Capítulo Quarenta e Nove

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Eros Stackhouse:

No dia seguinte, sob o céu límpido e o sol dourado que pintavam o cenário com tons de calor e luz, fiz um pedido a Braxton. Em um tom suave e ansioso, pedi que Braxton me acompanhasse até a densa e misteriosa floresta que se estendia além do horizonte. Queria verificar pessoalmente o motivo pelo qual Agari estava envolto em um silêncio enigmático, um silêncio que contrastava com a energia vibrante que normalmente emanava dele.

Jeremy estava profundamente mergulhado em seus estudos, imerso em livros e anotações, aproveitando ao máximo seu tempo para aprimorar seu conhecimento. Ele mal levantava os olhos dos pergaminhos empilhados à sua frente, e seu compromisso era admirável.

Além disso, havia Rafael, um espírito aventureiro em seu coração, ansioso para se juntar a nós, mas eu, com um toque de preocupação, insisti para que ele ficasse em casa um pouco mais e aproveitasse para treinar um pouquinho e brincar com o pessoal.

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Demoramos mais do que o previsto para alcançar as coordenadas que Braxton tinha memorizado. Quando finalmente chegamos, deixamos o carro estacionado em uma entrada discreta da densa floresta e continuamos nossa jornada a pé. Foi então que percebi que a paisagem naquela floresta sob o céu aberto era completamente diferente do que eu imaginava.

As árvores que ladeavam a borda da floresta agora pareciam tocar o céu, erguendo-se como gigantes entre as majestosas árvores das montanhas ao redor. A luz do sol derramava-se sobre tudo, dando à vegetação uma aura encantadora. No entanto, o trecho de grama escassa à margem da floresta brilhava ainda mais intensamente sob a luz solar.

Caminhamos pelo leito de um regato raso por apenas alguns minutos quando ficou evidente que aquela paisagem era estranhamente familiar. As árvores, altas e esguias, inclinavam-se como se tivessem sido moldadas por ventos impiedosos ao longo dos anos.

Enormes rochedos emergiam do solo árido, como guardiões silenciosos de um passado misterioso. E então, diante de nossos olhos, a paisagem se abriu, revelando o sinal do regato que seguimos, um pequeno lago sereno. No meio desse cenário, uma árvore colossal se destacava, suas folhas brancas cintilando com pequenas quantidades de brilho que, para minha surpresa, percebi serem diamantes incrustados em suas folhas. Era um vislumbre de um mundo oculto e mágico que Braxton havia nos conduzido.

Enquanto seguia na direção oposta, avistei uma figura feminina, deslumbrante em suas vestes recém-adquiridas, que iam de uma calça de linho elegante a uma blusa branca imaculada. Ela ostentava uma pulseira de couro no pulso, e seus cabelos fluíam graciosamente pelos ombros. Uma coroa de flores adornava sua cabeça, e foi então que percebi suas orelhas pontiagudas, revelando sua natureza feérica.

— Agari — Braxton chamou, e a figura se virou, revelando um sorriso doce enquanto se aproximava.

— Meu caro Braxton, que prazer revê-lo após um dia — ela respondeu com graça, dirigindo seu olhar para mim e fazendo uma reverência graciosa. — É uma honra reencontrá-lo, Eros, depois de tanto tempo.

— Que que digo que é uma hora reencontra-la — Falei, meu coração se apertou. — Sinto muito por não ter vindo antes.... — Ela me calou com um aceno de sua mão.

Agari proferiu palavras reconfortantes, um sorriso afetuoso iluminando seu rosto.

— Não há motivo para se culpar pelo passado — ela disse gentilmente. — Estou apenas feliz por poder ajudar a celebrar uma ocasião como essa. Sua mãe teria adorado, tenho certeza.

Meu coração apertou ao pensar em meus pais. Era verdade, eles teriam ficado radiantes em participar do meu casamento e em conhecer Braxton. A lembrança da ausência deles era uma sombra constante em momentos como esse e mesmo que saiba que ambos estão perfeitamente bem com tudo que acontece, ainda seria muito bom vê-los.

Sangue VerdadeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora