Capítulo Seis

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Eros Stackhouse:

Seu olhar intenso me pegou de surpresa, como se Braxton estivesse observando minha alma através daquela janela. Ainda segurando a declaração que Jeremy havia entregado, olhei fixamente de volta para ele, me sentindo desconfortável sob seu olhar penetrante. A noite estava envolta em um silêncio pesado, apenas a luz fraca da lua iluminava sua figura misteriosa do lado de fora.

Braxton permaneceu do lado de fora, a poucos metros da janela, com uma expressão inscrutável no rosto. Sua presença ali me deixou inquieto, e eu me perguntei o que ele estava fazendo ali. Minha mente trabalhava em um turbilhão de pensamentos, enquanto eu tentava decifrar o motivo de sua visita noturna. Finalmente, decidi me aproximar da janela e ele apontou silenciosamente para o trinco dela, pedindo que eu abrisse. Após ponderar por dez minutos, tranquei a porta do quarto e vi Oscar, meu gato preguiçosamente espichado em cima da minha cama, observando a cena com olhos curiosos.

Depois de mais alguns minutos de hesitação, voltei a acalmar minha mente. Virei-me lentamente em direção à janela, vendo os olhos de Braxton, que inicialmente pareciam cheios de excitação, agora gradualmente esfriando. O canto de sua boca revelou um sorriso silencioso e frio, como se ele estivesse se divertindo com meu desconforto. Mantendo a guarda alta, levantei os pés e me aproximei da janela, finalmente decidindo abri-la.

Mas, à medida que eu me aproximava, seu sorriso desaparecia e sua expressão indiferente se transformava gradualmente em uma fisionomia cansada, como a de um bebedor pesado. Isso fez com que meus passos se tornassem instáveis e trêmulos, deixando-me ainda mais confuso.

— O que está fazendo aqui, Braxton? — perguntei, tentando manter a firmeza em minha voz.

Ele não respondeu imediatamente, seus olhos ainda estavam fixos nos meus. Então, em um tom calmo e sereno, ele finalmente respondeu:

— Só queria ter certeza de que você estava bem.

Aquela resposta me surpreendeu, e uma sensação estranha se apoderou de mim. Era como se, por um breve momento, as diferenças entre nós tivessem se dissipado, e eu pudesse ver algo mais profundo em Braxton. Mesmo assim, eu não podia deixar de questionar suas verdadeiras intenções.

— Por que você se preocupa comigo? — perguntei, mantendo minha guarda alta.

Braxton suspirou, desviando o olhar por um instante antes de responder:

— Porque, de alguma forma, você me lembra alguém que costumava ser importante para mim.

Aquelas palavras provocaram uma avalanche de perguntas em minha mente, mas antes que eu pudesse fazer mais questionamentos, ele simplesmente se afastou da janela e desapareceu na escuridão da noite.

Fiquei ali, perplexo e confuso, segurando a declaração em minhas mãos. O encontro com Braxton só aumentou o mistério em torno dele e de sua família, deixando-me com mais perguntas do que respostas.

— Eros! O que minha irmã contou para você, sobre mim e meu irmão? Não precisa acreditar nas coisas que ela diz sobre o nosso passado. — ele disse, tentando entrar no meu quarto, mas encontrando resistência.

Apoiei todo o peso da minha parte superior do corpo no que me sustentava e levantei a mão para esfregar suavemente minha eminência frontal. Sua voz estava cheia de cansaço:

— Ela só me contou a verdade sobre o passado de vocês. — Falei, estalando a língua.

Ele me olhou.

— Pode me convidar para entrar! — Pediu, e olhei confuso em sua direção. — O Convite é uma fraqueza de vampiros e híbridos de vampiro, incluindo Vampiros Originais. Para que um ser vampírico entre em qualquer casa de seres humanos, bruxas, lobisomens ou duplicatas (humanos), devemos ser convidados pelos donos da casa. Claro que uma vez convidado, o vampiro não pode ser desconvidado, a menos que o proprietário da casa mude.

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