— Não vou submetê-la a isso. — Levi irrompeu no salão.
Vestia um paletó e calça preta, contrastando com sua habitual indumentária de oficial. Seus passos eram lentos, marcados por uma certa dificuldade, uma expressão determinada emoldurava seu rosto tenso, enquanto uma camisa branca realçava a palidez de sua pele. Assim que adentrou, seus olhos se voltaram para mim, encontrando o olhar das cartas dispostas na mesa.
Mikasa, Eren, Armin e Jean voltaram seus olhares para mim, quase que como se pressentissem que a discussão dos superiores envolvia meu nome. Estávamos todos ali, envolvidos em uma partida de cartas no amplo salão de reuniões. Levantei as sobrancelhas, mantendo meus lábios pressionados, focada nas cartas dispostas em frente a mim.
— Levi, não estamos em condições de desafiar a polícia militar. — A voz do comandante Erwin ecoou no ambiente, misturando-se à tensão crescente.
Levi permaneceu firme, passando por trás de mim. Sua presença imponente, apesar da alteração no vestuário e na expressão facial, indicava uma resolução inabalável. À medida que suas vozes se aproximavam das janelas, a tensão no ar se intensificava. Era evidente que a discussão envolvia questões delicadas, e eu, de alguma forma, estava no centro dela.
— Não há necessidade alguma interrogá-la novamente, não é ela quem vira um titã descontrolado. — O capitão passou por trás de mim, e pude notar que suas vozes se aproximavam das janelas.
Eren, que estava ao meu lado, me deu um leve cutucão, como se me mandasse prestar atenção na conversa. Nós parecíamos crianças, sem saber o que fazer diante uma discussão de seus pais, permanecemos quietos, fingindo não estar ali.
Levantei minha voz suavemente, tentando desviar a atenção para o jogo de cartas que estávamos jogando.
— Alguém tem um oito?
O som das cartas sendo embaralhadas cessou momentaneamente quando mencionei isso, trazendo um breve instante de normalidade em meio à atmosfera tensa que se instalava na sala, mas essa normalidade não perdurou por mais que dez segundos.
— O que está acontecendo? — Mikasa levantou seu olhar em direção aos homens.
— Mikasa, não seja intrometida. — Eren a repreendeu.
Eu também ergui o olhar, meu foco concentrado em Levi, que permanecia imóvel, os braços cruzados sobre o peito.
Foi então que Erwin, o comandante, quebrou o silêncio.
— A polícia militar deseja interrogar Kasaki mais uma vez. Alegam ter encontrado inconsistências em seu último depoimento.
O jogo de cartas parecia subitamente insignificante. Jean, ao lado, deixou suas cartas de lado e cruzou os braços:
— Ora, só nos faltava essa... — Sua voz ecoou pela sala, revelando a insatisfação compartilhada por todos nós.
Eu já desconfiava que a polícia não tinha absolutamente nada a ver com aquilo. Era típico do desgraçado do Filip criar desculpas para me manter sozinha numa sala com ele novamente. Quem sabia quais eram suas verdadeiras intenções? Eu tinha certeza de que não eram nada honestas ou éticas. Mordi nervosamente meu lábio inferior, a tensão aumentando a cada segundo.
— Eu não menti. — Afirmei, mantendo meu olhar firme em Levi.
— Eu sei. E é por isso que não será interrogada novamente. — A voz de do capitão era firme, tentando me acalmar.
No entanto, o comandante Erwin interveio, interrompendo meu breve alívio.
— Kasaki, sabemos que não mentiu, mas precisamos que fale novamente com o comandante Filip, está bem? - Ele pigarreou, tentando suavizar o pedido, mas a tensão ainda pairava no ar.
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Shingeki no Kyojin - Caminhos do destino
FanfictionFanfic de Shingeki no Kyojin Romance Levi Ackerman Em um mundo despedaçado pelos titãs, entrei para o Esquadrão de Reconhecimento, determinada a proteger os que amo. Contudo, o destino tinha outros planos para mim. Minha ligação familiar me conduz...