Capítulo Trinta e Um (início 2°parte)

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Eros Stackhouse:

Eu já sabia o que era um mangual, mas nunca tinha segurado um em minhas mãos antes. Agora, diante de mim, havia uma prateleira repleta deles, reluzindo com brilho mortal. Cada vez que eu vinha para a mansão Compton, ficava surpreso com a sala de armas.

As paredes e o chão eram feitos de granito branco-prateado, enquanto ilhas de pedra se erguiam em intervalos pela sala, criando a impressão de que todo o lugar era uma exposição de armas e armaduras. Havia cassetetes e maças, bengalas ocultas, colares, sapatos e casacos acolchoados, todos engenhosamente projetados para esconder lâminas finas e achatadas para apunhalar e lançar. Estrelas da manhã com espinhos terríveis, e bestas de todos os tipos e tamanhos. As ilhas de granito estavam cobertas por pilhas de instrumentos brilhantes, entalhados com pedras encantadas.

Entretanto, o mais fascinante de tudo era a prateleira repleta de adagas. Em questão de segundos, eu estava aprendendo a manejar uma adaga com movimentos ágeis e precisos. Para mim, essas adagas eram verdadeiras obras de arte, com cabos adornados por ouro, prata e pedras preciosas, incluindo safiras azuis, rubis lapidados e gravuras brilhantes de espinhos, tudo incrustado em platina e diamantes negros.

Elas me faziam lembrar das adagas duplas que minha mãe costumava usar, memórias que agora vinham à tona. Girei meu corpo com graça e a adaga cintilou, meus movimentos exibindo total concentração e habilidade.

Em um piscar de olhos, troquei para uma espada, e com um gesto rápido, arremessei a adaga pelo ar. Carter, que estava prestes a entrar no quarto, teve reflexos rápidos e desviou a tempo, enquanto Braxton apanhou a adaga habilmente com os dedos, seus olhos se arregalando com a surpresa do que havia acabado de testemunhar.

— Percebi que você está gostando bastante de armas, certo? — Carter falou.

— São legais e quero experimentar todas. — falei voltando para uma das mesas, onde coloquei as armas que desejo experimentar.

— Vejo já que a última vez que treinou comigo quase acabou com a minha raça. — Braxton falou devolvendo a adaga para seu lugar.

Me lembro que a primeira vez que tivemos uma arte que envolvia armas e o corpo. Acabei espancado Braxton parecendo que não era eu mesmo durante a luta. O arrastei e foi derrubado, sem parar, com o nariz sangrando e o rosto inchado finalmente. No momento seguinte ele se recuperou mais me olhou com choque e descrença.

— Braxton, seu namorado está parecendo realmente ser alguém sem coração. — Carter falou soltando uma risada para lembrar da ocasião como estou nesse momento. — Aquele dia sua velocidade de cura pareceu não funcionar muito era cada golpe que Eros te dava.

Meu rosto escureceu. Apertei o cabo da espada, me controlando para não avançar até Carter e o espancar.

— Sim, ele é desse jeito porque está pronto para o combate. — Braxton disse, surgindo ao meu lado. Que pegou uma adaga e girou entre os dedos antes de colocá-la de volta na mesa. — Mas não me importo com esse jeito dele, amo que ele não precisa que o defenda.

Dirigi meu olhar na direção de Braxton, e a estranha sensação que vinha crescendo dentro de mim, causando desconforto, começou a diminuir quando encontrei seu olhar. Era um ciclo que se repetia nos últimos dias, uma sensação de que algo dentro do meu peito ansiava por se soltar, por liberar uma fúria indomável.

Braxton me observava com uma expressão carinhosa e preocupada, seus olhos transmitindo um entendimento profundo, mesmo que eu não tivesse compartilhado o que aconteceu durante minha breve conversa com Trumpet. Ele não tinha conhecimento dos desejos turbulentos que brotavam em meu coração e que se moldavam em minha mente.

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