Shingeki no Kyojin - Caminhos do destino

SEASON 1 - Capítulo 1- Sangue dentro das muralhas

A luz do final da tarde banhava a cozinha, criando uma aura calorosa enquanto eu ajudava minha mãe na preparação dos pães. Ela me pediu para segurar a colher de madeira, indicando-a com um sorriso caloroso. Approvei com a cabeça, aproximando-me da tigela, cuja mistura exalava um aroma tentador de canela. A massa estava perfeitamente misturada, mas minha mãe sabia do meu interesse pela culinária e queria me ver envolvida. Enquanto me afastava para mexer na massa, ela cuidadosamente retirava os pães do forno. 

— Você leu a carta de Petra, Saki? — Sua voz preenchia o espaço, carregando uma mistura de curiosidade e carinho. Ela transferia os pães para um balaio forrado, e eu recordava o que meu pai havia lido da carta para mim.

— Papai leu algumas partes para mim. Disse que ela vai se casar com o capitão Levi um dia, porque está visivelmente apaixonada. — As palavras escaparam de meus lábios em meio a uma leve expressão divertida.

O som de sua risada suave preencheu o ambiente, e ela se aproximou, estendendo a mão para pegar a colher. Sorri ao entregá-la. 

— Ela está realmente feliz por entrar no Reconhecimento. Tornou-se uma das melhores da tropa.

— É mesmo? — Meus olhos brilharam com a notícia, e minha mãe notou minha expressão radiante.

— Sim. — Ela tocou levemente a ponta do meu nariz com o dedo indicador. — Você quer se alistar como ela, Kasaki? Quer ser forte como sua irmã?

Houve um breve momento de reflexão enquanto meus olhos encontravam os dela, de um verde profundo. Finalmente, balancei a cabeça rapidamente. 

— Quero não. — respondi, um sorriso brincando em meus lábios.

Ela riu, uma risada de alívio. 

— Ufa, que bom. — suspirou, seus olhos brilhando com ternura. — Prefiro você dentro do meu campo de visão, ou pelo menos na cidade. — A rugas leves surgiram nos cantos de seus olhos enquanto ela sorria, expressando o amor e a preocupação de uma mãe.

As ruas tranquilas foram abruptamente interrompidas pelo estrondo ensurdecedor, seguido de uma série de gritos que ecoaram pelas redondezas. Minha cabeça se inclinou para fora da janela, buscando a fonte daqueles sons perturbadores. O sol brilhava no céu, mas uma brisa gélida cortava o ar, enquanto transeuntes apressados cruzavam as ruas, envoltos em blusas de mangas longas.

— Mãe? O que foi esse barulho? — Minha voz vacilou enquanto tentava entender o que estava acontecendo lá fora. — A senhora ouviu?

— Não ouvi nada, querida. — respondeu minha mãe, mas sua expressão agora era tensa, preocupada. Ela estendia a mão em direção a outra assadeira, mas um novo estrondo nos fez fitar a rua, e desta vez, minha mãe também reagiu ao som alto, o semblante pálido.

Os gritos se aproximavam, tornando-se agudos e desesperados, e as pessoas corriam diante de nossa casa, carregando um frenesi de medo. Meu coração batia rápido, uma sensação de pânico começava a se instalar.

— Mamãe, o que está acontecendo? — Minha voz estava trêmula, cheia de apreensão.

E então, tudo desmoronou. Uma explosão abrupta, a poeira turvou minha visão, e um impacto violento me lançou para trás, contra a parede próxima à janela. Um objeto atingiu minha cabeça, e tudo se tornou uma confusão borrada. A consciência se esvaía, mergulhando-me em um vácuo de escuridão.

— Kasaki! Kasaki! Você está bem? Filha! — A voz da minha mãe soava distante, distorcida pela confusão e pela dor.

—  Onde está você, mamãe?— Minhas palavras saíram trêmulas, acompanhadas por lágrimas incontroláveis, deslizando por minhas bochechas.