Sangue Verdadeiro

Capítulo Quarenta e Cinco

Eros Stackhouse:

Após aquele dia repleto de acontecimentos vertiginosos, os eventos se desdobraram rapidamente. Os caçadores capturados foram encaminhados para cuidados médicos e alojados em um quarto para resolver a questão de suas ações. Quanto a mim, fui enviado à casa de Robin, onde Braxton prontamente me acomodou em seu próprio quarto. O simples fato de estar em paz e reunido com minha família era um bálsamo para minha alma, um verdadeiro refúgio.

O pequeno dragão, que agora tinha uma ligação forte comigo, não se afastava nem por um minuto sequer.

Ao entrarmos no quarto, Braxton simplesmente desabou na cama, enquanto Luna apareceu trazendo comida da cozinha. Os pratos eram feitos de madeira e as tigelas estavam empilhadas com uma variedade fascinante de cogumelos, líquens e sobremesas, cada um com sabores que variavam desde nachos até uma gosma roxa que revelou ser caramelo salgado, e até mesmo um cogumelo com gosto de frango empanado.

— Somos vampiros. — Braxton disse, sem desviar os olhos de sua irmã.

— Talvez você seja, mas Eros é um híbrido de caçador e vampiro. — Luna respondeu com um revirar de olhos. — Portanto, ele pode se alimentar de comida para se sustentar.

Dei de ombros e peguei a comida da bandeja. Após uma refeição satisfatória, cambaleei até a cama e caí nela, completamente exausto. Meus sonhos foram preenchidos com visões de dragões voando de um lado para o outro, prestando reverência diante de mim.

Quando finalmente acordei, percebi que os lençóis estavam sujos de terra e lama. Era evidente que um banho seria apropriado neste momento. Olhei na direção do filhote de dragão, notando que ele também estava coberto de sujeira. Afinal, ele havia renascido para um novo mundo e merecia uma limpeza adequada.

Levantei-me e cutuquei Braxton nas costelas, informando-o de que eu iria tomar um banho. O filhote de dragão acordou com um pulo e me seguiu até o banheiro, onde enchi uma pequena piscina para ele.

Enquanto pendurava a toalha em um gancho e me despia das roupas sujas com as quais havia dormido, entrei debaixo do chuveiro. A água estava inicialmente quente demais, causando um desconforto passageiro antes de meus músculos começarem a relaxar. Era uma sensação incrível.

— Pode entrar, a água está ótima. — Comentei para o filhote, que hesitou por um momento antes de farejar o ar e, finalmente, dar um lampejo na água, curioso. Sua hesitação transformou-se em pura alegria quando ele pulou na pequena piscina.

— Posso me juntar a vocês? — Braxton perguntou, abrindo a porta do banheiro. — Também preciso de um banho.

Assenti, deixando-o passar pelo filhote de dragão que brincava alegremente na água. Braxton riu com a cena.

— Será que você pode fazer o mesmo com os outros experimentos de Logan? — Braxton indagou, tentando fazer um carinho na cabeça do dragão, que recuou de forma desconfiada. — Fique tranquilo, amigão, não vou fazer nada com você.

— Acho que posso tentar. Seria como trazer os dragões de volta à vida. — Comentei enquanto ensaboava o pequeno dragão. — Tenho que pensar em um nome para ele.

— Que tal Gus? Adam? Ou quem sabe Júnior? — Braxton sugeriu, mas a expressão do dragão parecia não gostar muito desses nomes.

— Parece que você não gostou muito dessas opções, hein? — Brinquei com o dragão. — Teremos que pensar em algo especial para você, meu amigo.

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Terminamos o banho, envolvendo-nos em felpudos roupões antes de vestir roupas limpas. Saímos do banheiro e, ao entrar no quarto, me deparei com Luna, que saboreava o que parecia ser uma pera incrivelmente clara e exótica.