Shingeki no Kyojin - Caminhos do destino

SEASON 2 - Capítulo 1 - De volta ao lar

Quinze dias se passaram desde nosso retorno da última missão, e eu discretamente havia comparecido à acomodação do capitão em todas as noites. O principal motivo, é claro, era o desejo de estar com ele, mas também temi que Filip pudesse resolver me fazer uma visita durante a madrugada, mesmo que eu deixasse a porta trancada. 

Naquela manhã, fomos convocados por Levi, a nos apresentarmos no salão principal, Eu, Jean, Connie, Sasha, Eren, Mikasa, Historia e Armin, então após escovarmos os dentes e vestirmos nosso uniformes, caminhamos todos juntos calmamente em direção ao nosso superior. Receosos, nossos passos eram mais lentos do que os que dávamos para ir de encontro aos titãs. 

— O que será que ele quer? — Jean parecia nervoso. — Aposto que vai nos enviar para outra missão suicida.

— Acredito que não, nosso objetivo principal é proteger o Eren, não faz sentido nos lançar contra titãs novamente agora, ainda mais com os estragos que o reconhecimento sofreu há poucos dias. — Suspirei. 

— Ela tem razão, e provavelmente sabe o motivo da convocação. — Disse Mikasa. 

— Não sei não. — Disparei imediatamente. 

— Por que está na defensiva? — Connie sorriu de forma sugestiva, fazendo-me corar. 

— Por que estão sugerindo que eu sei algo. — Dei de ombros. — É claro que não, por que eu saberia?

— Oras, porque você não fez nem questão de esconder a marca da mordida em seu ombro. — Sasha cutucou minha clavícula. — Acha que ninguém viu? Você usa camisetas duas vezes maior que seu tamanho no jantar.

Senti como se todo o sangue de meu corpo se acumulasse em minhas bochechas, que se aqueceram como brasa. E pude ver Jean revirar os olhos, ligeiramente desconfortável com o assunto, enquanto Eren e Connie caíram na gargalhada. 

— Cale a boca, Sasha, você quem deu ideia. — Esbravejei, desvencilhando meu braço da ponta de seu dedo. 

— Como é que é?! — Jean arregalou os olhos, e sua voz soou alta. 

— Eu o que?! — Sasha deu um pulo, surpresa.

— É, você que veio com aquele papo de "vai ser feliz porque vai todo mundo morrer". — Acusei apontando-a com o indicador. 

— Eu não disse isso! — Ela bateu o pé. — Pare de me culpar pelos seus desejos tarados!

— Disse sim e inclusive chamou o capitão de gostosão! — Arregalei os olhos, provocativa.

O som da risada dos rapazes era como uma desordenada e engraçada orquestra, percebi que sentia falta desse desastre sinfônico. Sasha se tornou vermelha como uma pimenta, fazendo-me cair na gargalhada também. Continuávamos andando, mas permanecer em linha reta tornara-se uma tarefa difícil, tamanha era a graça que estávamos achando da situação.

— Kasaki, você está fazendo acusações falsas e infundadas. — Sasha cruzou os braços. — Se bem que eu acho que me lembro disso... Pensei que estivesse sonhando, estava com a cabeça no céu. 

— Depois do seu sonho, quem foi pras nuvens fui eu. — Mordi meu lábio inferior, orgulhosa de minha própria piada, parando de andar e virando-me para minha amiga. 

— Ah céus, cale a boca, Kasaki. — Jean colocou sua mão sobre o topo de minha cabeça, empurrando-me levemente para a frente para continuar o percurso, enquanto todos os outros gargalhavam, com exceção de Mikasa, que apenas riu baixo. 

— Pare de me oprimir, Jean. — Dei um leve cutucão em sua costela. 

Durante os últimos dias, eu havia passado muito tempo ao lado de Jean, observando-o atentamente, para garantir que ele não apresentaria nenhuma sequela neurológica após a pancada, ele apresentava alguns sinais de lentidão no raciocínio, mas nada fora do seu normal.