.

— O que ele faz? — Perguntei, sentindo meu coração apertar.

— Um desejo. Maxuel ouviu de sua mãe que o colar realizaria um desejo para a pessoa que o anjo e o dragão reconhecessem. — Óscar disse, esticando-se. — O colar só havia reconhecido o líder dos caçadores e sua mãe, mas quando você nasceu, ele o reconheceu. Seu pai não gostou disso e tentou se livrar dele, mas o colar o queimou. Depois de algum tempo, um guerreiro anjo veio atrás do colar quando sentiu sua essência mágica, e o resto você já sabe.

Sangue VerdadeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora