Capítulo Trinta e Três

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Eros Stackhouse:

— Vou procurar o Rafael agora! — Braxton exclamou em voz alta, sua voz ecoando pelos corredores da imensa mansão. Os dois que haviam entrado na casa mais cedo agora se envolviam em uma brincadeira animada de esconde-esconde.

Rafael, o mestre das artes do esconde-esconde, havia escolhido um esconderijo estratégico atrás de mim, o que parecia uma escolha perfeita para o garotinho. Com destreza, ele se agachou, mantendo-se oculto, mas curioso. Uma pequena cabeça surgiu de seu esconderijo improvisado e seus olhos brilhavam de excitação enquanto ele observava Braxton se aproximar.

Braxton, por sua vez, caminhava lentamente em minha direção, com um sorriso travesso brincando em seus lábios. Ele fingia não saber onde o garoto estava escondido, embora desse para perceber que tinha uma ideia muito clara.

— Rafael, onde você está? Eros, você viu ele? — Braxton perguntou, sua voz carregada de falsa perplexidade.

Rafael, na ânsia de manter seu esconderijo seguro, enfiou a cabeça para fora novamente, os olhos fixos em Braxton, que se aproximava cada vez mais.

— Onde será que ele está? — Braxton indagou, ainda sorrindo maliciosamente. Ele fingia não saber que Rafael havia fugido de trás de mim e agora estava escondido sob a mesa.

Braxton se agachou habilmente, pegando o garotinho nos braços antes que ele pudesse escapar para um novo esconderijo. Os dois riram alegremente, e dessa vez, não pude resistir e me juntei à risada contagiante.

Quando a diversão se acalmou, Rafael olhou para mim com seus olhinhos brilhantes e depois pulou para cima, envolvendo meu pescoço com seus bracinhos. Segurei-o gentilmente e comecei a acariciar suas costas, passando os dedos pelos nós de sua espinha delicada.

Saí da cozinha com o garoto em meus braços, sentindo o calor e a leveza de seu corpo infantil. Rafael piscava as pálpebras pesadas, evidenciando o cansaço que a brincadeira lhe causara.

— Rafael, você se divertiu? — perguntei, mantendo a voz suave para não acordá-lo abruptamente.

— Sim... Braxton disse que vamos fazer isso de novo amanhã... Com você. — Rafael murmurou com seus pequenos lábios, num sussurro doce e sonolento.

Sorri gentilmente para o garotinho e continuei a acariciar seu cabelo macio, enquanto ele se entregava ao sono, seguro e tranquilo em meus braços. A alegria que sentia por fazer parte daquela família era inigualável, e eu sabia que estava exatamente onde pertencia.

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Aquela noite, enquanto eu observava a escuridão através da janela do meu quarto, algo chamou minha atenção. Movendo-se com uma graça sombria, uma figura se deslocou lentamente na penumbra. A criatura se aproximou da fachada da residência, e com um movimento ágil e preciso, saltou alto no ar. Pousou graciosamente no topo do muro e, de lá, lançou um olhar atento ao redor antes de dar um salto certeiro em direção à minha janela.

— Olá — Carter saudou, acenando para mim enquanto pousava do lado de fora. Abri a tranca da janela. — Posso conversar com você?

Soltei um suspiro discreto.

— Sorte sua que não estou conseguindo dormir. — Respondi, permitindo que ele entrasse. — O que deseja?

Carter deu um passo à frente e lançou a pergunta que me pegou de surpresa.

— Pode me dizer como é a mãe da Ramona? Vou conhecê-la amanhã no horário do almoço, e quero causar uma boa impressão. Ramona disse que não preciso me preocupar, mas esta será a primeira vez, desde que me tornei vampiro, que vou conhecer a família da minha amante.

Sangue VerdadeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora