SEASON 1 - Capítulo 18 - A sós

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Uma onda quente de mormaço soprou contra nós, enquanto ao longe pudemos ver as figuras de diversos titãs saltando uns sobre os outros. Os pelos de meu corpo se eriçaram, pasma, assim como Armin que manteve seus olhos atônitos observando a cena.

— O que está havendo? — Perguntou o jovem loiro.

Os sentidos voltaram à mim como uma rajada, me despertando de meu transe, saltei o mais rápido possível em direção a Jean, ignorando a dor que se alastrava por meu abdome, agarrei o braço de meu amigo e o enlacei ao redor de meu ombro.

— Não importa, venha! — Chamei Armin. — Vamos tirar o Jean daqui!

O rapaz rapidamente assentiu, e se levantou do chão, erguendo sua espada, assobiou para chamar os cavalos de volta. Impulsionei meu corpo para me levantar, e Jean apensar de inconsciente e atordoado, pareceu tentar ajudar. Assim que Armin montou em seu cavalo, ajudei Jean a subir e tomar seu lugar atrás de nosso amigo. Pouco nos importamos em olhar para onde os titãs estavam, já que aparentemente havia algo mais interessante os atraindo.

— Vamos Armin! — Chamei, montando em meu cavalo.

Disparamos em retirada. Aos poucos alcançávamos outros soldados, e quando começamos a nos aproximar das muralhas, notei que a quantidade de soldados que nos acompanhavam era drasticamente menor agora, provavelmente havíamos todo ainda mais baixas do que na batalha contra a titã femea. Corremos por quilômetros à fio, até finalmente chegarmos até os portões de Sina, enquanto nossa retaguarda nos acompanhava.

Meus dedos estavam dormentes, tamanha era a força com a qual eu segurava as rédeas. Ao passarmos pelos portões, dezenas de olhares de cidadãos curiosos se voltaram em nossa direção, mas eles não eram solícitos como os olhares do povo da muralha Rose ou Maria, eram apenas frios em sua maioria. Ouvi o som de um arfar, e então notei que Jean estava acordando, e tentando abrir seus olhos vagarosamente. 

— Ei, você está bem? — Perguntei. 

Ele murmurou, e assentiu balançando a cabeça minimamente. Então, uma onda de alívio me invadiu, seguida por outra ao notar a aproximação de Connie e Sasha, que chegavam por nossa direita. 

— Como vocês estão? — Perguntou Sasha.

— Inteiros. Jean sofreu uma concussão mas está bem aparentemente. — Expliquei. 

— Que bom, voltamos vivos outra vez. — Ela suspirou.

— Por algum milagre divino... Que droga, por mais quantas vezes teremos de passar por isso? — Connie resmungou. 

— Você ofereceu seu coração, não se lembra soldado? — Provoquei. — Até que ele pare de bater, iremos avante. 

— Tem razão... Droga. — Ele pigarreou estressado. 

Chegamos finalmente à sede, e diversas pessoas de outros esquadrões e da polícia militar vieram a nosso encontro, às pressas, começaram a socorrer os feridos e descarregar os (poucos) corpos que conseguimos trazer. Notei que minha dor estava felizmente começando a se ausentar, talvez isto me rendesse apenas alguns hematomas, nada com o que meu corpo já não estivesse acostumado. Havia um grande portão pelo qual havíamos acabado de passar, que separava a sede do restante da cidade, ali um grande gramado verde se estendia, mas deveríamos desviar dele e percorrer a extensão lateral, de lajotas, até chegar aos estábulos nos barracões ao fundo da grande construção de pedras.  

Todos descemos de nossos cavalos, e então a correria para levar os feridos para as salas de tratamento começou. Vi o comandante Erwin ser levado às pressas sobre uma maca, seu braço (ou o que restou dele) estava envolto da capa de um dos soldados. Apesar de todos os eventos, minhas emoções estavam sob total controle, felizmente, após fazer um rápido check list e constatar que todos os meus amigos estavam vivos e bem, soltei um suspiro de alívio. Outros soldados da polícia militar vieram para retirar nossos cavalos, alimentá-los e levá-los às baias, e então rapidamente pude perceber que não sairíamos dali tão cedo. Inflei minhas bochechas, olhando ao meu redor, os soldados que se movimentavam nervosos, tensos, o sofrimento estampado em seus rostos. 

Shingeki no Kyojin - Caminhos do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora