Shingeki no Kyojin - Caminhos do destino

SEASON 3 - Capítulo 4 - Uma Emboscada

No barracão envelhecido, o crepúsculo tingia o ambiente com tons sombrios. Caixas de madeira empilhadas criavam uma paisagem improvisada, enquanto o som das mãos de Connie batucando ecoava entre as paredas desgastadas.

― A Kasaki ronca feito onça, o Filip não vai escapar não...— batucou Connie, suas mãos ressoando no tampo de uma das caixas.

— Nesse jogo de vingança ela é um furacão... — completou Sasha, pausando brevemente para pensar em como continuar. — Tu é pinto na mão dela, sem escapatória, na trama da Kasaki...

— É peça na história, ela vai te arrebentar e nem seus órgãos vão sobrar. — anunciou Eren, levantando a mão e rindo enquanto finalizava a música.

— Yeah! — gritaram os três em uníssono.

— Ainda bem que vocês têm o reconhecimento como ganha pão, se fossem depender da vida de cantor estariam ferrados. — ri baixo.

— O que está dizendo? As pessoas pagariam rios para assistir a um show desses. — retrucou Connie, fazendo um biquinho convencido.

― Eu sinceramente fiquei com dor de cabeça. ― Jean, que estava ao meu lado em um banco improvisado de madeira, pôs a mão sobre sua têmpora, enquanto as lamparinas lançavam sombras sobre seu rosto.

― Foi a pior coisa que eu já ouvi na vida. ― Mikasa disparou, seus olhos sérios revelando desaprovação.

― Talvez devessem tentar outra coisa... Algo que não envolva falar em voz alta. ― Brincou Armin, inclinando-se levemente para trás, apoiando-se nas caixas ao redor, com um sorriso nos lábios.

― Vocês estão é com inveja. ― Eren arqueou a sobrancelha, desafiador, enquanto a luz das lamparinas destacava seu olhar determinado.

― Está com inveja, Saki? ― Jean girou seu rosto em minha direção, buscando uma reação.

Fiz um bico, balançando a cabeça em negação.

― Não mesmo. Mas agradeço pela motivação, mal posso esperar para... como é mesmo? ― Fiz uma pausa dramática, observando o cenário  ao nosso redor antes de começar a cantar. ― Arrebentar ele até nem sobrar órgãos.

Movimentei a cabeça como se estivesse fazendo uma dança, criando um contraste com a seriedade dos olhares de Connie, Eren e Sasha, que arquearam as sobrancelhas, como se estivessem ofendidos por eu ter ousado estragar sua música.

― Você nem rimou! ― Connie suspirou indignado, sua expressão de desaprovação destacando-se no ambiente iluminado pelas lamparinas vacilantes.

― Ah, mas vocês fizeram uma letra muito difícil. ― Cruzei os braços ― E tem mais, como assim nem os órgãos vão sobrar? O que é que eu vou fazer com as tripas dele? Elas vão escafeder no ar por acaso?

Sasha encarou o nada, fazendo um bico enquanto cerrava os olhos, como se ponderasse sobre a peculiaridade da situação.

― Ela tem razão, o que vai acontecer com os órgãos dele?

― Ceis tão falando sério? ― Eren arqueou a sobrancelha, seu tom de incredulidade ecoando no barracão.

― Pensaremos num jeito de nos livrar dos órgãos depois, agora precisamos pensar em capturá-lo primeiro. ― Levi surgiu de trás das caixas, sua presença abrupta quebrando a descontração momentânea. ― A chuva parou, chegou a hora.

― Já? ― Arregalei os olhos, a luminosidade das lamparinas refletindo minha surpresa, enquanto engolia em seco.

― Vamos nos separar para procurá-lo. Quando acharem, o sigam. Precisamos saber onde ele está escondido e quem o está ajudando. ― Ordenou o capitão, sua voz firme ecoando no barracão.