Amy

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Amy saiu do pub com tanta pressa que nem sente as próprias pernas enquanto caminha pelas ruas, ela não faz ideia de como chegou tão rápido no prédio onde mora.

Amy sente um misto de tristeza e raiva quando vê o numero do pai na tela do celular. Como sempre ele ligou na hora errada e no caso dele, a hora errada é o tempo todo, porque ela nunca se sente bem para falar com ele.

Mas dessa vez ela poderia até agradecê-lo, ele evitou que ela quebrasse outra regra importante, transar duas vezes com o mesmo cara.

Amy sempre evita falar com o pai, em parte por saber exatamente o que ele vai dizer. É sempre o mesmo discurso:

"Você já decidiu voltar para a faculdade?" "Você já deu um jeito na sua vida?"
"Quando você vai colocar a cabeça no lugar e viver como uma pessoa normal?".

O outro motivo é porque Amy não consegue deixar de se sentir a pior criatura do mundo sempre que ouve a voz dele.

Ele costumava ser o herói dela, o homem que ela mais admirava no mundo inteiro. Até descobrir que era tudo uma grande farsa, ele não era o homem que ela pensava que ele fosse. O casamento feliz dos seus pais, que ela sempre admirou, é um grande teatro.

Nada é real na família dela, a única coisa que importa para eles é mostrar para a sociedade a família religiosa e perfeita que eles não são.

E para manter as aparências seu pai é capaz de tudo, até obrigá-la a tomar a pior decisão da sua vida.

Seus pensamentos são interrompidos pelo toque do celular, seu pai está ligando novamente.

Merda!

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Merda!

Ela sabe que ele não vai desistir tão fácil e ela já bebeu o suficiente para que a conversa termine numa discussão feia, então ela decide desligar o aparelho.

Amy entra em casa e fecha todas as janelas, apesar de não ter dado o endereço de onde mora, seu pai tem meios de descobrir com uma única ligação. Então ela prefere fazer parecer que não está em casa e por esse mesmo motivo ela não tem um telefone fixo em casa.

Quando ela não quer falar com a sua família ela desliga o celular e se tranca em casa. Ela nem teria um celular se não fosse pela sua vó, o telefone dela está como contato de emergência na clinica onde seu pai a abandonou.

Amy tira o casaco e os sapatos e vai direto para a cozinha, ela abre o armário, pega a garrafa de vodka e bebe direto do gargalo.

Hoje com certeza é um dia em que ela precisa de doses gigantescas de álcool para conseguir dormir. Ela senta no sofá com a garrafa de vodka na mão e acende um cigarro para se distrair enquanto espera o álcool fazer efeito.

PS: Não me ame!Onde histórias criam vida. Descubra agora