Levi me encarou, abismado, em choque com a quantidade de informações que eu havia descarregado nele. Seu chá estava gelado em sua xícara, ele não bebeu nenhum gole sequer, enquanto que o meu já havia acabado há vários minutos e minha garganta já estava seca novamente. O rosto de meu capitão se contorceu, e desejei poder ouvir o que passava por sua mente, provavelmente ele agora sentia tanta raiva de Filip quanto eu, ele então se levantou em silêncio e desferiu um soco contra a mesa, tão forte que a madeira rachou, e eu me sonressaltei.
— Aquele desgraçado! — Xingou, afastando-se.
— O-onde você vai? — Perguntei, me lavantando também.
— Matar o filho da puta. — Disse Levi, caminhando elegantemente, ainda que estivesse extremamente furioso.
— Pare com isso, Levi, nem sabemos onde ele está! — Pedi, indo em sua direção.
— Eu vou descobrir. — Garantiu.
— Pare! Agora! — Dessa vez minha voz soou autoritária, sentindo o nervosismo subir por minhas entranhas.
Levi parou, mas não se virou em minha direção, e então me aproximei ainda mais, e segurei em sua mão, fazendo-o virar seu rosto e me encarar.
— Eu ainda não terminei o que eu tinha para falar. — Expliquei. — Então por favor pare, há algo muito mais importante que eu preciso lhe dizer, Filip não importa agora ele está longe de mim e sabe que se tentar alguma coisa ele morre.
O capitão continuou sério, e em silêncio, seus olhos irritadiços encontraram os meus, suplicantes, e após alguns segundos seus ombros relaxaram minimamente. E ele suspirou. Nunca em minha vida eu pensei que seria capaz de impedir o capitão de algo, mas estava feliz por ter conseguido, embora Filip fosse uma pessoa terrível, eu não acreditava que ele pudesse infernizar outras pessoas além de mim. E apesar de realmente desejar vê-lo sofrendo, no momento eu realmente tinha algo mais importante a contar para Levi. Algo esse que fazia com que mimhas mãos continuassem tremendo.
— Er... Vocês dois vão querer mais alguma coisa? — O idoso dono do bar se aproximou.
Soltei a mão de Levi, e retirei de meu bolso algumas moedas para pagar pelas bebidas, estendendo-as em direção ao homem.
— Não, obrigada senhor, aqui está.
— Ah... Bem, preciso de um pouco mais, sabe como é... Ele quebrou a mesa. — O senhorzinho soltou uma risada nervosa, e apontou em direção ao móvel partido ao meio parcialmente.
— Aqui. — Levi estendeu sua mão, que segurava um pequeno saco com mais moedas.
— Obrigado, jovem. — Respondeu o idoso corcunda e de voz aguda. — Por favor, não voltem mais aqui.
Minhas bochechas ruborizaram ao ouvi-lo, e um sentimento de frustração me assolou, o local e o momento eram para ser especiais de certa forma, apesar do drama que a história de Filip trazia consigo. Tentei não sucumbir a este sentimento, engolindo o pequeno nó que se formou em minha garganta, apenas acenei com a cabeça para o dono da taverna antes de sair do estabelecimento, dessa vez eu passei a frente de Levi, que me seguiu com a distância de alguns passos entre nós.
Quando passamos pelas portas, percebi que a lua já estava brilhando de forma intensa no céu, e já não havia mais nenhum sinal do sol. Inspirei profundamente, tentando reorganizar os pensamentos em minha mente, para seguir com o meu plano, embora soubesse que Levi não estava mais no clima de uma conversa agradável. Me virei em direção a ele, já algumas dezenas de metros longe da taverna, e o observei se aproximar com as mãos dentro de seus bolsos.
— Diga. — Levi parou em minha frente.
— Antes de eu te dizer qualquer coisa, quero que me prometa que não vai tentar tomar nenhuma decisão que me afete sem me consultar. — Pedi.
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Shingeki no Kyojin - Caminhos do destino
FanfictionFanfic de Shingeki no Kyojin Romance Levi Ackerman Em um mundo despedaçado pelos titãs, entrei para o Esquadrão de Reconhecimento, determinada a proteger os que amo. Contudo, o destino tinha outros planos para mim. Minha ligação familiar me conduz...