Capítulo Quarenta

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Eros Stackhouse:

Durante uma longa e intensa semana, mergulhei profundamente nas pesquisas sobre os rituais funerários que envolviam tanto anjos quanto dragões. O desafio era que os dois seres mágicos presos em meu colar pareciam proibidos por um feitiço de Trumpet de compartilhar qualquer informação sobre como proceder.

Xuro, com seu olhar inquieto, expressava o desejo de contribuir, mas sua impotência era evidente.

— Já sei como posso ajudar você! — Lauhar interrompeu meus pensamentos ao correr em minha direção. — Uma conhecida do Submundo me contou sobre o Mercado.

— Mercado? — Perguntei, intrigado.

— O Mercado das Realidades é um lugar onde os submundanos se reúnem para compartilhar informações — explicou Luna, finalmente desistindo de provocar Allan, que brincava com Rafael, Jeremy e, surpreendentemente, com Tate.

— Por favor, me leve até lá! — Tatiana estava animada. — Lauhar, como podemos encontrá-lo?

— Para encontrá-lo, precisamos procurar por locais com uma concentração intensa de magia ou áreas frequentadas por submundanos — Luna respondeu, estalando a língua. — Pode-se dizer que lá você encontra de tudo.

— Eles parecem confiantes em vender qualquer coisa — Tatiana ponderou. — Quantas coisas incorretas eles comercializam lá?

Enquanto elas mergulhavam em uma conversa sobre possíveis compras, dirigi meu olhar a Lauhar.

— Eles realmente podem ter as informações que precisamos? — Questionei.

— Com certeza, mas parece que terá que ser ainda hoje à noite. Com tudo o que aconteceu recentemente, especialmente com a morte causada por Logan, está difícil encontrar alguém disposto a compartilhar informações, todos estão com medo — Lauhar explicou. — É compreensível, embora estranho. Mas entendo por que estão em alerta.

— Mas ele não estava fazendo nada de errado ultimamente, certo? — Argumentei. — Ele está calmo, e até Maxuel disse para relaxarmos um pouco quando liguei para ele ontem à noite.

— É uma ideia melhor do que conversar com um feérico imundo — Lauhar expressou com um ar de nojo. — Vou mandar uma mensagem para que minha amiga nos encontre na entrada do mercado.

Antes que eu pudesse responder, ela girou nos calcanhares e desapareceu da minha vista, correndo como um foguete. Parecia que anjos e feéricos não eram exatamente os melhores amigos, ou talvez até inimigos mortais.

Desde que Robin sugeriu falar com o Rei das Fadas, Lauhar estava determinada a encontrar uma alternativa, evitando pedir ajuda ao povo das fadas. Balancei a cabeça, preferindo não pensar nas relações hostis entre seres imortais. Meu foco estava em encontrar soluções para os problemas que me afligiam.

Com a impossibilidade de procurar as fadas devido à presença controladora do anjo em meu interior, tinha apenas duas opções. Primeira: enfrentar a árdua tarefa de ler inúmeros livros na biblioteca encantada de Robin até encontrar informações sobre dragões e esperar que seus contatos soubessem algo. Ou então, optar por seguir a informante de Lauhar até o Mercado. Soltei um suspiro, já estava exausto com toda essa situação.

Agora era o momento de procurar orientação de duas pessoas que poderiam indicar o caminho a seguir. Saí da sala, buscando o máximo de silêncio possível.

— Mãe — sussurrei. — Pai. Preciso da ajuda de vocês.

Olhando pela janela, percebi que o tempo estava mudando: rajadas de vento varriam a casa, raios iluminavam o quintal ao longe, onde as pessoas riam e se divertiam.

Sangue VerdadeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora