Shingeki no Kyojin - Caminhos do destino

SEASON 3 - Capítulo 3 - Esconderijo da praga

Meus olhos se abriam vagarosamente, acolhendo a suave luminosidade que preenchia o quarto. A brisa fresca, gentil, vinha da janela, tocando meu rosto e provocando uma sensação revigorante. À medida que a consciência se instalava, notei a bagunça na cama, lençóis espalhados como testemunhas de uma noite tumultuada. O Capitão Levi estava de pé ao meu lado, já vestido, meticulosamente ajeitando as mangas de sua camisa. Seu olhar, sério e penetrante, se cruzou com o meu.

— Bom dia. — disse Levi, uma satisfação sutil brilhando em seu rosto.

— Bom dia. — respondi, esboçando um sorriso enquanto me erguia na cama. Uma pontada de desconforto percorreu meu corpo, especialmente nas costelas, logo abaixo dos seios, um lembrete palpável da intensidade e do concreto do parapeito.

Me levantei, ajustando a camisola sobre meu corpo, mas a expressão de dor que escapou não passou despercebida por Levi, que soltou uma risada baixa e irônica.

— Devia medir as consequências antes de pedir mais força.

Minhas bochechas coraram imediatamente.

— Eu medi as consequências. — Revirei os olhos. — Acha que estou desconfortável com essa dor? Pra mim, ela é até que gostosinha.

Levi não conseguiu conter o riso e, em seguida, vestiu seu blazer. O quarto não oferecia roupas do meu tamanho, e como a estadia seria breve, não trouxemos malas. Felizmente, a grande camisola branca alcançava minhas panturrilhas, então não seria tão impróprio sair com ela do quarto. Ajeitei meu cabelo e calcei meus chinelos.

— Espere, vista isso. — Levi pegou sua capa e se aproximou, o tecido deslizando suavemente entre seus dedos enquanto me oferecia a peça. — Ou vai chamar muita atenção quando sair daqui.

De repente, uma expressão de surpresa se apoderou do rosto de Levi, e me virei em sua direção, inquieta.

— O que foi? O que há de errado?

Seus olhos permaneceram fixos em meu pescoço enquanto ele envolvia delicadamente a capa ao meu redor, ocultando a visão das manchas roxas.

— O que foi? Diga de uma vez.

— Talvez tenha me excedido um pouco. Seu pescoço está um pouco roxo. Me perdoe.

Arregalei os olhos, sentindo um calafrio ao ouvir suas palavras. Corri para frente do espelho e, ao remover a capa, deparei-me com uma visão surpreendente: uma série de manchas roxas descendo da lateral da minha mandíbula até a nuca.

— Um pouco? Parece que fui atacada por um morcego! — exclamei, surpresa e indignada ao notar a extensão das marcas.

— Foi... sem querer. — disse Levi, um leve tom de preocupação em sua voz.

Balancei a cabeça em negação, tentando minimizar a situação desconfortável.

— Tudo bem, não tem problema. Ninguém vai ver. Eu vou colocar uma blusa com gola alta para disfarçar, e também o meu cabelo cobre um pouco. — Me aproximei dele, sentindo o calor de seu corpo, e dei um rápido beijo em sua bochecha como um gesto de tranquilidade. — Vou para o meu quarto agora me vestir, está bem? Imagino que queira ir embora logo.

— Na verdade, a Hange nos chamou para uma reunião um pouco urgente, segundo as palavras dela. Então, talvez fiquemos aqui hoje. Vista-se e depois vá junto com o resto do pessoal para o salão de reunião. O café da manhã será servido lá. — Ele colocou uma das mãos dentro do bolso, enquanto girava lentamente a maçaneta da porta.