Shingeki no Kyojin - Caminhos do destino

SEASON 1 - Capítulo 4 - Novas paisagens

Com os cavalos movendo-se em um compasso vagaroso, o entorno absorvia cada passo nosso como se a própria atmosfera se rendesse à nossa jornada. A trilha serpenteante nos guiava entre árvores majestosas e uma floresta impenetrável. O som sutil das folhas cedendo sob o toque dos cascos dos cavalos, aliado ao sussurro do vento entre os galhos, acrescentava uma aura de melancolia ao ambiente. Era como se até mesmo a natureza se entristecesse pela minha iminente partida.

Enquanto o capitão Levi apontava o próximo destino, minha mente vagueava distante dali. Meus pensamentos estavam mergulhados na ausência de despedida por parte de Jean.

— Ele... Nem sequer se despediu de mim... — Minhas palavras ressoaram em um sussurro carregado de decepção e dor.

Levi pareceu intrigado com minha afirmação, um sinal de surpresa se misturou à sua expressão habitualmente séria.

— O Jean simplesmente me deixou partir, sem explicação alguma... — Desviei brevemente meu olhar para o capitão, porém minha mente ainda se agarrava à situação com Jean. O vazio deixado por sua despedida assombrava meus pensamentos, deixando um rastro de tristeza que eu não conseguia disfarçar.

O capitão Levi mantinha-se imperturbável em sua postura, demonstrando pouco interesse em se envolver em questões pessoais. Seu tom firme e focado deixava claro que assuntos individuais não eram de sua preocupação naquele momento.

— Por favor, abstenha-se de trazer problemas pessoais para este momento. Mantenha o foco. — Sua voz soava clara e autoritária, transmitindo a mensagem inequívoca de que questões pessoais não eram toleradas naquele contexto. — Não dou a mínima para os seus problemas, ou para este Jean.

Respirei profundamente, permitindo que o ar preenchesse meus pulmões e acalmasse a turbulência emocional. A frustração teimava em permanecer, mas eu me esforçava para não deixar transparecer diante do capitão Levi, que liderava o grupo com determinação.

— Certo. — Respondi, mantendo a voz firme enquanto buscava desviar meu foco da decepção, concentrando-me no que estava por vir.

Mesmo assim, por mais que tentasse, a quietude se impôs novamente. Levi, alguns passos à frente, lançou-me um olhar perspicaz, como se sondasse se eu realmente havia absorvido suas orientações.

— Você realmente prestou atenção ao que foi dito? — A assertividade em sua voz interrompeu o silêncio.

— Sim, Castelo. — Arrisquei, tentando transmitir confiança apesar da sensação de ter desapontado. — Eu estava sob a impressão de que o senhor ficaria no quartel por algumas horas antes de sair, foi o que me disseram sobre suas pendências a resolver.

O olhar inquisitivo de Levi permanecia sobre mim, uma expressão que denotava um misto de avaliação e impaciência. Era evidente que sua prioridade era seguir em frente, sem delongas ou distrações. Minhas palavras soaram mais firmes do que eu esperava, tentando disfarçar minha frustração. Por dentro, no entanto, a ausência de Jean ainda ecoava, dificultando meu foco na conversa.

Adentramos a densa floresta, cada árvore imponente filtrando os raios de sol em flashes dourados, enquanto os pássaros entoavam melodias tranquilas, criando uma sensação de paz inesperada. Era como se naquele lugar, o mundo estivesse alheio aos tormentos do exterior. Finalmente, chegamos ao destino: um castelo de pedra cinzenta, suas torres se erguiam em pedras, não muito altas, envoltas em um manto de mistério e história. Vinhas e trepadeiras escalavam suas paredes, sinalizando talvez o gosto peculiar do capitão para decoração, ou a preguiça dos soldados em limpar. 

O "comitê" nos aguardava nos portões do castelo. Eren, Petra e a mulher de cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo e óculos, ela era bem alta, e tinha expressões marcantes, mantinham-se em uma conversa séria e preocupada. Ao nos aproximarmos, Petra, assim que me avistou, deixou o grupo rapidamente e correu em minha direção. Nossos olhares se encontraram, e mesmo sem ela dizer uma palavra, eu já sabia que internamente ela estava sentindo-se um tanto quanto perturbada com a minha presença.