Capítulo Catorze

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Eros Stackhouse:

— Você quer dizer aqui? — Jeremy falou hesitante. — Ir a pé?

Descemos do carro, meu irmão murmurando enquanto olhava para o portão dourado, parecendo perplexo. Tínhamos tentado avançar com o carro, mas parecia haver um encantamento nesse lugar que bloqueava sua passagem, forçando-nos a descer do veículo. Pela manhã, contei para onde estávamos indo, para a casa Compton, conforme planejado no convite de Robin. Rafael segurava Oscar em seus braços, seus olhos brilhando com curiosidade enquanto absorvia tudo ao seu redor.

Os portões majestosos se abriram e a figura de Luna apareceu, vestindo uma jaqueta jeans escura com um toque de brilho vinho. Ela se aproximou de nós, parando a alguns metros de distância.

— O que traz vocês aqui? — Ela perguntou, seu rosto exibindo um evidente traço de suspeita, como se estivesse insinuado em sua expressão.

— Olá, a sua mãe me mandou uma mensagem pedindo que viéssemos tomar um pouco de chá com ela. — Falei, fazendo um som de desaprovação com a língua.

Luna bufou, parecendo um tanto irritada.

— Ha, você não pode entrar com um carro Mundano. Se você quiser entrar neste lugar, alguém tem que desfazer a barreira mágica. Nesse caso, minha mãe pediu que usássemos o carro dela para chegar até nossa casa. Terei que ser sua motorista. — Ela disse, ainda exibindo alguma irritação em suas palavras.

Sua reação era intrigante. Luna permanecia imóvel, pernas cruzadas, olhando para mim com uma expressão indiferente, o que era bastante indelicado.

— É assim que a Robin trata seus convidados? Devo perguntar diretamente a ela. — Falei, meus olhos frios fixados nela. Seu comportamento desrespeitoso me atingiu e ela parecia querer me diminuir.

Luna, percebendo sua posição desfavorável, ficou envergonhada e rapidamente corrigiu sua postura. Era evidente que tinha algum temor em relação à mãe.

— Sinto muito... foi um mal-entendido. Não é isso... Estou acostumada a lidar apenas com meus irmãos, e você é tão parecido com eles que acabei sendo rude sem perceber. — Ela falou rapidamente, tentando se justificar.

— Apenas nos leve até o seu carro, a menos que queira abrir passagem para o nosso. — Falei calmamente, ignorando-a enquanto abraçava Rafael e o puxava para mais perto de mim, com Jeremy seguindo atrás de nós.

Ainda nem havíamos começado a nossa conversa ou a reunião para o chá, mas por algum motivo, já estava me sentindo cansado. Tinha a sensação de que o dia seria longo.

— Bem, Eros. — Luna falou, parecendo ansiosa e cautelosa, como se temesse a reação de sua mãe. — O carro...

— Você deveria ter se saído bem desde o início. Agora parece estar tentando ser mais agradável. — Disse com firmeza.

— Sim. — Ela respondeu com um tom de desespero e abriu a porta do carro para nós.

— Uau! — Rafael exclamou, olhando para tudo à sua frente após passarmos pelo portão. — É lindo!

O portão, que devia ter mais de 3 metros de altura, nos impressionou antes mesmo de chegarmos à mansão. Não importava se era ouro verdadeiro ou não, ele irradiava majestosidade sob o sol. Passamos por ele, e a porta do carro prateado, que estava impecável e brilhante, foi aberta por Luna sem o menor defeito. As impressões digitais seriam suficientes para marcar sua superfície tão limpa.

— Por favor, entrem. — Luna disse gentilmente, implicitamente pedindo desculpas em sua maneira de falar. No entanto, eu a ignorei.

O carro começou a se mover com facilidade enquanto estava estacionado. Senti um leve tremor, mas a sensação era de que ele permaneceria no lugar, tão suave era o movimento.

Sangue VerdadeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora