Shingeki no Kyojin - Caminhos do destino

SEASON 2 - Capítulo 16 - Destroços do Reconhecimento

Do outro lado da muralha, o titã bestial havia iniciado seu grotesco jogo de boliche, arremessando pedras gigantes com uma força descomunal, que destroçava a tudo e todos em sua frente. Todo o vilarejo externo de Shinganshina, estava agora dominado por entulho, pedaços de carne provenientes dos soldados da linha de frente e de seus cavalos, e muito, muito sangue, transformando o cenário num completo caos. Os recrutas aguardavam escondidos com os cavalos restantes, entre os poucos prédios que ainda estavam em pé. O pânico estava instalado, e isso refletia de forma diferente em cada um ali, alguns estavam estáticos, outros surtavam aos berros, sendo observados pelo capitão Levi, que aguardava impacientemente as novas ordens de seu comandante. 

A mente de Levi estava dividida em duas, parte de si desejava com todas as suas forças correr para dentro do distrito e buscar por Kasaki. Após as diversas explosões ouvidas, a incerteza a respeito da sobrevivência da cadete o estava deixando irado e ainda mais ansioso e impassível. Ele sabia de todos os motivos pelos quais Erwin havia requisitado sua presença daquele lado da batalha, e sua racionalidade o fazia crer que do lado de dentro as coisas talvez não estivessem tão sangrentas e Kasaki teria mais chances de sobrevivência lá. Mas ele se arrependia amargamente, até seu último fio de cabelo por tê-la deixado estar ali, e por não ter colocado grandes cadeados nas portas da casa de campo. Ao menos lá, ela estaria sã e salva, e talvez um dia tivesse a chance de se casar e viver uma vida feliz e plena, contanto que ele voltasse para ela, e localiza-se o Filip para matá-lo. Somente após a morte do comandante Akharon, Levi se sentiria pronto para morrer se necessário. 

A segunda parte de sua mente, estava pensando no plano, focado e determinado em cumprir quaisquer ordens que lhe fossem dadas. Ele esperava então uma reação do comandante Erwin, que parecia estar sereno demais para a situação na qual encontrava-se a missão de retomada da muralha. Ackerman nunca antes havia enfrentado um dilema tão complexo, e era nítido seu esforço em manter-se centrado. Levi não conseguia sequer imaginar o que faria se algo acontecesse à Monterea, a possibilidade de perdê-la parecia algo completamente fora da realidade. Se o sangue dela fosse derramado, então todos os seus esforços seriam em vão. Que sentido faria proteger a humanidade se a única humana que dava sentido às coisas estaria morta? Ele pigarreou, tentando afastar estes pensamentos, e cerrou seu punho o qual continha um leve tremor. Outro estrondo colaborou para que ele se visse novamente alerta na missão, novas casas foram atingidas com os pedregulhos gigantes, e de novo pessoas e cavalos foram esmagadas. 

— O titã bestial tem uma boa ideia de onde estamos. — Levi aproximou-se de Erwin. — Daqui a pouco isso aqui vai virar um caos. 

O comandante permaneceu em silêncio, impassível encarando o nada. 

— Erwin, se você acha que não temos chance de contra-atacar vamos nos preparar para fugir. — Disse o capitão. — Acorde o Eren, monte nele e fuja com o máximo de pessoas possível. Vou entrar para buscar Kasaki e os outros, e pelo menos teremos sobreviventes.

Antes que Ackerman pudesse obter alguma resposta, uma discussão iniciou-se entre os recrutas, chamando atenção dos dois superiores. Floch Forster estava tendo uma crise de pânico, em meio aos outros jovens, enquanto Marlo reclamava de seu comportamento.  Levi ignorou, não havia muito o que se fazer, então voltou a encarar seu comandante. 

— E se as pessoas que restaram montassem em seus cavalos e tentassem fugir? Assim usaríamos eles como iscas e eu teria tempo de entrar no distrito e ver se ainda há alguém do meu grupo e do de Hange lá. Então poderemos tirar o Eren daqui. 

— Levi, o que você pretende fazer? — Questionou Smith. 

— Vou enfrentar o titã bestial, vou tirá-lo daqui.