Ao som da porta se fechando, minha consciência despertou devagar, abrindo os olhos lentamente enquanto eu tentava me situar. Estava deitada de bruços, os lençóis levemente amarrotados sob meu corpo. O quarto estava banhado por uma luz suave que se filtrava pelas cortinas semiabertas. Levei alguns segundos até reconhecer os contornos familiares do local. Felizmente, a única presença ali era a minha.
Ao elevar minimamente a cabeça, meus olhos percorreram o cenário, absorvendo os detalhes sutis. Uma pitada de surpresa se misturou ao sono residual ao notar algumas penugens espalhadas na cama e pelo chão. O pequeno rasgo em um dos travesseiros explicava a origem das penas dispersas. Um sorriso tentava romper meu rosto, mas eu o contive, mordendo o lábio inferior para conter a reação.
Levantei-me lentamente, puxando o lençol para me cobrir enquanto me sentava na cama. Meus olhos vasculharam o quarto, buscando minhas roupas jogadas de maneira aleatória. Avistei minha camiseta próxima aos pés da cama e me dirigi até ela, vestindo-a apressadamente. Tentei encontrar meu shorts e calcinha, mas apenas a última estava visível, envolta em meio aos lençóis. O shorts parecia ter desaparecido, e a frustração aumentou minha ansiedade, que já estava à flor da pele. A brisa fresca que entrava pela janela, bagunçando suavemente as cortinas, trouxe um breve alívio. Com passos rápidos, percorri com os olhos cada canto do quarto, mas a peça de roupa não estava à vista. Pensei em como retomar meu caminho até o meu quarto, no final do corredor. Talvez, com sorte, todos já estivessem na cozinha para o café da manhã. Respirei fundo, decidida a resolver aquela situação delicada. Rapidamente, arrumei a cama, removendo as penas espalhadas e guardando o travesseiro rasgado para evitar mais confusão.
Acomodei o cabelo, passando as mãos apressadamente pelas mechas, tentando ao menos minimizar a bagunça antes de sair do quarto. Caminhei até a porta, hesitante, com passos leves e cuidadosos. Abri-a apenas o suficiente para espiar pelo corredor vazio, soltando um suspiro de alívio. Ao sair do quarto, tomei cuidado para não fazer barulho, movendo-me furtivamente para evitar chamar a atenção de qualquer um que estivesse próximo, mas fora do meu campo de visão. Ao fechar a porta silenciosamente, uma voz me chamou.
– Kasaki?
Meu coração deu um salto no peito, senti o ar escapar dos meus pulmões e minhas pernas amolecerem. Encolhi os ombros, puxando a camiseta para baixo para cobrir o máximo possível de minha roupa íntima, e virei-me, encontrando minha irmã no corredor.
– P-Petra! Bom dia! – Minhas bochechas se aqueceram instantaneamente, certamente adquirindo um rubor indisfarçável.
– Esse é o quarto do capitão Levi. – A voz de Petra era contida, seus olhos fixos na porta.
– Ah, é mesmo? – Tentei manter um tom casual, mas a tensão crescia dentro de mim, minhas mãos instintivamente puxando a camiseta para baixo.
Quando os olhos de Petra desceram pelo meu traje composto apenas por uma camiseta e calcinha, seu semblante mudou drasticamente. Seus olhos se arregalaram, capturando cada detalhe da cena, e vi o pânico começar a se formar em seu olhar, sua boca se abrindo quase que por completo.
– Não é o que parece! – Falei apressadamente, gesticulando de forma nervosa. - Na verdade, é o que parece, mas não é o que parece.
Petra parecia tentar ignorar a realidade diante dela, buscando desesperadamente qualquer explicação alternativa para a cena que estava presenciando, como se estivesse agarrando-se à esperança de estar completamente enganada sobre suas suposições.
– Kasaki, eu não sabia que vocês já haviam voltado... – Petra suspirou, tentando sorrir, mas visivelmente nervosa. – Por que você está saindo do quarto do capitão apenas de calcinha? Houve algum problema e ele cedeu o quarto para você?
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Shingeki no Kyojin - Caminhos do destino
FanfictionFanfic de Shingeki no Kyojin Romance Levi Ackerman Em um mundo despedaçado pelos titãs, entrei para o Esquadrão de Reconhecimento, determinada a proteger os que amo. Contudo, o destino tinha outros planos para mim. Minha ligação familiar me conduz...