Shingeki no Kyojin - Caminhos do destino

SEASON 1 - Capítulo 13 - Batalha de Stohes

Levi, ainda lidando com os movimentos limitados decorrentes de uma lesão da última expedição, de alguma forma tinha conseguido me transportar para dentro do quartel na noite anterior. Eu, completamente absorta nos últimos dias, não tinha percebido seu caminhar manco, ocasionalmente amparado por uma bengala, nem as caretas de dor que vez ou outra afligiam seu rosto. Sentados à mesa, aguardávamos a última revisão do plano pelo Comandante Erwin antes de embarcarmos em nossa jornada até Stohes. Foi então que notei as pontas dos dedos de Jean, tremendo de nervosismo sobre a mesa. Ele tentava disfarçar com batidas leves, mas era evidente. Enquanto isso, o Capitão Levi saboreava seu chá, estudando minuciosamente as instruções do superior. Dei um suspiro pesado, a culpa pesando em meu peito por tê-lo feito se mover em meu auxílio.

— Então é isso, alguém tem alguma dúvida? — Smith analisou cada um de nós com atenção.

— Não, comandante. — Respondemos em uníssono, a seriedade refletida em nossas vozes.

— Pois bem, então vamos. Montem em seus cavalos. — Ordenou Erwin, rompendo o silêncio com sua voz firme.

— Eu não concordo em fingir ser o Eren. — Jean ergueu o braço, expressando sua discordância.

— Não estamos lhe dando opção, Kirsten. — Levi disparou, sua voz carregada de determinação.

— Iremos atravessar Stohes em direção à capital para levar o Eren, e hipoteticamente entregá-lo sob custódia do governo, essa é a nossa única chance. — Erwin explicou, delineando os detalhes da missão.

Partimos para a ação. Levi liderava na carruagem, acompanhado por Jean e Erwin. Eren, Mikasa e Armin assumiam os papéis de isca, enquanto eu, Connie, Sasha e os demais membros da equipe nos posicionávamos nos telhados, esperando o momento certo para agir. Os cavalos galopavam em alta velocidade, e cada movimento de Levi revelava uma dor que ele disfarçava com sua inabalável seriedade no olhar. Um arrepio gélido percorreu minha espinha.

— Vai dar muita é merda. — Connie se aproximou de mim.

— Por que você acha isso? — Perguntei, mesmo já prevendo o quão delicada era a situação.

— O governo já não simpatiza muito com a Tropa de Reconhecimento, ainda mais depois que Eren se transformou. E quando descobrirem que o verdadeiro Eren não está na carruagem... — Ele deixou sua preocupação evidente.

— Se a titã fêmea não nos dizimar antes, o governo o fará. — Sasha deixou escapar, a preocupação estampada em seu rosto enquanto enchia suas bochechas de ar.

— Erwin e Levi serão acusados de traição... — Um arrepio percorreu minha espinha, antevendo o caos iminente.

— E nós seremos arrastados junto com eles. — Sasha apertou os lábios, antecipando o peso da situação.

— Maldição... — Suspirei, sentindo o peso esmagador da responsabilidade sobre nossos ombros.

— Não há um momento de paz nesta vida maldita!!! — A voz carregada de drama de Connie ressoou entre nós, refletindo a frustração e a exaustão diante dos desafios implacáveis que enfrentávamos a cada instante.

Enquanto os cavalos diminuíam o galope, avançando com uma cadência constante em direção ao distrito de Stohes, minhas mãos tremiam sobre as rédeas, uma fina camada de suor frio formando-se em minhas palmas. Um turbilhão de pensamentos invadia minha mente, cada um mais sombrio que o outro. Era como se estivéssemos caminhando para trás, em direção a um passado de incertezas e perigos iminentes.

Num esforço para aliviar a tensão que se acumulava em minha cabeça, massageei minha têmpora, mas a pressão ali parecia persistir. Um pensamento persistente ecoava: viveríamos cada dia com o medo constante de perder alguém, de que cada amanhecer poderia ser o último para um de nós. E, no pior dos casos, eu poderia ser a primeira a cair. Suspirei fundo, questionando-me se essa preocupação era apenas uma manifestação do meu próprio egoísmo diante do medo.