Eros Stackhouse:
Não sabia ao certo o que mais a apavorava em relação ao que estava acontecendo naquela caverna sombria e úmida. Tinha a fúria do monstro, uma grotesca criatura de pesadelo com tentáculos azul-escuros, cujas pontas brancas se assemelhavam a laços mortais. No entanto, à medida que esses tentáculos se aproximavam da nossa direção, a visão era chocante, pois eles se contraíam com a voracidade de punhos gigantes em busca de presas.
Eu estava preso, um pedaço quebrado do chão me prendendo, e aquela sensação de queda livre me atormentava, como se eu estivesse despencando em um poço de elevador sem fundo. A força da rocha que me envolvia parecia capaz de me esmagar até a morte a qualquer momento. Ao meu lado, ouvi engasgos e o som de alguém se debatendo, lutando desesperadamente por um último fôlego. Além disso, havia a esmagadora sensação de profundidade.
Gritos ecoavam de várias direções enquanto eu era arrastado para baixo, engolido pela escuridão que preenchia meus olhos e ouvidos. O pavor me cercava por todos os lados, a escuridão se expandindo sobre mim como um buraco negro. Eu conseguia vislumbrar uma porta clara e quadrada à distância, forçada a se abrir sob a pressão daquela criatura monstruosa.
A criatura era uma força incontrolável, seus tentáculos apertando cada vez mais. Olhei para cima e vi a luz da porta se tornando cada vez mais distante, lançando uma luz fraca sobre a área ao meu redor. No entanto, não conseguia ver além dos tentáculos demoníacos que me cercavam. Estiquei a mão para cima e empurrei o escombro que me prendia, sentindo algo romper a escuridão, meu pulso acelerando. Olhei na direção de onde vinha a luz, simultaneamente percebendo um brilho emergindo ao meu redor, formando uma enorme esfera de luz.
— Está tudo bem?— Braxton perguntou, preocupação em sua voz, e eu assenti.
— Nada quebrado, e se estivesse, já estaria de volta ao lugar— respondi, observando a criatura começar a apertar ao redor da esfera de proteção que nos envolvia.
Desviei o olhar para a direção oposta, onde Lauhar recitava um encantamento para manter nossa proteção intacta. Parecia que a criatura estava determinada a destruir a barreira primeiro.
— Onde estão os outros? — perguntei, preocupado.
— Eles estão ajudando os caçadores que caíram— Braxton explicou. — Damaiel e Carter estão enfrentando o monstro. Ingrah e Hampher também estão lá, e imagino que até aqueles a quem pedimos para ficar do lado de fora da caverna tenham se juntado à luta.—
— Maxuel desapareceu assim que caímos — acrescentou Braxton.
— Era isso que ele estava fazendo — ouvi a voz de Marceline, que segurava o braço e empunhava uma faca enquanto observava os tentáculos com determinação. — Ele criou um demônio destinado a consumir tudo, uma maneira de aniquilar a essência de um anjo.—
Um choramingo perturbador interrompeu nossa conversa, e todos nós nos viramos confusos.
— Vocês estão ouvindo esse lamento?— perguntei, enquanto o som aumentava, fazendo-me apertar a cabeça em agonia.
— É só o som dos caçadores, suas armas, Carter quebrando algo e xingando, Damaiel usando sua magia— explicou Braxton. — Não parece haver nenhum animal aqui, além dessa criatura horrenda.
O lamento ecoou novamente, enchendo o ambiente, e eu me senti compelido a investigar.
— Parece... Parece que é como o choro do Xuro — murmurei, finalmente olhando para os tentáculos. Concentrei-me no som do lamento e vi imagens surgirem em minha mente, revelando a presença de uma alma de dragão, uma entidade que clamava por ajuda para aliviar seu sofrimento.
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Sangue Verdadeiro
FantasyEros Stackhous, perdeu os pais ainda jovem e vive resolvendo as confusões do irmão, Jeremy. Certo dia, depois de voltar do horário do almoço, encontrou um rapaz no restaurante, nesse dia conhece Braxton Compton, um homem mistérioso que irá mudar com...